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O ESPÍRITO DA
MALDADE
Pelo Espírito Neio Lúcio. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Alvorada Cristã. Lição nº 48. Página 191.
O Espírito da Maldade, que promove aflições para muita gente, vendo, em
determinada manhã, um ninho de pássaros felizes, projetou destruir as
pobres aves.
A mãezinha alada, muito contente, acariciava os filhotinhos, enquanto o
papai voava, à procura de alimento.
O Espírito da Maldade notou aquela imensa alegria e exasperou-se.
Mataria todos os passarinhos, pensou consigo.
Para isto, no entanto, necessitava de alguém que o auxiliasse. Aquela
ação exigia mãos humanas.
Começou, então, a buscar a companhia das crianças. Quem sabe algum
menino poderia obedecê-lo?
Foi a casa de Joãozinho, filho de Dona Laura, mas Joãozinho estava
muito ocupado na assistência ao irmão menor, e, como o Espírito da
Maldade somente pode arruinar as pessoas insinuando-se pelo pensamento,
não encontrou meios de dominar a cabeça de João.
Correu à residência de Zelinha, filha de Dona Carlota. Encontrou a
menina trabalhando, muito atenciosa, numa blusa de tricô, sob a
orientação materna, e, em vista de achar-lhe o cérebro tão cheio das ideias
de agulha, fios de lã e peça por acabar, não conseguiu transmitir-lhe o
propósito infeliz.
Dirigiu-se, então, à chácara do senhor Vitalino, a observar se o
Quincas, filho dele, estava em condições de servi-lo. Mas Quincas, justamente
nessa hora, mantinha-se, obediente, sob as ordens do papai, plantando
várias mudas de laranjeiras e tão alegre se encontrava, a meditar na
bondade da chuva e nas laranjas do futuro, que nem de leve percebeu as ideias
venenosas que o Espírito da Maldade lhe soprava na cabeça.
Reconhecendo a impossibilidade de absorvê-lo, o gênio do mal lembrou-se
de Marquinhos, o filho de Dona Conceição.
Marquinhos era muito mimado pela mãe, que não o deixava trabalhar e lhe
protegia a vadiagem.
Tinha doze anos bem feitos e vivia de casa em casa a reinar na
preguiça.
O Espírito da Maldade procurou-o e encontrou-o, à porta de um botequim,
com enorme cigarro à boca.
As mãos dele estavam desocupadas e a cabeça vaga.
- Vamos matar passarinhos? - disse o espírito horrível aos ouvidos do
preguiçoso.
Marquinhos não escutou em forma de voz, mas ouviu em forma de ideia.
Saiu, de repente, com um desejo incontrolável de encontrar avezinhas
para a matança.
O Espírito da Maldade, sem que ele o percebesse, conduziu-o, facilmente,
até à árvore em que o ninho feliz recebia as carícias do vento.
O menino, a pedradas criminosas, aniquilou pai, mãe e filhotinhos.
O gênio sombrio tomara-lhe as mãos e, após o assassínio das aves,
levou-o a cometer muitas faltas que lhe prejudicaram a vida, por muitos
e muitos anos.
Somente mais tarde é que Marquinhos compreendeu que o Espírito da
Maldade somente pode agir, no mundo, por intermédio de meninos vadios
ou de homens e mulheres votados à preguiça e ao mal.
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO
PACHECO QUDRADO.
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