À beira do desânimo
Há dias em que não
queremos fazer nada.
Acordamos um tanto pra baixo, não
sabemos a razão.
Tivemos sonhos ruins, acordamos
desorientados, não dormimos bem.
Há dias que parecem parados no tempo.
Olhamo-nos no espelho e não vemos nada. Nada além de um rosto cansado,
triste.
São dias desafiadores, pois fazer as
coisas sem vontade de fazê-las é verdadeira tortura.
No entanto, esses são dias de
autodescobrimento também.
Por que nos sentimos assim? O que nos alterou dessa forma?
Temos vivenciado muitos dias como
este? Ou este é apenas uma exceção?
A autoanálise precisa ser uma
constante em nossas vidas. Não podemos deixar que as emoções tomem conta de
nossa existência. Somos nós que temos as emoções e não elas que nos têm.
Dia ou outro de desânimo é até
natural. Estamos em plena batalha e, por
vezes, precisamos descansar.
Porém, lembremos, o desânimo não pode
tomar conta da nossa vida. Podemos senti-lo, acompanhá-lo
de perto, cuidando, como um bom médico que monitora seu paciente.
Por mais dura que seja, a
reencarnação é oportunidade singular, magnífica, conseguida após planejamento
minucioso e cuidadoso por parte das leis maiores.
Valorizá-la é lutar contra tudo
aquilo que pode vir a
sabotá-la e paralisá-la.
Amarmo-nos, em
primeiro lugar, descobrindo-nos cada dia mais lúcidos e gratos por tudo.
Os dias atuais nos colocarão diante
de muitas beiras. À beira do desespero, à beira da cólera, à beira
do desânimo e tudo o que com ele vem.
Sábio é aquele que chega na beira,
olha para o despenhadeiro, contempla o horizonte e pode dizer: Eu fui o
mais forte. Sobrevivi mais um dia. Cresci mais um dia.
Logo estaremos de volta à pátria
espiritual, todos nós, alguns
antes, alguns mais tarde. Não sabemos ao certo o dia da partida.
Que o desânimo não nos roube um dia
sequer até a chegada da grande hora do retorno.
* * *
Quando nos observarmos,
à beira do desânimo, aceleremos o passo para frente, proibindo-nos parar.
Oremos, pedindo a Deus mais luz
para vencer as sombras.
Façamos algo
de bom, além do cansaço em que nos vejamos.
Leiamos uma página
edificante, que nos auxilie o raciocínio na mudança
construtiva de ideias.
Tentemos contato de pessoas,
cuja conversação nos melhore o clima espiritual.
Procuremos um ambiente, no
qual nos seja possível ouvir palavras e instruções que nos enobreçam
os pensamentos.
Prestemos um favor,
especialmente aquele favor que estejamos adiando.
Visitemos um enfermo,
buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as nossas.
Atendamos às tarefas imediatas
que esperam por nós e que nos impeçam
qualquer demora nas nuvens do desalento.
Guardemos a convicção de que
todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na
aquisição de experiência.
Também de que a vida concorda
com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a
inércia em momento algum.
Redação do Momento Espírita, com base
no cap.
Texto antidepressivo, do livro Busca e acharás,
por Espíritos diversos, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. IDEAL.
DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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