A
Doutrina Espírita, ou Espiritismo, tem como lema a liberdade de expressão.
Assim, não há um órgão centralizador, como ocorre, por exemplo, na Igreja
Católica. Há apenas os princípios básicos que sustentam a Doutrina, ou seja:
a existência de Deus, dos Espíritos, a possibilidade da comunicação com eles,
a existência do mundo espiritual, da Lei de causa e efeito e a reencarnação.
Diante disso, cada centro espírita tem a possibilidade de praticar as
atividades doutrinárias da maneira que achar melhor, sendo essencial o bom
senso e a seriedade na execução das mesmas.
Colocaremos abaixo, 11 das principais atividades que podem ser praticadas
dentro de um centro espírita.
Há que se levar em consideração o espaço físico e a quantidade de pessoas
preparadas em um centro espírita, para que todas as atividades possam ser
colocadas em prática. Pois caso o grupo espírita ainda não disponha de
trabalhadores suficientes ou preparados para os serviços citados, melhor
optar por praticar apenas os que tenham condições. Posteriormente, com uma
organização e planejamento, poderá ampliar as atividades para melhor atender
ao público frequentador.
A prática correta ou não destas atividades vai variar de acordo com o
conhecimento do grupo que dirigir a casa. E a melhor maneira de sabermos se
os trabalhos estão sendo feitos dentro dos preceitos de Allan Kardec é
analisarmos os resultados obtidos, tanto na orientação como nos tratamentos
dos problemas materiais e espirituais dos que buscam ajuda no centro
espírita.
Recepção: aquele que chega pela primeira vez no centro
espírita geralmente tem uma série de dúvidas a respeito do funcionamento da
casa. Muitas vezes nem sabe o que irá encontrar ali, haja visto a grande
confusão que há na sociedade sobre o que é e o que não é
Espiritismo. Havendo uma recepção, que pode ser uma simples mesa ou uma
sala, o indivíduo poderá para lá se dirigir e obter as informações sobre
horário de funcionamento da casa, trabalhos desenvolvidos etc.
É necessário que a pessoa responsável pela recepção tenha total conhecimento
das atividades da casa e que se mantenha simpática em todos os momentos.
Precisamos lembrar que a recepção é o primeiro contato do visitante com o
centro espírita. E quase sempre é a primeira impressão que cativará ou
afastará o público do grupo.
É necessário que também se evite lidar com dinheiro na recepção. Muitas vezes
é na própria recepção que trabalhadores e frequentadores da casa fazem
doações ou pagamentos de alguma promoção beneficente promovida pelo grupo.
Para as pessoas que chegam pela primeira vez ao centro espírita, pode causar
estranheza e interpretações equivocadas sobre o motivo do dinheiro. Assim, é
melhor que qualquer movimentação de dinheiro só seja feita em envelopes ou
após o final dos trabalhos abertos ao público.
Palestras: é o principal trabalho de uma casa espírita (veja
exemplos de palestras
escritas). O ser humano só consegue libertar-se de seus vícios morais ou
materiais quando se esclarece dos malefícios que os mesmos trazem para sua
existência. É através das palestras que os oradores conseguem levar o
conhecimento espiritual existente na Doutrina Espírita.
Porém, por ser uma atividade de maior seriedade, deve ser entregue a pessoas
preparadas doutrinariamente e experientes em relação à vida cotidiana. É
importante também que o palestrante busque aperfeiçoar-se em técnicas de
oratória, o que o ajudará na apresentação das ideias.
O assistente precisa sentir no palestrante o que a Doutrina chama de força
moral. Ou seja, que o expositor esteja falando de algo que conhece e pratica.
O tempo destinado à palestra também é importante. Muito curtas, são
superficiais; compridas, tornam-se exaustivas. O ideal são palestras que
tenham duração de no mínimo 30 minutos e no máximo 40 minutos.
Seu teor deve mesclar os postulados da Doutrina Espírita e o Evangelho de
Jesus. Sempre que possível, relacioná-los com o dia-a-dia da sociedade.
Assim, o ouvinte poderá fazer ligações do que está ouvindo com seus próprios
problemas e dúvidas.
Importante: no
momento da palestra, é aconselhável que as demais atividades da casa sejam
interrompidas para que todos os trabalhadores e público possam escutá-la.
Lembremos que a palestra será o agente modificador do necessitado e
incentivador dos que prestam assistência no núcleo.
Atendimento particular: chamado em alguns centros espíritas de consulta ou
entrevista, este trabalho visa orientar e ajudar espiritualmente pessoas
detentoras de problemas mais graves, e quando necessário, submetê-las a um
tratamento espiritual.
Em uma sala reservada, um atendente e um auxiliar (trabalhadores experientes
da casa) receberão para uma conversa íntima indivíduos desajustados
emocionalmente, desesperados, com dificuldades familiares, amorosas,
financeiras, desiludidos da vida.
A recepcionista da casa se encarregará de preencher uma ficha com os dados
básicos do atendido (nome, idade, estado civil, endereço), encaminhando-a aos
atendentes. Estes, após conversarem com a pessoa, farão os demais
apontamentos que julgarem necessários para o acompanhamento do caso, como:
estado emocional, religião praticante, se é portador de algum desequilíbrio
mental já diagnosticado por médicos, se está sob efeito de remédios, e outras
informações que poderão ajudá-los em um possível tratamento espiritual.
Casas que já possuem médiuns devidamente preparados poderão detectar durante
a entrevista ou em uma reunião mediúnica se há ou não uma influência
espiritual atuando junto ao ser, orientando-o após isso sobre as atitudes a
serem tomadas. Caso contrário, o atendente terá seu trabalho limitado, mas
poderá orientar o indivíduo dentro de um posicionamento cristão, ajudando-o a
corrigir seus defeitos e encontrar a paz procurada.
Importante:
a) Todas as informações prestadas pelo entrevistado ao atendente serão
altamente sigilosas. As fichas que contêm anotações sobre a vida particular
da pessoa deverão ficar em um fichário sob a responsabilidade daqueles que
participaram da entrevista.
b) Caso haja a utilização de um médium verificando a atividade espiritual ao
lado do atendido, possíveis manifestações de Espíritos nunca devem ocorrer na
presença do necessitado, para evitar possíveis distúrbios psíquicos ou
impressões indesejadas.
Tratamento espiritual: todo aquele em que foi diagnosticada uma influência
espiritual (obsessão) deverá passar por um tratamento espiritual. Ele
consiste na aplicação de passes semanais, a ingestão de água fluidificada e o
acompanhamento das palestras no centro espírita, buscando a análise constante
das imperfeições que possibilitaram à má influência instalar-se ao seu lado,
tentando melhorar-se moralmente a cada dia.
Este tratamento será complementado nas reuniões de desobsessão, onde os
responsáveis pela ajuda continuarão a evocar a entidade perturbadora no
sentido de orientá-la a seguir outro caminho.
Assim, atua-se nos dois campos que geram o problema obsessivo: o obsidiado, orientando-o
moralmente e auxiliando-o fluidicamente; e o obsessor, alertando-o de seu
estado e encaminhando-o para um melhor estágio espiritual.
Reunião mediúnica e de desobsessão: trata-se de reuniões íntimas onde apenas participam
os médiuns (pessoas com maior capacidade de sentir a influência dos
Espíritos) da casa e alguns trabalhadores auxiliares, pois ali muitas vezes
serão tratados assuntos que dizem respeito à vida particular de pessoas que
buscaram auxílio no centro espírita.
A reunião mediúnica serve para que os bons espíritos deem orientações e para
que os sofredores manifestem-se, podendo ser ajudados através de orientações
do doutrinador presente. Nela, também é praticada a mediunidade de novatos e
médiuns experientes, aperfeiçoando a forma de intercâmbio com o mundo
espiritual.
Quanto à reunião de desobsessão, é aconselhável, porém não imprescindível,
que seja realizada em dia diferente da reunião mediúnica. Na desobsessão,
participariam como médiuns apenas os mais experientes, devido ao nível
vibratório das entidades comunicantes, que geralmente é mais baixo. Em
centros que utilizam o Atendimento Particular, depois de passarem pela sala
de atendimento, e verificadas possíveis influências espirituais (obsessão),
os casos serão levados às reuniões de desobsessão. Nestas reuniões, o
dirigente da sessão fará o que Allan Kardec denominou de evocação, ou seja:
solicitará a Jesus e aos Espíritos superiores que permitam a manifestação da
entidade espiritual que está acompanhando determinado ser. Ao se manifestar
em um dos médiuns presentes, este Espírito receberá o que o Espiritismo chama
de doutrinação, que nada mais é do que uma conversa franca e amigável com o
Espírito comunicante. O trabalhador responsável tentará obter do Espírito o
que ele deseja ao lado do necessitado e tentará convencê-lo a afastar sua
influência, com a ajuda dos Espíritos que dirigem a casa. Também poderão
existir manifestações espirituais espontâneas, de acordo com a necessidade
prevista pela equipe material e espiritual responsáveis pela reunião.
Importante: para
conseguirem-se bons resultados na doutrinação dos Espíritos é necessário que
médium e doutrinador tenham uma vida moral sadia. Vícios materiais, como o
cigarro, a bebida ou as drogas; e vícios morais, como o adultério, o orgulho,
a sensualidade exagerada e a mentira devem ser combatidos rapidamente por
aqueles que se dispõem a trabalhar em nome de Jesus em um centro espírita.
Assim como nas palestras, onde o exemplo moral do palestrante é que tocará o
indivíduo que o escuta, na mediunidade o Espírito só será convencido de que
precisa se modificar se sentir que quem o está orientando ou dando-lhe
passagem está esforçando-se também para isso. Caso contrário, a evocação
dificilmente trará benefícios ao sofredor.
Passes: os passes são transmissões de fluidos de um ser para
outro. Os fluidos são energias que fazem parte da estrutura material e
espiritual dos seres. Nos centros espíritas é aconselhável que os médiuns
passistas tenham uma vida regrada, sem os vícios já citados no item
"Reuniões mediúnicas". Afinal, se seus fluidos estiverem
contaminados por maus pensamentos ou atitudes indevidas poderão prejudicar ao
invés de auxiliar quem os recebe.
O passe é aplicado apenas com a imposição das mãos do passista sobre a fronte
do indivíduo. Não é necessário tocá-lo.
No momento do passe, o passista busca sintonia com os Espíritos superiores,
geralmente através de uma prece feita de pensamento. Com isso, estes amigos
espirituais poderão ajuntar seus fluidos aos fluidos do médium, favorecendo
ainda mais quem está recebendo. A pessoa após o passe irá se sentir
fortalecida e mais disposta frente aos problemas por quais passa.
Importante: o
passe é um complemente espiritual, e não a solução. Para que o indivíduo
possa melhorar é necessário que busque constantemente a libertação de suas
imperfeições. Aqueles que buscam a casa espírita apenas para receber o passe
devem ser orientados sobre a necessidade do esclarecimento através das
palestras e das boas leituras.
Livro de preces: muitas pessoas que vêm ao centro têm parentes e
amigos que não podem acompanhá-los por variados motivos: doença, viagem,
trabalho ou mesmo ignorância sobre o que é a Doutrina Espírita. Outras há que
gostariam que seus entes desencarnados recebessem boas vibrações através de
orações feitas no núcleo. O livro de preces serve para isso. As pessoas
deixam lá os nomes, idade e endereço dos que elas gostariam que fossem
beneficiados pela prece. Um trabalhador da casa pode ficar responsável por
anotar os dados, que posteriormente serão levados para a reunião mediúnica.
Assim, em determinada parte do trabalho, será feita uma prece a Jesus e aos
bons Espíritos, pedindo que possam interceder junto àqueles que ali estão
anotados.
É necessária a discrição do responsável pelo Livro, para não constranger ou
questionar demais aquele que lá coloca um nome.
Importante: sempre
que possível, orientar ao público que embora as preces à distância possam
levar ajuda, o ideal é a presença da pessoa na casa espírita, onde o amparo
será mais direto e os resultados melhores.
Estudo doutrinário: é indispensável ao bom funcionamento do centro
espírita o estudo semanal da Obras Básicas da Doutrina Espírita. Para os
trabalhadores em geral, é aconselhável a leitura de "O Livro dos Espíritos"
e de "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Quanto aos que trabalham
na mediunidade, a leitura de "O Livro dos Médiuns" torna-se
obrigatória para o bom desenvolvimento de suas faculdades.
Se a casa espírita fica sem estudo torna-se presa fácil de Espíritos
atrasados que vez por outra tentam atrapalhar o bom andamento dos trabalhos
em nome de Jesus. Conhecendo as Obras Básicas da Doutrina, as orientações de
Kardec e os conselhos dos Espíritos superiores os trabalhadores do centro
estarão mais atentos para saberem se estão ou não fazendo da casa um núcleo
espírita sério.
As obras acessórias que existem no movimento espírita, psicografadas
(escritas através de médiuns influenciados por Espíritos) por Chico Xavier,
Divaldo Pereira Franco e tantos outros médiuns de renome também podem ser
estudadas, desde que não sejam o alvo principal dos estudos. O trabalhador
precisa estudar e revisar constantemente as obras de Kardec para poder
separar o joio do trigo existente nas obras acessórias.
Importante: Para
os que estão ingressando ou querendo ingressar nos trabalhos da casa, é
importante que o centro tenha um Curso para Iniciantes.
Há vários cursos deste tipo no movimento espírita, que trazem um resumo da
Doutrina e de sua história. É aconselhável que diferente dos trabalhadores,
que devem estudar sempre, os iniciantes tenham um curso de curta duração (no
máximo 4 meses, com aulas semanais). Caso contrário, poderão desanimar antes
de conhecerem mais a fundo o Espiritismo.
Se o curso seguir estas dicas, com certeza será um grande auxiliar na
captação de novos trabalhadores para o centro.
Assistência social: a caridade material/social deve fazer parte de toda
casa espírita. Se ficarmos apenas na teoria, sem colocar "a mão na
massa", o centro corre o risco de tornar-se apenas um núcleo de muita
conversa e pouco serviço.
Para que uma atividade possa ser desenvolvida a contento, é necessário que
haja pessoas comprometidas com o serviço. Horários e dias para os trabalhos
devem ser definidos e não feitos aleatoriamente. As pessoas envolvidas devem
ter consciência da responsabilidade que assumiram, pois muitos carentes da
ajuda material e espiritual estarão aguardando o amparo anunciado. Por isso,
só deve-se abrir frentes que possam ser mantidas, e não apenas iniciadas sem
um planejamento prévio.
Recursos financeiros devem ser destinados para a assistência social. O grupo
espírita poderá desenvolver promoções beneficentes periódicas visando
arrecadar fundos, tanto para a manutenção da casa, como também para a
abertura e ampliação dos trabalhos caritativos.
É importante que toda a parte financeira utilizada tenha relatórios e
balancetes mensais de prestação de contas aos trabalhadores da casa, como
também ao público em geral, caso necessário. Isso evita possíveis dúvidas e
aumenta a confiança dos que se dispõem a ajudar financeiramente a casa.
Trabalhos assistenciais a serem desenvolvidos não faltam: visitas a enfermos
em hospitais, manicômios, orfanatos, asilos; distribuição de cestas de
alimento, de roupas, de comida; desenvolvimento de escolas
profissionalizantes, cursos de gestantes, e evangelização infantil em
favelas; visitas a casas de pessoas enfermas; campanha de arrecadação de
alimentos em bairros e supermercados; e muitas outras formas de auxílio aos
carentes do pão material e da orientação espiritual.
Todo trabalhador do centro espírita deve buscar ao menos um tipo de caridade
material por semana. Isso desenvolverá dentro dele o sentimento de compaixão
ao próximo, que lhe será muito útil em sua vida, dentro e fora da casa
espírita.
Evangelização e Mocidade: o centro espírita não tem como função substituir os
pais na educação religiosa de seus filhos. Porém, pode ser um importante
auxiliar neste sentido. Tanto a Evangelização infantil como o trabalho das
Mocidades visam integrar a criança e o jovem aos princípios da moral cristã e
dos conhecimentos da Doutrina Espírita.
A Evangelização deve ser coordenada por pessoas preparadas no contato com
crianças e conhecedoras dos princípios da Doutrina Espírita. Geralmente, as
idades admitidas neste setor vão de 04 a 13 anos, subdividindo-as em salas de
acordo com a idade, como por exemplo: 4 a 6 anos; 7 a 10 e 11 a 13 anos. É
evidente que há grupos que não detêm espaço suficiente para tais divisões, e
então irão se adaptar às condições físicas da casa.
O importante é que sejam desenvolvidos os aspectos morais cristãos,
preconizados pelo Espiritismo, incutindo nas crianças o desejo da ajuda mútua
e do amor ao próximo. Isso pode ser estimulado através de histórias e atividades
que busquem fazer as crianças perceberem o quanto é importante cooperar, ser
útil e agir pensando no próximo.
Geralmente, a Evangelização infantil ocorre no momento das Palestras
Públicas, pois enquanto os pais estão absorvendo os ensinos da Doutrina, seus
filhos estarão sendo evangelizados dentro dos preceitos de Jesus e do
Espiritismo.
Já a Mocidade é direcionada geralmente a jovens com idade entre 14 e 18 anos.
A idade pode variar um pouco, para mais ou para menos. O importante é que não
haja grandes diferenças, pois diferentemente da Evangelização, na Mocidade há
uma propensão para diálogos e fóruns de discussão sobre temas polêmicos, à
luz da Doutrina Espírita. Assuntos como drogas, sexo, violência, próprios da
vida que o jovem irá enfrentar, devem ser discutidos e analisados, visando
mostrar o que Jesus e o Espiritismo podem ajudá-los em suas escolhas.
É necessário que os responsáveis tenham um conhecimento acima da média sobre
a Doutrina Espírita, pois o questionamento do jovem sempre busca uma resposta
coerente para suas dúvidas. Além disso, é aconselhável que sejam pessoas que
não tenham vícios como o cigarro e o álcool, pois servirão de exemplos aos
jovens, mostrando que não há a necessidade de fumar ou beber para sentirem-se
felizes.
Enfim, a Mocidade serve principalmente para integrar o jovem no trabalho
voluntário, desenvolvendo no mesmo a vontade de ser útil. E fazendo com que
ele compreenda que a Doutrina Espírita não é uma religião coercitiva,
proibindo tal ou qual coisa. Mas sim, que o Espiritismo nos alerta para as consequências
de nossos atos.
Divulgação doutrinária: a Doutrina Espírita precisa ser bem divulgada para
que diminuam as confusões existentes entre ela e cultos espiritualistas ou
afro-brasileiros. Ter uma biblioteca na casa é de extrema importância. O
centro poderá comprar ou receber em doações uma série de livros doutrinários
que possam esclarecer o leitor sobre as bases do Espiritismo e do mundo
espiritual. Estas obras devem ser emprestadas ao público que terá cerca de
vinte dias para ler e devolvê-la para a casa. Uma pessoa fica responsável
pelo empréstimo e anotação do nome, endereço e telefone do locatário. Com
isso, se caso houver uma demora na devolução, o bibliotecário poderá contatar
o leitor e lembrá-lo de devolver a obra para que outras pessoas possam
usufruí-la também.
Outra forma importante de divulgação são os folhetos (veja exemplo) ou jornais
doutrinários que podem ser confeccionados pelo grupo. O teor das matérias
deve ser o esclarecimento das práticas espíritas, a exposição de temas
evangélicos e o comentário de situações e fatos do cotidiano à luz da
Doutrina Espírita.
Estes veículos de divulgação podem ser entregues aos frequentadores da casa,
como também distribuídos nas redondezas do centro espírita, de casa em casa,
servindo como propaganda para o núcleo espírita.
TV, internet e rádio também são ótimos veículos de divulgação doutrinária. O
grupo deve analisar qual dos meios é o mais apropriado, financeiramente e com
pessoas preparadas para desenvolvê-los, e então começar o trabalho.
Persistência e boa vontade são essenciais para que o objetivo de divulgação
seja alcançado.
Conclusão
Allan
Kardec, na Revista Espírita do mês de junho do ano de 1865, afirma o seguinte
sobre a necessidade de trabalharmos com responsabilidade e seriedade em um
centro espírita:
"Notemos igualmente que é nos centros espíritas verdadeiramente sérios
que se fazem os mais sinceros adeptos, porque os assistentes são tocados pela
boa impressão que recebem. Ao passo que nos centros espíritas levianos e
frívolos, só se é atraído pela curiosidade, que nem sempre é satisfeita.
Compreender o verdadeiro objetivo da Doutrina Espírita, empregando-a para
fazer o bem a desencarnados e encarnados, é pouco recreativo para certas
pessoas, temos que convir. Mas é mais meritório para os que a isso se
devotam". Desenvolver as atividades de um centro espírita com bom senso e
perseverança fará com que o espiritismo consiga atingir seus ideais, que são
principalmente o esclarecimento e consolação dos que o procuram.
Abaixo, reproduziremos comentários de Allan Kardec, em "O Livro dos
Médiuns", capítulo 29, a respeito da importância de haver organização
nas Sociedades Espíritas.
É um texto muito importante para a reflexão dos espíritas sérios, que visam a
prática coerente dos ensinos presentes na Codificação.
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