MOMENTO ESPÍRITA. CANDEIAS DA ALMA.
Você se considera uma pessoa livre?
Mas, afinal de contas, o que é ter liberdade?
Se pensamos que somos livres só pelo fato de não estar atrás das grades,
podemos até nos dizer livres.
Mas, será que realmente somos?
Se você diz ter liberdade plena, mas se irrita quando os outros querem;
se veste conforme os modistas determinam; sente ódio quando as circunstâncias
pedem; usa a marca que a sociedade estabelece como sendo a melhor, e se submete
a outras tantas cadeias psicológicas, você pode até dizer-se livre, mas é um
encarcerado da alma.
O homem verdadeiramente livre é senhor de si, dos seus atos, da sua
vontade.
Quem é livre não se submete aos vícios, nem às convenções sociais descabidas,
nem cai em armadilhas preparadas para os descuidados.
A verdadeira liberdade é a liberdade da alma.
Gandhi, o homem que soube lutar pela paz, apesar de ficar detido atrás
das grades muitas vezes, era um homem livre, pois ninguém conseguia aprisionar-lhe
a alma.
Paulo, o Apóstolo, mesmo jogado numa cela fétida e úmida, manteve-se
sereno e senhor da sua liberdade moral.
Os homens podiam impedir que ele andasse livremente, mas jamais
conseguiram deter sua liberdade de pensar e sentir.
Quando um homem é livre, não se importa com o que pensam dele nem com o
que falam a seu respeito, mas sim do que fala sua própria consciência.
Os pais e mães modernos nem sempre estão dispostos a educar os filhos
para que sejam livres pois estabelecem, desde a infância, uma série de
situações que tendem a fazer com que pensem pela cabeça dos outros.
Não os deixam ter as experiências de que necessitam para ser livres e
por isso os fazem seus dependentes.
Dependem da mãe para escolher a roupa e o calçado que irão usar, para
arrumar sua cama, para pôr ordem em seus brinquedos e, às vezes, até para fazer
as lições da escola.
Sim, há pais que fazem pelos filhos as tarefas que os professores lhes
solicitam.
Pensando em ajudar, negam ao filho a oportunidade de se fazer verdadeiramente
livre.
Outros pais fazem dos filhos cópias perfeitas dos seus ídolos da TV.
Compram roupas, bolsas, calçados e outros adereços dos personagens que a mídia
produz, como se fossem modelos saudáveis a serem seguidos.
Não se dão conta, esses pais, que estão criando um condicionamento
negativo, impedindo que as crianças desenvolvam o senso crítico.
Importante que pensemos com seriedade a esse respeito, buscando a nossa
liberdade moral e ajudando os filhos a conquistar sua própria libertação.
Libertação física pela limitação dos apetites, não se deixando governar
pelos instintos.
Libertação intelectual pela conquista da verdade, mantendo a mente
sempre aberta.
E libertação moral pela procura da virtude.
Somente quando soubermos governar a nós mesmos com sabedoria é que
poderemos nos dizer verdadeiramente livres.
* * *
O limite da liberdade encontra-se inscrito na consciência de cada
pessoa, que gera para si mesma o cárcere de sombra e dor, ou as asas de luz
para a perene harmonia.
Redação do Momento
Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita v. 2, ed. FEP.
Em 27.5.2020.
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PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUDRADO.
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