Nossos estudos e textos auxiliares sobre Doutrina Espírita.
QUINTA-FEIRA, 10 DE DEZEMBRO DE 2009
Por que Deus criou a nós e o Universo?
Certo dia, em um grupo de estudos,
foi-nos solicitado desenvolver este tema, cujo nível evolutivo intelectual e
moral em que ora nos encontramos não nos permite responder de forma abrangente
e precisa. Não obstante, buscamos, nas obras da Codificação Espírita, citações
que nos permitissem compreender ao menos um pouco melhor o tema. Abaixo citamos
as conclusões a que chegamos:
1.
Por sermos criaturas ainda imperfeitas, apenas um pequeno elo da
criação, não temos ainda condição de penetrar o ponto de vista do Criador para
entender plenamente Seus motivos;
2.
O que hoje entendemos como o motivo principal para a Criação é o Amor;
3.
O Amor é dinâmico, não estático, não pode ser uma energia “estagnada”.
Daí a consequência de constantes criações e transformações, com vistas ao
progresso. O próprio Universo, segundo alguns cientistas estão concluindo
recentemente, já sofreu infinitas “reencarnações”, ou vários ciclos de “big
bang” e “big crunch”, segundo o modelo cíclico da formação do Universo
(neste link da Wikipédia, bem como na postagem “O Universo Cíclico”, neste blog, apresentação do modelo em linhas
gerais);
4.
A finalidade da nossa criação é sermos felizes. Não é o “por que”, mas o
“para que”, pergunta à qual nos parece estamos mais ao alcance de responder.
A seguir, apresentamos as citações das Obras
Básicas da Codificação Espírita, de autoria de Allan Kardec, as quais
subsidiaram nossas ilações. Estimulemo-nos sempre ao estudo e aprofundamento de
nossos entendimentos, com vistas a melhor servirmos ao propósito da Criação.
Questões de “O Livro
dos Espíritos”:
·
11. Será dado um dia ao homem
compreender o mistério da Divindade? “Quando não mais tiver o espírito
obscurecido pela matéria. Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de
Deus, ele o verá e compreenderá.”
·
38. Como criou Deus o Universo? “Para me
servir de uma expressão corrente, direi: pela sua Vontade. Nada caracteriza
melhor essa vontade onipotente do que estas belas palavras da Gênese — “Deus
disse: Faça-se a luz e a luz foi feita.”
·
78. Os Espíritos tiveram princípio,
ou existem, como Deus, de toda a eternidade? “Se não tivessem tido princípio,
seriam iguais a Deus, quando, ao invés, são criação sua e se acham submetidos à
sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, é incontestável. Quanto, porém,
ao modo por que nos criou e em que momento o fez, nada sabemos. Podes dizer que
não tivemos princípio, se quiseres com isso significar que, sendo eterno, Deus
há de ter sempre criado ininterruptamente. Mas, quando e como cada um de nós
foi feito, repito-te, nenhum o sabe: aí é que está o mistério.”
·
81. Os Espíritos se formam
espontaneamente, ou procedem uns dos outros? “Deus os cria, como a todas as
outras criaturas, pela sua vontade. Mas, repito ainda uma vez, a origem deles é
mistério.”
·
119. Não podia Deus isentar os Espíritos das
provas que lhes cumpre sofrer para chegarem à primeira ordem? “Se Deus os
houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teriam para gozar dos benefícios dessa
perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta? Demais, a desigualdade entre
eles existente é necessária às suas personalidades. Acresce ainda que as
missões que desempenham nos diferentes graus da escala estão nos desígnios da
Providência, para a harmonia do Universo.”
·
130. Sendo errônea a opinião dos que admitem
a existência de seres criados perfeitos e superiores a todas as outras
criaturas, como se explica que essa crença esteja na tradição de quase todos os
povos? “Fica sabendo que o mundo onde te achas não existe de toda a eternidade
e que, muito tempo antes que ele existisse, já havia Espíritos que tinham
atingido o grau supremo. Acreditaram os homens que eles eram assim desde todos
os tempos.”
·
604. Pois que os animais, mesmo os
aperfeiçoados, existentes nos mundos superiores, são sempre inferiores ao
homem, segue-se que Deus criou seres intelectuais perpetuamente destinados à
inferioridade, o que parece em desacordo com a unidade de vistas e de progresso
que todas as suas obras revelam. “Tudo em a Natureza se encadeia por elos que
ainda não podeis apreender. Assim, as coisas aparentemente mais díspares têm
pontos de contacto que o homem, no seu estado atual, nunca chegará a
compreender. Por um esforço da inteligência poderá entrevê-los; mas, somente
quando essa inteligência estiver no máximo grau de desenvolvimento e liberta
dos preconceitos do orgulho e da ignorância, logrará ver claro na obra de Deus.
Até lá, suas muito restritas ideias lhe farão observar as coisas por um
mesquinho e acanhado prisma. Sabei não ser possível que Deus se contradiga e
que, na Natureza, tudo se harmoniza mediante leis gerais, que por nenhum de
seus pontos deixam de corresponder à sublime sabedoria do Criador.”
·
Trechos das respostas às questões 607 a) e b). “Sentir-se-ão
humilhados os grandes gênios por terem sido fetos informes nas entranhas que os
geraram? Se alguma coisa há que lhe seja humilhante, é a sua inferioridade
perante Deus e sua impotência para lhe sondar a profundeza dos desígnios e para
apreciar a sabedoria das leis que regem a harmonia do Universo. Reconhecei a
grandeza de Deus nessa admirável harmonia, mediante a qual tudo é solidário na
Natureza. Acreditar que Deus haja feito, seja o que for, sem um fim, e criado
seres inteligentes sem futuro, fora blasfemar da sua bondade, que se estende
por sobre todas as suas criaturas.”
“A Terra não é o ponto de partida da primeira encarnação humana. O período da
humanização começa, geralmente, em mundos ainda inferiores à Terra. Isto,
entretanto, não constitui regra absoluta, pois pode suceder que um Espírito,
desde o seu início humano, esteja apto a viver na Terra. Não é frequente o
caso; constitui antes uma exceção.”
·
634. Por que está o mal na natureza das
coisas? Falo do mal moral. Não podia Deus ter criado a Humanidade em melhores
condições? “Já te dissemos: os Espíritos foram criados simples e ignorantes.
Deus deixa que o homem escolha o caminho. Tanto pior para ele, se toma o
caminho mau: mais longa será sua peregrinação. Se não existissem montanhas, não
compreenderia o homem que se pode subir e descer; se não existissem rochas, não
compreenderia que há corpos duros. É preciso que o Espírito ganhe experiência;
é preciso, portanto, que conheça o bem e o mal. Eis por que se une ao corpo.”
·
804. Por que não outorgou Deus as mesmas
aptidões a todos os homens? “Deus criou iguais todos os Espíritos, mas cada um
destes vive há mais ou menos tempo, e, conseguintemente, tem feito maior ou
menor soma de aquisições. A diferença entre eles está na diversidade dos graus
da experiência alcançada e da vontade com que obram, vontade que é o
livre-arbítrio. Daí o se aperfeiçoarem uns mais rapidamente do que outros, o
que lhes dá aptidões diversas. Necessária é a variedade das aptidões, a fim de
que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no
limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não
faz, fá-lo outro. Assim é que cada qual tem seu papel útil a desempenhar.
Demais, sendo solidários entre si todos os mundos, necessário se torna que os
habitantes dos mundos superiores, que, na sua maioria, foram criados antes do
vosso, venham habitá-lo, para vos dar o exemplo.”
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”:
·
Cap. III, item 19: “O progresso é
lei da Natureza. A essa lei todos os seres da Criação, animados e inanimados,
foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e
prospere. A própria destruição, que aos homens parece o termo final de todas as
coisas, é apenas um meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais
perfeito, visto que tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento.”
·
Cap. XI, item 13: “Deus nos criou para sermos
felizes na eternidade (...)”
·
Cap. XIII, item 12: “A caridade é,
em todos os mundos, a eterna âncora de salvação; é a mais pura emanação do
próprio Criador; é a sua própria virtude, dada por ele à criatura.”
“O Céu e o Inferno”:
·
1ª Parte, Cap. III, item 12: “A felicidade
dos Espíritos bem-aventurados não consiste na ociosidade contemplativa, que
seria, como temos dito muitas vezes, uma eterna e fastidiosa inutilidade. A
vida espiritual em todos os seus graus é, ao contrário, uma constante
atividade, mas atividade isenta de fadigas. A suprema felicidade consiste no
gozo de todos os esplendores da Criação, que nenhuma linguagem humana jamais
poderia descrever, que a imaginação mais fecunda não poderia conceber. Consiste
também na penetração de todas as coisas, na ausência de sofrimentos físicos e
morais, numa satisfação íntima, numa serenidade dalma imperturbável, no amor
que envolve todos os seres, por causa da ausência de atrito pelo contacto dos
maus, e, acima de tudo, na contemplação de Deus e na compreensão dos seus
mistérios revelados aos mais dignos. A felicidade também existe nas tarefas
cujo encargo nos faz felizes. Os puros Espíritos são os Messias ou mensageiros
de Deus pela transmissão e execução das suas vontades. Preenchem as grandes
missões, presidem à formação dos mundos e à harmonia geral do Universo, tarefa
gloriosa a que se não chega senão pela perfeição. Os da ordem mais elevada são
os únicos a possuírem os segredos de Deus, inspirando-se no seu pensamento, de
que são diretos representantes.”
·
1ª Parte, Cap. III, item 18: “Mas, dir-se-á, por
que Deus não lhes revelou de princípio toda a verdade? Pela mesma razão por que
senão ensina à infância o que se ensina aos de idade madura. A revelação
limitada foi suficiente a certo período da Humanidade, e Deus a proporciona
gradativamente ao progresso e às forças do Espírito. Os que recebem hoje uma
revelação mais completa são os mesmos Espíritos que tiveram dela uma partícula
em outros tempos e que de então por diante se engrandeceram em inteligência.
Antes de a Ciência ter revelado aos homens as forças vivas da Natureza, a
constituição dos astros, o verdadeiro papel da Terra e sua formação, poderiam
eles compreender a imensidade do Espaço e a pluralidade dos mundos? Antes de a
Geologia comprovar a formação da Terra, poderiam os homens tirar-lhe o inferno
das entranhas e compreender o sentido alegórico dos seis dias da Criação? Antes
de a Astronomia descobrir as leis que regem o Universo, poderiam compreender
que não há alto nem baixo no Espaço, que o céu não está acima das nuvens nem
limitado pelas estrelas? Poderiam identificar-se com a vida espiritual antes
dos progressos da ciência psicológica? conceber depois da morte uma vida feliz
ou desgraçada, a não ser em lugar circunscrito e sob uma forma material? Não;
compreendendo mais pelos sentidos que pelo pensamento, o Universo era muito
vasto para a sua concepção; era preciso restringi-lo ao seu ponto de vista para
alargá-lo mais tarde. Uma revelação parcial tinha sua utilidade, e, embora
sábia até então, não satisfaria hoje. O absurdo provém dos que pretendem poder
governar os homens de pensamento, sem se darem conta do progresso das ideias,
quais se fossem crianças.”
·
1ª Parte, Cap. VI, item 16: “Deus criou as
almas para fazê-las felizes ou desgraçadas? Evidentemente a felicidade da
criatura deve ser o fito do Criador, ou Ele não seria bom. Ela atinge a
felicidade pelo próprio mérito, que, adquirido, não mais o perde. O contrário
seria a sua degeneração. A felicidade eterna é, pois, a consequência da sua
imortalidade. (...) Sendo o bem o fim supremo da Criação, a felicidade, que é o
seu prêmio, deve ser eterna; e o castigo, como meio de alcançá-la, temporário.
A noção mais comezinha da justiça humana prescreve que se não pode castigar
perpetuamente quem se mostra desejoso de praticar o bem.”
·
1ª Parte, Cap. VII, item 32: “Deus, diz-se,
não daria prova maior de amor às suas criaturas, criando-as infalíveis e, por
conseguinte, isentas dos vícios inerentes à imperfeição? Para tanto fora
preciso que Ele criasse seres perfeitos, nada mais tendo a adquirir, quer em
conhecimentos, quer em moralidade. Certo, porém, Deus poderia fazê-lo, e se o
não fez é que em sua sabedoria quis que o progresso constituísse lei geral. Os
homens são imperfeitos, e, como tais, sujeitos a vicissitudes mais ou menos
penosas. E pois que o fato existe, devemos aceitá-lo. Inferir dele que Deus não
é bom nem justo, fora insensata revolta contra a lei.”
·
1ª Parte, Cap. VIII, item 15: “Realiza-se
assim a grande lei de unidade da Criação; Deus nunca esteve inativo e sempre
teve puros Espíritos, experimentados e esclarecidos, para transmissão de suas
ordens e direção do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos
detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de criar seres privilegiados, isentos
de obrigações; todos, antigos e novos, adquiriram suas posições na luta e por
mérito próprio; todos, enfim, são filhos de suas obras. E, desse modo,
completa-se com igualdade a soberana justiça do Criador.”
Nebulosa da Águia
(fonte: http://apod.nasa.gov/apod/ap050425.html)
“A Gênese”:
·
Cap III, item 3: “O homem, cujas faculdades são
restritas, não pode penetrar, nem abarcar o conjunto dos desígnios do Criador;
aprecia as coisas do ponto de vista da sua personalidade, dos interesses factícios
e convencionais que criou para si mesmo e que não se compreendem na ordem da
Natureza. Por isso é que, muitas vezes, se lhe afigura mal e injusto aquilo que
consideraria justo e admirável, se lhe conhecesse a causa, o objetivo, o
resultado definitivo. Pesquisando a razão de ser e a utilidade de cada coisa,
verificará que tudo traz o sinete da sabedoria infinita e se dobrará a essa
sabedoria, mesmo com relação ao que lhe não seja compreensível.”
·
Cap. VI, item 13: “Se bem compreendemos a relação,
ou, antes, a oposição entre a eternidade e o tempo, se nos familiarizamos com a
ideia de que o tempo não é mais do que uma medida relativa da sucessão das
coisas transitórias, ao passo que a eternidade é essencialmente una, imóvel e
permanente, insuscetível de qualquer medida, do ponto de vista da duração,
compreenderemos que para ela não há começo, nem fim. Doutro lado, se fazemos
ideia exata — embora, necessariamente, muito fraca — da infinidade do poder
divino, compreenderemos como é possível que o Universo haja existido sempre e
sempre exista. Desde que Deus existiu, suas perfeições eternas falaram. Antes
que houvessem nascido os tempos, a eternidade incomensurável recebeu a palavra
divina e fecundou o espaço, eterno quanto ela.”
·
Cap. VII, item 32: “O orgulho
levou o homem a dizer que todos os animais foram criados por sua causa e para
satisfação de suas necessidades. Mas, qual o número dos que lhe servem
diretamente, dos que lhe foi possível submeter, comparado ao número
incalculável daqueles com os quais nunca teve ele, nem nunca terá, quaisquer
relações? Como se pode sustentar semelhante tese, em face das inumeráveis
espécies que exclusivamente povoaram a Terra por milhares e milhares de
séculos, antes que ele aí surgisse, e que afinal desapareceram? Poder-se-á
afirmar que elas foram criadas em seu proveito? Entretanto, tinham todas a sua
razão de ser, a sua utilidade. Deus, decerto, não as criou por simples capricho
da sua vontade, para dar a si mesmo, em seguida, o prazer de as aniquilar, pois
que todas tinham vida, instintos, sensação de dor e de bem-estar. Com que fim
ele o fez? Com um fim que há de ter sido soberanamente sábio, embora ainda o
não compreendamos. Certamente, um dia será dado ao homem conhecê-lo, para
confusão do seu orgulho; mas, enquanto isso não se verifica, como se lhe
ampliam as ideias ante os novos horizontes em que lhe é permitido, agora,
mergulhar a vista, em presença do imponente espetáculo dessa criação, tão
majestosa no seu lento caminhar, tão admirável na sua previdência, tão pontual,
tão precisa e tão invariável nos seus resultados!”
·
Cap. IX, item 7: “Admitido o ser espiritual e não
podendo ele proceder da matéria, qual a sua origem, seu ponto de partida? Aqui,
falecem absolutamente os meios de investigação, como para tudo o que diz
respeito à origem das coisas. O homem apenas pode comprovar o que existe;
acerca de tudo o mais, apenas lhe é dado formular hipóteses e, quer porque esse
conhecimento esteja fora do alcance da sua inteligência atual, quer porque lhe
seja inútil ou prejudicial presentemente, Deus não lho outorga, nem mesmo pela
revelação. O que Deus permite que seus mensageiros lhe digam e o que, aliás, o
próprio homem pode deduzir do princípio da soberana justiça, atributo essencial
da Divindade, é que todos procedem do mesmo ponto de partida; que todos são
criados simples e ignorantes, com igual aptidão para progredir pelas suas
atividades individuais; que todos atingirão o grau máximo da perfeição com seus
esforços pessoais; que todos, sendo filhos do mesmo Pai, são objeto de igual
solicitude; que nenhum há mais favorecido ou melhor dotado do que os outros,
nem dispensado do trabalho imposto aos demais para atingirem a meta.”
·
Cap. IX, item 8: “Ao mesmo tempo que criou, desde
toda a eternidade, mundos materiais, Deus há criado, desde toda a eternidade,
seres espirituais. Se assim não fora, os mundos materiais careceriam de
finalidade. Mais fácil seria conceberem-se os seres espirituais sem os mundos
materiais, do que estes últimos sem aqueles. Os mundos materiais é que teriam
de fornecer aos seres espirituais elementos de atividade para o desenvolvimento
de suas inteligências. ”
Leia mais no endereço: http://licoesdosespiritos.blogspot.com/2009/12/por-que-deus-criou-nos-e-o-universo.html#ixzz8BLbmufKC
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