As almas que se Amam se Encontram em Outra Vida?
04.11.2019 Doutrina
Espirita 4
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Na espiritualidade
o sentimento é claro, de uma força e suavidade que mostram o que existe entre
os espíritos que o sentem. Tanto mais fácil perceber este elo afetivo, quanto
mais desenvolvido moral e espiritualmente é o espírito. Já durante a
encarnação, há uma limitação imposta pelo esquecimento do passado, uma vantagem
que Deus nos proporcionou para que o livre-arbítrio fosse pleno em nós. Quando
encarnamos esquecemos do passado, e deixamos adormecidas lembranças e
sentimentos. Se duas almas que se amam se encontram, talvez não venham a
perceber imediatamente a importância real de uma na vida da outra, mas sentirão
empatia, simpatia ímpar e profunda, o que as faz pender para a pessoa que
acabaram de conhecer na nova encarnação. O reconhecimento de um amor de
milênios pode ser forte e imediato, mas em geral, para nos facilitar a vida,
surge doce e suave, lenta e profundamente.
O fato de duas
almas terem aprendido a amar-se e que se procuram para continuar juntas sua
jornada – encontrarem-se na encarnação, não significa necessariamente que devam
ficar juntas, enquanto a experiência terrena estiver em andamento. Há
reencontros que acontecem para que formem família, exemplifiquem o sentimento,
evoluindo e dando, uma à outra, força nas provas, expiações e missões que
vieram cumprir. É bem comum também que afetos verdadeiros não se encontrem, que
estejam, cada um, vivendo experiências com outras almas, de modo a ampliar os
laços do amor fraternal. Neste caso, costumam aliviar a saudade através de
visitas em espírito (sonhos).
Há ainda outra
possibilidade, em geral prova bem difícil por exigir o mais amplo sentimento de
resignação, coragem e amor ao próximo: duas almas encontrarem-se,
reconhecerem-se, amarem-se e não poderem ficar juntas porque já estão
comprometidas com outras pessoas e famílias.
E porque Deus faria
isso?
Deus
não fez. As próprias almas pediram esta prova como exercício expiatório e prova
de resistência de suas más tendências, em geral, o egoísmo.
Imaginemos…
Duas almas aprendem
a se amar. Espíritos ainda em progresso, possuem defeitos morais que estão
trabalhando nas existências. Nascem juntas, separadas, na mesma família, em
outras, entre amigos ou inimigos. Entre tantas vidas, numa optam por
temporariamente (o que são os anos de uma encarnação perante a imortalidade?)
por encarnarem separadas. Casam-se com outras pessoas, formam famílias. Mas um
dia encontram-se. Reconhecem-se. O amor ressurge. Seus compromissos espirituais
são logo esquecidos, desejam-se. Eles deveriam resistir à tentação de trair, de
abandonar os companheiros, os filhos, os compromissos, construindo falsa
felicidade sobre lágrimas alheias. No entanto cedem. Traem, abandonam, fogem…
não importa. Querem ser felizes e isso lhes basta. É o egoísmo e a falta de fé
no futuro, que lhes dirige a ação.
Mas
não há real felicidade senão a conquistada no direito e na justiça. Se vencerem
a tentação de fazer o que citamos, terão no futuro o mérito de estar uma com a
outra. Se se deixam arrastar pelas paixões, estarão fadadas a novos
afastamentos, lições dolorosas.
Escolhem esta experiência porque a visão que têm na espiritualidade é diferente
da limitada visão da encarnação. Melhor abrir temporariamente mão da presença
amada, já que o afeto não se esvai na ausência, do que abrir mão de estarem
juntos em várias vidas e seus intervalos. Sendo o egoísmo o único motivador (e
não o amor) da escolha de ficarem juntos a qualquer preço, constrói-se sólido
castelo sobre a areia das ilusões. Fatalmente ele desmoronará, e será preciso
reconstruí-lo.
MENSAGEM DIVULGADA
PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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