segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

A NOSSA CASA.

 


A NOSSA CASA

Ela vem a ser o nosso canto querido, o local onde depositamos tudo “aquilo” que mais amamos. Ela serve sempre como ponto de apoio para todas as nossas horas, seja na alegria ou na tristeza. Esteja onde estivermos, viajando ou não, como é bom saber que temos um lugar para voltar. Por mais que sejamos bem tratados na casa de amigos ou de parentes, nada se compara como o nosso canto querido.

 Por mais que ela seja humilde, ela não deixa de ser o nosso canto, o nosso lugar preferido e que devemos sempre valoriza-lo.

Ela vem a ser a nossa base segura, onde muitas pessoas que alcançaram o sucesso estavam alicerçadas nela. É lá que depositamos os nossos tesouros que vem a ser a família, as melhores coisas.

Pessoas que lutaram muito para terem um local próprio para se sentirem realizados, mas seja alugado ou não, devemos sempre valoriza-lo ao máximo.  

O lar vem a ser a base necessária para termos uma carreira de sucesso, não importando o tamanho dele, mas sim que seja um verdadeiro ninho de amor, de afeto e de amizade.

Pode ser um bangalô, uma tapera ou um barraco singelo, pode faltar uma cama confortável, mas que não venha a faltar o amor de filho, filha, de marido, de esposa... Ele deve ser um local em que não vemos a hora de voltar para ele. Conheço algumas pessoas que se amarram na rua justamente por não ter um ambiente salutar. Todos nós devemos lutar para que possamos ter este lugar além de seguro, mas que sirva também para o nosso refugio.

Dentro dele devemos estabelecer sempre o diálogo com aqueles que são os nossos familiares, sempre procurando viver em paz e na harmonia. Deve ser um local que seja resistente contra as drogas e os vícios.

 Geralmente à noite quando o sol se esconde, é que damos o maior valor aquele local, onde procuramos o aconchego dele e dos nossos familiares para repousar. Devemos perceber como é bom e importante em nossas vidas, poder voltar para casa. Com sol ou chuva, lá está ele a nos acolher e a nos dar abrigo.

Por essa e outras razões que devemos valorizar esse refúgio amigo, no qual passamos a maior parte de nossas vidas, bem como aqueles que o dividem conosco.

 Mensagem escrita pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

Curitiba. PR.Brasil.

Meu blogger:getuliomomentoespirita.blogspot.com

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

ABORRECIMENTOS.

 Aborrecimentos

 

Nada mais comum, nas atividades terrenas, do que o hábito enraizado das querelas, dos desentendimentos, das chateações.

Nada mais corriqueiro entre os indivíduos humanos.

Como um campo de meninos, em que cada gesto, cada nota, cada menção se torna um bom motivo para contendas e mal-entendidos, também na sociedade dos adultos o mesmo fenômeno ocorre.

Mais do que compreensível é que você, semelhante a um menino de pavio curto, libere adrenalina nos episódios cotidianos que desafiem a sua estabilidade emocional.

Compreensível que se agite que se irrite que alteie a voz, que afivele ao rosto expressões feias de diversos matizes.

Em virtude do nível do seu mundo íntimo, tudo isso é possível de acontecer.

Contudo, você não veio a Terra para fixar deficiências, mas para tratá-las, cultivando a saúde.

Você não se acha no mundo para submeter-se aos impulsos irracionais, mas para fazê-los amadurecer para os campos da razão lúcida.

Você não nasceu para se deixar levar pelo destempero, pela irritação que desarticula o equilíbrio, mas tem o dever de educar-se, porque tem na pauta da sua vida o compromisso de cooperar com Deus, à medida que cresça que amadureça que se enobreça.

Desse modo, os seus aborrecimentos diários, embora sejam admissíveis em almas infantis e destemperadas, já começam a provocar ruídos infelizes, desconcertantes e indesejáveis, nas almas que se encontram no mundo para dar conta de compromissos abençoados com Jesus Cristo e com Seus prepostos.

Assim, observe-se. Conheça-se no aprendizado do bem, um pouco mais. Esforce-se por melhorar-se.

Resista um pouco mais aos impulsos da fera que ainda ronda as suas experiências íntimas.

Aproxime-se um pouco mais dos Benfeitores Espirituais que o amparam.

Perante as perturbações alheias, aprenda a analisar e não repetir.

Diante da rebeldia de alguém, analise e retire a lição para que não faça o mesmo.

Notando a explosão violenta de alguém, reflita nas consequências danosas, a fim de não fazer o mesmo.

Cada esforço que você fizer por melhorar-se, por educar-se, será secundado pela ajuda de luminosos Imortais que estão, em todo tempo, investindo no seu progresso, para que, pouco a pouco, mas sempre, você cresça e se ilumine, fazendo-se vitorioso cooperador com Deus, tendo superado a si mesmo, transformando suas noites morais em radiosas manhãs de perene formosura.

*   *   *

Quando você for visitado por uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponha-se a ela.

E, quando houver conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, diga, de si para consigo, cheio de justa satisfação: Fui o mais forte.

 

Redação do Momento Espírita com base no cap. 13 do livro 
Para uso diário, pelo Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira,
ed. Fráter.

Em 06.12.2010.

MENSAGEM COMPARTILHADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADR


A BEIRA DO DESÂNIMO.

 


À beira do desânimo

 

Há dias em que não queremos fazer nada.

Acordamos um tanto pra baixo, não sabemos a razão.

Tivemos sonhos ruins, acordamos desorientados, não dormimos bem.

Há dias que parecem parados no tempo. Olhamo-nos no espelho e não vemos nada. Nada além de um rosto cansado, triste.

São dias desafiadores, pois fazer as coisas sem vontade de fazê-las é verdadeira tortura.

No entanto, esses são dias de autodescobrimento também.

Por que nos sentimos assim? O que nos alterou dessa forma?

Temos vivenciado muitos dias como este? Ou este é apenas uma exceção?

A autoanálise precisa ser uma constante em nossas vidas. Não podemos deixar que as emoções tomem conta de nossa existência. Somos nós que temos as emoções e não elas que nos têm.

Dia ou outro de desânimo é até natural. Estamos em plena batalha e, por vezes, precisamos descansar.

Porém, lembremos, o desânimo não pode tomar conta da nossa vida. Podemos senti-lo, acompanhá-lo de perto, cuidando, como um bom médico que monitora seu paciente.

Por mais dura que seja, a reencarnação é oportunidade singular, magnífica, conseguida após planejamento minucioso e cuidadoso por parte das leis maiores.

Valorizá-la é lutar contra tudo aquilo que pode vir a sabotá-la e paralisá-la.

Amarmo-nos, em primeiro lugar, descobrindo-nos cada dia mais lúcidos e gratos por tudo.

Os dias atuais nos colocarão diante de muitas beiras. À beira do desespero, à beira da cólera, à beira do desânimo e tudo o que com ele vem.

Sábio é aquele que chega na beira, olha para o despenhadeiro, contempla o horizonte e pode dizer: Eu fui o mais forte. Sobrevivi mais um dia. Cresci mais um dia.

Logo estaremos de volta à pátria espiritual, todos nós, alguns antes, alguns mais tarde. Não sabemos ao certo o dia da partida.

Que o desânimo não nos roube um dia sequer até a chegada da grande hora do retorno.

*   *   *

Quando nos observarmos, à beira do desânimo, aceleremos o passo para frenteproibindo-nos parar.

Oremos, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.

Façamos algo de bom, além do cansaço em que nos vejamos.

Leiamos uma página edificante, que nos auxilie o raciocínio na mudança construtiva de ideias.

Tentemos contato de pessoas, cuja conversação nos melhore o clima espiritual.

Procuremos um ambiente, no qual nos seja possível ouvir palavras e instruções que nos enobreçam os pensamentos.

Prestemos um favor, especialmente aquele favor que estejamos adiando.

Visitemos um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as nossas.

Atendamos às tarefas imediatas que esperam por nós e que nos impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento.

Guardemos a convicção de que todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência.

Também de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap.
Texto antidepressivo, do livro Busca e acharás, por Espíritos diversos, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. IDEAL.
Em 11.9.2

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUDRADO.

LETARGIA E CATALEPSIA.

 


Letargia e Catalepsia

Figura 1: Yvonne Pereira, médium brasileira, quase foi enterrada na tenra infância por ter sido considerada morta pelos médicos (letargia).

Allan Kardec utilizou alguns conceitos próprios de sua época para a exposição de teses espíritas. Alguns deixaram de ser usados pelas respectivas áreas da ciência, o que exige do leitor da codificação um resgate do sentido dos termos na época e do contexto teórico no qual eles foram utilizados para uma compreensão clara do raciocínio do codificador e dos espíritos que dialogaram com ele.

Letargia e Catalepsia são conceitos associados à tese da emancipação da alma e que com o passar do tempo foram ganhando novos sentidos até caírem em desuso na Medicina e na Psicologia.

É possível que o sentido utilizado por Kardec tenha sido obtido nas teorias do magnetismo animal desenvolvidas depois de Mesmer, especialmente na obtenção do sonambulismo provocado.

Letargia, em “O Livro dos Espíritos” significa em estado de “perda temporária da sensibilidade e do movimento”, em que o corpo parece morto, no qual os sinais vitais se tornam quase imperceptíveis, a respiração reduz-se bastante e a pessoa pode ser tomada como morta.

Catalepsia em Kardec é uma espécie de letargia parcial, que atinge apenas alguns órgãos do corpo e que pode não prejudicar a comunicação com o seu portador, que poderia ter este estado induzido pelo magnetismo animal (passes, como dizemos hoje).

Alguns fenômenos parapsicológicos (humanos, mas não estudados convenientemente pela Psicologia) podem ser encontrados concomitantemente a estes dois estados. Um deles é a hiperestesia, ou seja, uma ampliação paradoxal da capacidade dos sentidos. Há registros de casos de sonâmbulos que, em estado cataléptico, eram capazes de descrever o que acontecia a uma distância muito superior à capacidade de nossos órgãos, ou de descrever, por exemplo, percepções que eles alegavam ter de órgãos internos do organismo de pacientes que lhes eram trazidos.

Kardec analisou situações de quase-morte na Revista Espírita. Há diversos casos de letárgicos, pessoas que chegaram a ser consideradas mortas pela medicina da época como a Sra. Schwabenhaus (Revista Espírita, 1858) ou que passaram por situações de claro risco de morte, ou como o Dr. D. (Revista Espírita, 1867), que ficou mais de meia hora debaixo d’água e foi resgatado e retomou a consciência.

Outro caso apresentado por Kardec é o da jovem cataléptica de Souabe, que após um evento traumático (morte da irmã), entrou em um estado entre cataléptico e letárgico e passou a ser capaz de descrever pessoas enterradas, bastando ser levada próxima ao túmulo e a descrever a aparência de pessoas idosas que a visitavam quando eram jovens e sem modificações do tempo e das doenças.

Eles narram histórias envolvendo o contato com pessoas desencarnadas e descrições do plano espiritual. Por esta razão, Kardec teorizou que os sonâmbulos, letárgicos e catalépticos perceberiam o plano espiritual, ou dariam notícias de eventos à distância porque perceberiam com a alma, semi-liberta do corpo (emancipação) que transmitiria suas sensações espirituais ao cérebro.

Posteriormente, o hipnotismo e a neurologia dariam um outro sentido à letargia e à catalepsia, que hoje se encontram em desuso (muitos hipnotizadores ainda os utilizam), substituídas pelo conceito mais preciso de “coma”, mas os estranhos fenômenos descritos por Kardec continuam acontecendo, como se pode ler no livro “Vida além da Vida” do Dr. Raymond Mood Jr. e nos estudos de experiências de quase-morte, que se transformou em linha de pesquisa de médicos e parapsicólogos modernos.

Postado por Jáder Sampaio às 9:10 AM https://resources.blogblog.com/img/icon18_email.gif 

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Marcadores: CatalepsiaEmancipação da AlmaHipnoseLetargiamediunidadeRevista EspíritaSonambulismo

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS.

 


DO LIVRO “PLANTÃO DE RESPOSTAS” - FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.

                Eis alguma resposta a perguntas formuladas ao nosso Irmão Chico Xavier, e respondida pelo nosso irmão Emmanuel:

 

1-Quanto à doação de órgãos?

 O nosso irmão Emanuel diz ser um beneficio para aqueles que necessitam, aonde vem a consistir numa das maiores recompensas para o Espírito. Desse modo que nós os Espíritas devemos ver com bons olhos a doação de órgãos.

Que mesmo que a separação entre o Espírito e o corpo físico não tenha completado, a Espiritualidade dispõe de recursos para impedir impressões penosas e sofrimentos aos doadores.  A doação não vem a ser contraria as leis da natureza, porque acaba beneficiando, e alem disso vem a ser uma oportunidade para que se desenvolvam os conhecimentos científicos, colocando-os a serviço de vários necessitados.

2-O que pode se passar com um Espírito encarnado que fica em estado de coma, meses e mais meses em estado vegetativo?

Ele diz que o estado deste depende da sua situação mental. Diz por que existem casos que o Espírito permanece como prisioneiro ao corpo físico, dele não se afastando até que seja permitido o auxilio dos Benfeitores Espirituais. Que são estas pessoas apegadas à vida material e que não se conformam com a situação. Mais que existe outros casos que os Espíritos apesar de estabelecerem uma ligação com o corpo físico por intermédio do Perispírito, dispõem de uma relativa liberdade. Que tem também pessoas, que ao sair do estado de coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que os precederam na passagem para a vida Espiritual. Que vem a ser comum que após esta experiência elas possam ver a vida com outros olhos, e que em qualquer destes casos, a Espiritualidade sempre estende seus esforços na tentativa de ajudar, mediante a prece, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes. Que tudo isto parta do enfermo, como dos seus familiares, inclusive principalmente os médicos.

3-Quanto à eutanásia?

 Emmanuel explica que os profissionais e responsáveis por pacientes que consentem com a prática da eutanásia, imbuídos de ideias materialistas desconhecem a realidade maior o quanto a imortalidade do Espírito, e tem a morte do corpo físico como o fim de todos os sofrimentos, mas trata-se de um tremendo engano, pois tudo esta gravado na nossa consciência.

Mas quando uma pessoa esta nesta circunstância, devemos confiar na Providencia Divina, aonde muitas vezes este processo vem a ser o da depuração do Espírito através do sofrimento. Hoje inclusive na medicina terrena já existe casos de cura em pacientes desenganados pelos médicos.

Quando uma pessoa esta presa em algum aparelho, o seu Espírito também fica preso ao corpo físico pelos laços do Perispírito até que se de o desencarne.

4- Com referencia a cremação?

 O nosso irmão Emmanuel esclarece que no ponto de vista orgânico, que o Espírito de cada um de nós se desprende do corpo físico de acordo com a característica originais de cada individuo, ou seja, crença e outros. Que nem todas as criaturas conseguem se desvencilhar da inquietação e do trauma, da ansiedade ou do apego exagerado a si próprio.

Tem gente que ao desencarnar, o seu Espírito consegue se desprender do corpo físico mais rápido, enquanto que outras o processo é mais lento, por isso recomenda a cremação respeitando o espaço razoável de setenta e duas horas, dando um tempo para o Espírito se desprender totalmente.

Os Espíritos não são contra a cremação diante do exposto, mas alertam que os seres humanos, ainda não dispõem de instrumento para analisar o grau de extensão e da intensidade do relacionamento entre o Espírito recém-desencarnado e os resíduos sólidos que lhe pertenceram no mundo terrestre. Os Espíritos consideram justo que se lhes rogue o citado período de repouso, a favor dos chamados mortos em câmara fria que lhes conserve a dignidade da forma.

Depois disso o sepultamento ou a cremação do corpo físico, nada mais representam para a alma que se libertou deste.

5-Quanto à genética?

Pergunta-se, da maneira que a ciência vem se aperfeiçoando para resolver os problemas genéticos, se não mais nascerão crianças defeituosas. Com isso se podemos concluir que os Espíritos necessitados não mais terão oportunidade de reencarnar com provas difíceis?

Emmanuel responde que a ciência nunca poderá superar as Leis Divinas que são físicas e morais, sendo que as provações não são somente de ordem física, mas também moral.

Por outro lado, que mesmo com o aperfeiçoamento da ciência para resolver problemas genéticos, o Espírito reencarnante tem comprometimento com os delitos de encarnações passadas, e continuará tendo provações difíceis.

6-Quanto ao controle da natalidade através de anticoncepcionais à esterilização?

Emmanuel nos orienta que existe uma diferença entre impedir a vinda de almas através do aborto, por egoísmo ou desejo de sensualidade desequilibrada, e optar por um planejamento consciente que cabe ao casal decidir.

A Doutrina Espírita deixa nossas consciências livres para tal gesto.

7-Com referencia a homeopatia?

Emmanuel esclarece que este medicamento age energicamente e não quimicamente, ou seja, sua ação terapêutica vai se dar no plano dinâmico ou energético do corpo humano, que se localiza no Perispirito.

A Medicação estimula energicamente o Perispirito, que por ressonância vibratória equilibra as disfunções existentes, isto é, o remédio exerce dias funções enquanto atua. Por isso a homeopatia além de tratar doenças físicas, atua também no tratamento dos desequilíbrios emocionais e mentais, promovendo, então, o reequilíbrio físico- espiritual.

 

 

Mensagem escrita pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

Meu blogger: getuliomomentoespirita.blogspot.com

 Curitiba. PR.Brasil.

QUARESMA NA VISÃO ESPÍRITA.

 


Quaresma na Visão Espírita



 

Por: Rafaela Paes de Campos



O período da Quaresma inicia-se na quarta-feira de cinzas, logo após o feriado de Carnaval e estende-se até o chamado Domingo de Ramos, período, portanto, de quarenta dias, que representa a permanência de Jesus no deserto em estado meditativo a fim de se preparar para a sua vida pública. Muito embora o Espiritismo não celebre tais datas, ele respeita todas as manifestações, sendo que para a Igreja Católica é um tempo de preparo para a Páscoa, momento em que convida seus fiéis a meditar a praticar penitências com jejum, caridade e oração.



No entendimento Espírita, portanto, tem-se que a caridade e as orações devem ser parte constante da rotina do encarnado, bem como demais práticas que levem a reflexão espiritual e possíveis arrependimentos. Trata-se de prática da reforma íntima, que deve ser levada a sério por aquele que já compreende a realidade da vida imaterial e imortal, sendo este o caminho para que todos nós evoluamos do ponto de vista moral na escala dos Espíritos.



A Quaresma, portanto, tratando-se de tempo de privações e mortificações segundo a tradição, encontra explicações em O Livro dos Espíritos, em seu livro III, capítulo V intitulado Lei de Conservação.



De acordo com a questão 720, as privações voluntárias que têm como objetivo uma expiação coletiva, têm mérito aos olhos de Deus, pois trata-se de fazer o bem ao próximo. E continua aduzindo na questão 720a, que são meritórias as que tem como condão a privar-se de gozos inúteis desprendendo, assim, o homem da matéria a fim de eleva-lo enquanto Espírito. “Meritório é resistir à tentação que induz aos excessos ou ao gozo das coisas inúteis; é retirar de seu necessário para dar aos que não têm o suficiente. Se a privação não passa de um simulacro, é uma derrisão” (KARDEC, 2018, p. 238).



Assim sendo, compreendemos mais uma vez que o ato externo por si só não auxilia na depuração do Espírito, ou seja, se algo é feito apena para que cumpra com ‘obrigações’ impostas pela sociedade, sem que haja no íntimo a vontade sincera de que aquilo sirva como meio de melhorar-se, nada se alterará.



Quando despidos de nosso invólucro material, o que nos acompanha é apenas nossa consciência e verdadeiras intenções. Se nos privamos apenas por convenções, sem visar um bem maior, não há intenção real e, por isso, não haverá auxílio para que nos aprimoremos. A Quaresma é período simbólico da maneira pela qual devemos caminhar todos os dias de nossas vidas, sendo um rito, não um lugar onde se faz algo apenas enquanto durar a regra.

 

 

Sermos melhores, praticar a caridade e nos desvencilharmos daquilo que é puramente material é exercício diário – e não se diz fácil - mas necessário para que cheguemos à perfeição que todos nós almejamos enquanto Espíritos que somos.



Outra prática bastante comum durante esses quarenta dias é os fiéis absterem-se da ingestão de carne. Tal tradição surge na Idade Antiga consolidando-se na Idade Média, onde as desigualdades sociais eram gritantes e os menos abastados raramente ingeriam carne. Assim, ela tornou-se um símbolo de gula, eis que era servida nos grandes banquetes das cortes nobres. Sendo então considerada parte de um dos pecados capitais da Igreja, esta recomendava aos fiéis que não a ingerissem durante a Quaresma (FEAL, 2018, on-line).



Materialmente falando, há muito o que se discutir do ponto de vista ambiental quando o assunto é ingestão de proteínas animais, o que não é o cerne deste artigo, mas socorre-nos mais uma vez O Livro dos Espíritos na questão 723:



Para o homem, a alimentação animal é contrária à Lei da Natureza?

Em sua constituição física, a carne nutre a carne, do contrário, o homem perece. A lei de conservação torna um dever, para o homem, manter as energias e a saúde para o cumprimento da lei do trabalho. Portanto, ele deve alimentar-se segundo o que exige seu organismo (KARDEC, 2018, p. 238).



Recomenda-nos, assim, a Espiritualidade, que nos alimentemos daquilo que nosso corpo necessita. Todos, possivelmente, conhecem alguém que não consegue comer carne e, por isso, seu corpo não possui tal demanda e ele se abstém. Mas muitos ainda necessitam, e o Espiritismo não o proíbe ou julga como um erro. Se mencionarmos brevemente – embora não seja o objetivo – as citadas questões ambientais, claro que se conseguirmos nos privar da alimentação animal um ou mais dias da semana, é meritório (privação para o bem coletivo).



Entretanto, diferentemente do que se impõe na visão Católica, o Espiritismo não compreende que haverá depuração pela não ingestão de carne durante quarenta dias. O que nos depura é aquilo que verdadeiramente reside em nossos corações e se externa de forma racional visando o bem próprio e dos outros.



Claro que, muito embora o Espiritismo não possua ritos, se você é Espírita e precisa de um ritual a seguir, que assim seja! Entretanto, cuide para que o que faz materialmente seja real para ti internamente.



Se a Quaresma é período de introspecção e reflexão, que assim façamos igualmente em outros dias, buscando em nós mesmos os defeitos ainda enraizados e busquemos melhora-los todos os dias, até que os extirpemos de nossas personalidades e bagagens de tantas e tantas encarnações. Não são quarenta dias que nos tornarão mais próximos da perfeição, mas sim os nossos esforços diários, sem pressa, mas sempre com constância.

 

 

Gostou deste artigo? Assista ao estudo ao vivo sobre ele na 2ª Semana Especial Letra Espírita, dia 02/03, em nosso canal no youtube. Acesse: www.youtube.com.br/letraespiritaoficial e se inscreva no canal, toque no sininho para receber as notificações.



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Referências Bibliográficas:

FEAL. Quaresma e Espiritismo. Disponível em: https://tvmundomaior.com.br/quaresma-e-espiritismo/. Acesso em: 03 de janeiro de 2022.



KARDEC, Allan. O Livros Espíritos. Tradução e redação final de Matheus Rodrigues de Camargo. 23ª Reimpressão. Capivari-SP. Editora EME. 2018.



MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUDRADO.