Adeus, homem
velho, Feliz homem novo
Maria da Costa Lourdes Gonzaga foi
professora por trinta anos na Comunidade Mont Serrat, região central de
Florianópolis, em Santa Catarina.
Segundo suas contas, deve ter dado aula para mais de quinze mil alunos.
Dona Uda, como ficou conhecida, também batalhou por água encanada,
esgoto, asfalto e ônibus para a Comunidade de Mont Serrat, na qual ela vive até
os dias de hoje.
Aos 78 anos, dona
Uda ainda não parou. Coordena o Grupo de Mulheres
Antonieta de Barros, é madrinha da Melhor idade e participa
das atividades da igrejinha.
Ainda, trabalha intensamente para ver nascer a primeira Universidade do
morro: participa de audiências públicas e reuniões diversas com representantes
do governo, a fim de viabilizar esse projeto.
Dona Uda nasceu no morro Mont Serrat no dia 30 de julho de 1938. Apesar
da vida difícil, seus pais muito se esforçaram para realizar o sonho da filha:
se tornar professora.
Aos treze anos, a menina foi estudar no Instituto Estadual de Educação,
a maior escola pública de Santa Catarina, na qual foi a primeira aluna negra.
Da mesma forma, foi a primeira aluna negra a passar no vestibular da
Universidade de Santa Catarina.
Diplomada, foi convidada a lecionar na primeira escola criada em uma
favela, situada na comunidade na qual vivia.
Quando as aulas começaram, a professora tinha apenas doze alunos. No
final do ano letivo, contavam mais de quinhentos.
A Legião da Boa Vontade cedeu duas salas. A igreja local, uma. Ainda, um
morador ofertou uma casa antiga com três cômodos e, dessa forma, todas as
quinhentas crianças puderam ter aula.
Na hora do lanche, a mãe de dona Uda preparava lanche para todos.
Era muito bonito de ver. Nós vencíamos qualquer obstáculo. O importante
era que nenhuma criança ficasse ociosa, relata a professora.
Ela afirma que seu principal ensinamento não foi o abecedário. Foi
alimentar sonhos.
Eu dizia a meus alunos que eles podiam ser o que quisessem. Se uma
menina do morro quiser ser médica, ela vai ser. Não há o que segure sua força
de vontade, afirma dona Uda.
O estímulo rendeu frutos. Hoje a professora guarda uma caixa cheia de
convites de formatura de seus ex-alunos: são médicos, advogados, enfermeiros.
Muitos fizeram mestrado e doutorado com a bênção inspiradora da madrinha da
comunidade.
Em nome do bem, virei mãe de todos, conta, feliz, a professora.
* * *
Ano Novo. Nesse momento especial, no qual nossas esperanças se renovam,
separemos o joio do trigo, o que passa do que permanece.
Esforcemo-nos, a fim de levarmos para o ano que desponta somente aquilo
que seguirá conosco nas sendas da eternidade: os sorrisos que despertamos, o amor
que distribuímos, o perdão que ofertamos e, de forma especial, o bem que
fazemos.
Os ressentimentos, o orgulho, a falta de caridade e fé, a vaidade...
deixemos tudo para trás, junto do homem velho do qual, pouco a pouco, nos
despedimos.
Façamos o bem. Dessa forma, não importa se 31 de dezembro, 19 de maio ou
14 de setembro. Ano Novo se fará no exato instante em que os raios iluminados
de nossa boa vontade nos alcançarem.
Renovemo-nos no bem! Feliz Ano Novo!
Redação do Momento Espírita, com base em
biografia de Maria da Costa Lourdes Gonzaga.
Em 3.1.2017.
biografia de Maria da Costa Lourdes Gonzaga.
Em 3.1.2017.
Mensagem divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.
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