quarta-feira, 6 de novembro de 2024

CAPÍTULO XXVI. DAR DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA RECEBER. MEDIUNIDADE GRATUÍTA.

 


CAPÍTULO XXVI. DAR DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA RECEBER.

MEDIUNIDADE GRATUITA.

 

No Evangelho Segundo o Espiritismo esta escrito algo em torno da Mediunidade, e ressalta que tanto os médiuns atuais como os apóstolos também possuíam a mediunidade. E que receberam igualmente de Deus um dom gratuito, que é o de serem intérpretes dos Espíritos, para instruírem os seres humanos, para lhes ensinarem o caminho do bem e levá-los à fé. E para não lhes venderem palavras que não se originam nas suas ideias, nem nas suas pesquisas, nem em qualquer outra espécie de seu trabalho pessoal. Também nos chama a atenção que Deus deseja que a luz atinja a todos, e não quer que o mais pobre seja deserdado e possa dizer: Não tenho fé, porque não pude pagar; não tive a consolação de receber o estímulo e o testemunho de afeição daqueles por quem choro, pois sou pobre. E lá salienta a razão por que a mediunidade não é um privilégio, e que se encontra por toda parte. E que cobrar, seria, portanto desviá-la de sua finalidade providencial.

E afirma que qualquer pessoa que conheça as condições em que os Bons Espíritos se comunicam, a sua repulsa que sentem por todas as formas que é de interesse egoísta; e que como pouca coisa basta para afastá-los, e que jamais poderão admitir que Espíritos Superiores fiquem à sua disposição a qualquer hora. E ressalta que o simples bom senso repele semelhante coisa. E lá pergunta se não seria ainda uma profanação, evocar por dinheiro os seres que respeitamos ou que nos são caros? E diz que não há dúvida que se pode obter manifestações; mas pergunta mais uma vez, quem poderia garantir a sinceridade? E diz que os Espíritos levianos, mentirosos e espertos, e toda a turba de Espíritos inferiores, muito pouco escrupulosos, atendem sempre a esses chamados, e estão prontos a responder ao que lhes perguntarem, sem qualquer preocupação com a verdade. E salienta que aquele, pois, que deseja comunicações sérias, deve primeiro procurá-las com seriedade, esclarecendo-se quanto à natureza das ligações do médium com os seres do mundo espiritual; e que, a pra ter condição para se conseguir a boa vontade dos bons Espíritos é a que decorre da humildade, do devotamento e da abnegação, e o mais absoluto desinteresse moral e material.

La também está escrito que ao lado da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que se refere à própria natureza da faculdade. Também ressalta que a mediunidade séria não pode ser, e não será jamais uma profissão, não somente porque isso a desacreditaria no plano moral, colocando os médiuns na mesma posição dos ledores da sorte, mas porque existe ainda uma dificuldade material para isso: e que se trata de uma faculdade essencialmente instável, fugida, variável, com a qual ninguém pode contar na certa. E que ela seria, portanto, para o seu explorador, um campo inteiramente incerto de receitas, e que poderia escapar-lhe no momento mais necessário. E que coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo e pelo trabalho, e que, por isso mesmo, representa uma propriedade, da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. E que a mediunidade, porém, não é nem uma arte nem uma habilidade, e por isso não pode ser profissionalizada. E salienta que só existe graças ao concurso dos Espíritos; se estes faltarem, não há mediunidade, pois embora a aptidão possa subsistir, o exercício se torna impossível. E que não há, portanto, um único médium no mundo, que possa garantir a obtenção de um fenômeno espírita em determinado momento. E esta também escrito que explorar a mediunidade, como se vê, é querer dispor de uma coisa que realmente não se possui e afirmar o contrário é enganar os que pagam. E que não é de si próprio que o explorador dispõe, e sim do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos. E que este pensamento repugna instintivamente, onde esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, a credulidade e a superstição, que provocou a proibição de Moisés. E esta escrito que o Espiritismo moderno, compreendendo o aspecto sério do assunto, pelo descrédito a que se lançou essa exploração, e elevou a mediunidade à categoria de missão. (Ver Livro dos Médiuns, cap. XXVIII, e Céu e Inferno, cap. XII).

Deixa escrito também, que a mediunidade é uma coisa sagrada, que deve ser praticada santamente, religiosamente. E se há uma espécie de mediunidade que requer esta condição de maneira ainda mais absoluta, é a mediunidade curadora. Ressalta que o médico oferece o resultado dos seus estudos, feitos ao peso de sacrifícios geralmente penosos; e que o magnetizador da ao seu próprio fluído, e por vezes até sua saúde. E que médium curador transmite o fluído salutar dos bons Espíritos, e não tem o direito de vendê-lo.  E que Jesus e os Apóstolos, embora pobres, não cobravam as curas que operavam.

Que procuremos aqueles, pois, que carecem do que viver recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; e que não lhes consagremos, se assim for necessário, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possam dispor. E que os Espíritos levarão em conta o seu devotamento e os seu sacrifício, ao passo que se afastam do que esperam fazer deles uma escada por onde subam.

Bibliografia: O Livro Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo médium Getulio Pacheco Quadrado.

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