sexta-feira, 27 de junho de 2014


A BÍBLIA E A DOUTRINA ESPÍRITA

Foram três fazes que a humanidade passou: A primeira com vinda de Moisés num período conturbado, onde o monoteísmo acabou tomando forma, e Deus acabou sendo apresentado como o único e verdadeiro, tudo isto em oposição ao politeísmo que admitia a crença em vários Deuses. Já na segunda com a vida do nosso Mestre Jesus Cristo, que acabou apresentando Deus como Pai de infinita misericórdia, e substituindo o tal Jeová dos exércitos.
Já na terceira veio com o Espiritismo como a terceira revelação, que veio a reparar os princípios dos ensinamentos do Cristo, mal interpretados ou deturpados.
No advento do Cristo, a história conta que já havia sentido em comprovar a existência dos Espíritos e suas manifestações no mundo material, mais foi mais tarde no século XIX que a humanidade já estava mais preparada para esta revelação. As ciências tomavam grande impulso, onde tudo era revelado à luz da razão natural. Com isso surgiu Doutrina Espírita trazendo para a humanidade uma filosofia mais clara, pois se tratava de uma negação do passado histórico, visando sempre à busca de racionalização das concepções dignas de fé fundamental e indiscutível. Seu esforço consistia em trazer e religião do domínio abusivo da credulidade para o plano cultural.
Nesta época foram muitos os fenômenos que acabaram marcando o inicio da nossa Doutrina, atraindo a atenção de numerosos sábios de renome mundial, surgindo assim à figura exponencial do irmão Kardec, que procurou estudar e fundamentar os fenômenos dos ensinamentos revelados pelos Espíritos.
Com isso conseguiu revelar alguns livros como: O Livro dos Espíritos, que continham os fundamentos filosóficos da Doutrina Espírita. A seguir O Livro dos Médiuns, que continha as revelações do plano Espiritual com o mundo material, e logo a seguir o Evangelho Segundo o Espiritismo, contendo a parte religiosa e essencial da Doutrina. Com isso a nossa religião acabou tomando o caminho da ciência, da filosofia e da religião.
A nossa religião vem a ser uma diferente das demais, porque não temos culto exterior, mas a religiosidade deve dar-se na intimidade do próprio indivíduo, através da prece e da doação em si.
Não nos interessa a exterioridade do conjunto de cerimônias e do culto convencional por vezes precário, mas sim o pensamento e o sentimento do ser humano.
Dentro da sequencia histórica, quando o povo estava se preparando para sair do caos das civilizações primitivas, surgiu Moisés como condutor de um povo destinado a traçar as suas linhas de um novo mundo, e de suas mãos surgiu a Bíblia, mas não foi ele que a escreveu, mais foi sim o motivo central dessa primeira codificação do novo ciclo de revelações. Quando o povo já havia absorvido as novas leis, surgiu Jesus e de Suas palavras recolhidas pelos Discípulos surgiu o Evangelho, coisa que já se falava no velho testamento, como também aparecia a profecia de um novo código chamado de Espírito da verdade, que veio através da Doutrina Espírita.
E com ela surgiu O Evangelho Segundo o Espiritismo, cuja finalidade veio a esclarecer os ensinos anteriores de acordo com a mentalidade moderna para entender as alegorias e símbolos da Bíblia e no Evangelho. Eu diria que veio a clarear aquilo que foi entendido de uma maneira errada, às vezes até deturpadas.
Aqueles que pensam que a codificação do Espiritismo contraria ou reforma o Evangelho, vai aí alguns pormenores nele contido para dissipar as suas dúvidas.  No nosso Evangelho Segundo o Espiritismo, estão contidos fatos desde os tempos de Moisés até os ensinamentos do Cristo em sua maioria, até cartas de Paulo, isto em forma didática e esclarecedora. Nele são estudadas as leis morais tratando da aplicação dos principio da moral Evangélica, bem como das questões religiosas acerca da adoração, da prece e da caridade. Também encontramos instruções dos Espíritos com a transcrição de comunicações por extensas, e assinadas sobre as questões Evangélicas.
Assim o nosso Espiritismo tem como base as escrituras, e seus fundamentos na Bíblia, cuja essência vem a ser o Evangelho e a religiosidade. Com isso a nossa Doutrina vem a ser uma religião positiva, baseada nas leis naturais, destituída de apresentações pomposas e misteriosas. Nela colocamos em pratica a caridade acima de qualquer virtude, cujo principio Jesus colocou no passado deixando dito: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Outra coisa que me lembra, vem a ser aquela: “Daí de graça o que de graça recebeis”. Por isso sou contra as preces e outros serviços cobrados por algumas religiões.
Na nossa Doutrina não aceitamos o tal milagre ou o sobrenatural, mas explicamos tudo à luz da naturalidade. Dou um exemplo da luz elétrica quando surgiu, todo mundo gritava, milagre, milagre, e hoje vão ao interruptor da luz e ninguém grita mais milagre, porque se tornou um fenômeno paranormal. O que acreditamos são as dádivas de Deus, pois Jesus deixou claro, que a cada um será dado segundo as suas obras, bastando somente plantarmos boas sementes.
O Mistério dos “anjos” é explicado pelo Apóstolo Paulo, que é exercido através da Mediunidade, onde até na Bíblia Ele nos revela uma infinidade de comunicações mediúnicas.
O importante para nós é distinguir o fato de que os estudos Bíblicos se processam em duas direções, a saber: existe o estudo que tem a qualidade ou força de uma norma das instituições religiosas, instituídas por várias igrejas, e que seguem as regras da interpretação dos textos sagrados; há o estudo livre dos institutos universitários independentes, que seguem o princípio da pesquisa cientifica e da interpretação histórica. Já o nosso Espiritismo não se prende a nenhum destes sistemas, pois a nossa posição é intermediária, reconhecendo o conteúdo Espiritual da Bíblia, estudamos a luz do princípio em harmonia com os métodos que estuda o ser humano, sua classificação e caracteres físico natural e dos estudos históricos.
Para findar, vamos lembrar-nos das palavras de Jesus em João, capítulo 10, “Eu e o Pai somos um”.
Desta forma todos nós possuímos uma unidade, que tem no ponto mais importante, a importância de se viver numa religião unitária que tem a sua natureza na pura verdade.





Mensagem escrita pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.






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