CAPÍTULO XXVII. PEDI
E OBTEREIS.
PRECES ESPÍRITAS.
Reuniões espíritas
Pois onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou no
meio deles. (Mateus, 18:20]
Prefácio: Para estarem reunidos em nome de Jesus, não basta à presença material, pois é necessário que o estejam
espiritualmente, pela comunhão de intenções e de pensamentos, voltados para o
bem. Então Jesus se encontra no meio da reunião. Ele ou os Espíritos puros que
o representam. O Espiritismo nos faz compreender de que maneira os Espíritos
podem estar entre nós. É graças ao seu corpo fluídico ou espiritual, e com a
aparência que nos permitiria reconhecê-los, caso se tornassem visíveis. Quanto
mais elevados na hierarquia, maior é o seu poder de irradiação, de maneira que,
possuindo o dom de ubiquidade, podem estar simultaneamente em muitos lugares:
para tanto, basta a emissão de um raio de seu pensamento.
Com essas palavras, Jesus quis mostrar o efeito da união e da
fraternidade. Não é o maior ou menor número que atrai os Espíritos, pois se
assim fosse, ele podia ter dito, em vez de duas ou três pessoas, dez ou vinte,
mas o sentimento de caridade que as anima reciprocamente. Ora, para isso,
bastam duas pessoas, mas se essas duas orarem separadas, mesmo que se dirijam
a Jesus, não há entre elas comunhão de pensamentos, sobretudo se não estão
movidas por um sentimento de mútua benevolência. Se estiverem, então, animadas
de mútua prevenção, com ódio, inveja ou ciúme, as correntes fluídicas de seus
pensamentos se repelem, em vez de se unirem por um comum impulso de simpatia, e
então elas não estão reunidas em nome de Jesus. Nesse caso, Jesus será apenas o pretexto da
reunião, e não o seu verdadeiro motivo.
Isso não quer dizer que Jesus não ouça uma pessoa só. Se ele não disse: “Atenderei a qualquer
que me chame”, é porque exige, antes de tudo, o amor do próximo, do qual se podem
dar maiores provas em conjunto do que isoladamente, e porque todo sentimento
pessoal o nega. Segue-se que, numa reunião numerosa, se duas ou três pessoas se
ligassem pelo coração, num sentimento de verdadeira caridade, enquanto as
outras permanecessem isoladas e concentradas em ideias egoístas ou
mundanas, Jesus estaria com as primeiras e não com as demais. Não é, portanto, a
simultaneidade das palavras, dos cânticos ou dos atos exteriores, que constitui
a reunião em nome de Jesus, mas a comunhão de pensamentos, segundo, o espírito
de caridade por ele personificado.
Esse deve ser o caráter das reuniões espíritas sérias, em que
sinceramente se deseja o concurso dos Bons Espíritos.
Prece (Para o começo da reunião): Rogamos ao Senhor Deus
Todo-Poderoso enviar-nos Bons Espíritos para nos assistirem, afastar aqueles
que possam induzir-nos ao erro, e dar-nos a luz necessária para distinguirmos a
verdade da impostura.
Afastai também os Espíritos malfazejos, encarnados ou desencarnados, que
poderiam tentar lançar a desunião entre nós, e com isso desviar-nos da caridade
e do amor do próximo. Se alguns procurarem penetrar neste recinto, fazei que
não encontrem acesso em nossos corações.
Bons Espíritos, que vos dignais vir instruir-nos, tornai-nos dóceis aos
vossos conselhos, afastai-nos de todo pensamento de egoísmo, de orgulho, de
inveja e de ciúmes: inspirai-nos a indulgência e a benevolência para com os
nossos semelhantes presentes ou ausentes, amigos ou inimigos; fazei, enfim, que
pelos sentimentos que nos animarem, possamos reconhecer a vossa salutar
influência.
Daí aos médiuns, que encarregardes de nos transmitir os vossos
ensinamentos, a consciência da santidade do mandato que lhes é confiado e da
gravidade do ato que vão praticar, a fim de que o façam com o fervor e o
recolhimento necessários.
Se estiverem entre nós pessoas que foram atraídas por outros
sentimentos, que não o do bem, abri os seus olhos à luz, e perdoai-as, como nós
as perdoamos, se vieram com intenções malfazejas.
Pedimos especialmente ao espírito de..., nosso guia espiritual, para nos
assistir e velar por nós.
Prece (Para o fim da reunião): Agradecemos aos Bons Espíritos que
vieram comunicar-se conosco, pedimos que nos ajudem a por em prática as
instruções que nos deram, e façam que cada um de nós, ao sair daqui, esteja
fortificado na prática do bem e do amor ao próximo.
Desejamos igualmente que essas lições sejam proveitosas para os
Espíritos sofredores, ignorantes ou viciosos, que puderam assistir a esta
reunião, e para os quais suplicamos a misericórdia de Deus.
Para os médiuns
E será {que} nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu
espírito sobre toda carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos
jovens verão visões e vossos anciãos sonharão sonhos.] E, mesmo
sobre os meus servos e sobre as minhas servas, naqueles dias, derramarei do meu
espírito, e profetizarão. (Atos, 2:17-18).
Prefácio: Quis o Senhor que a luz se fizesse para todos os homens,
e que a voz dos Espíritos penetrasse por toda à parte, a fim de que cada um
pudesse obter a prova da imortalidade. É com esse objetivo que os Espíritos se
manifestam hoje por toda a Terra, e que a mediunidade, revelando-se entre as
pessoas de todos as idades e de todas as condições, entre homens e mulheres,
crianças e velhos, constituem um sinal de que os tempos chegaram.
Para conhecer a coisas do mundo visível e descobrir os segredos da natureza
material, Deus concedeu aos homens a vista física, os sentidos corporais e os
instrumentos especiais. Com o telescópio, ele mergulha o seu olhar nas
profundidades do espaço, e com o microscópio descobriu o mundo dos
infinitamente pequenos. Para penetrar o mundo invisível, deu-lhe a mediunidade.
Os médiuns são os intérpretes do ensino dos Espíritos, ou melhor, são
os instrumentos materiais pelos quais os Espíritos se exprimem, nas suas
comunicações com os homens. Sua missão é sagrada, porque tem por fim
abrir-lhes os horizontes da vida eterna.
Os Espíritos vêm instruir o homem sobre o seu futuro, para conduzi-lo ao
caminho do bem e não para poupar-lhe o trabalho material que lhe cabe neste
mundo, para o seu próprio adiantamento, nem para favorecer as suas ambições e a
sua cupidez. Eis do que os médiuns devem compenetrar-se bem, para não fazerem
mau uso de suas faculdades. Aquele que compreende a gravidade do mandato de que
se acha investido, cumpre-o religiosamente. Sua consciência o condenaria, como
por um ato sacrílego, se transformasse em divertimento e distração, para
si mesmo e para os outros, as faculdades que lhe foram dadas com uma
finalidade séria, pondo-o em relação com os seres do outro mundo.
Como intérpretes do ensinamento dos Espíritos, os médiuns devem
desempenhar um papel importante na transformação moral que se opera. Os
serviços que podem prestar estão na razão da boa orientação que derem às suas
faculdades, pois os que seguem os meus caminhos são mais prejudiciais do que
úteis à causa do Espiritismo; pelas más impressões que produzem retardam mais
de uma conversão. Eis porque terão de prestar contas do uso que fizeram das
faculdades que lhes foram dadas para o bem dos seus semelhantes.
O médium que não quer perder a assistência dos Bons Espíritos deve
trabalhar pela sua própria melhoria. O que deseja que a sua faculdade se
engrandeça e desenvolva, deve engrandecer-se moralmente, abstendo-se de tudo o
que possa desviá-la da sua finalidade providencial.
Se os Bons Espíritos às vezes se servem de instrumentos imperfeitos, é
para bem aconselhá-los e procurar levá-los ao bem; mas se encontram corações
endurecidos, e se os seus conselhos não são ouvidos, retiram-se, e os maus têm
então o campo livre.
A experiência demonstra que, entre os que não aproveitam os conselhos dos
Bons Espíritos, as comunicações, após haverem alguns clarões, durante certo
tempo, acabam por cair no erro, na verbosidade vazia e no ridículo, sinal
incontestável do afastamento dos Bons Espíritos.
Obter a assistência dos Bons Espíritos e livrar-se dos Espíritos
levianos e mentirosos deve ser o objetivo dos esforços constantes de todos os
médiuns sérios. Sem isso a mediunidade é uma faculdade estéril que pode mesmo
reverter em prejuízo daquele que a possui, degenerando em obsessão perigosa.
O médium que compreende o seu dever, em vez de orgulhar-se de uma
faculdade que não lhe pertence, desde que lhe pode ser retirada, atribui a Deus
o que de bom consegue obter. Se as suas comunicações merecem elogios, ele não
se envaidece com isso, por saber que elas independem do seu método pessoal, e
agradece a Deus haver permitido que os Bons Espíritos se manifestassem através
dele. Se dão motivo a críticas, não se ofende por isso, pois sabe que elas não
foram produzidas por ele. Pelo contrário, reconhece não ter sido um bom
instrumento e que não possui todas as qualidades necessárias para impedir a
intromissão dos maus Espíritos. Trata, então, de adquirir essas qualidades, e
pede, pela prece, a força que lhe falta.
Prece: Deus Todo-Poderoso, permiti que os Bons Espíritos me
assistissem na comunicação que solicito. Preservai-me da presunção de me julgar
ao abrigo dos maus Espíritos; do orgulho que poderia me enganar sobre o valor
do que obtenha; de todo sentimento contrário à caridade para com os outros
médiuns. Se for induzido ao erro, inspirai a alguém ideia de me advertir, e a
mim, a humildade que me fará aceitar a critica com reconhecimento, e aceitar
para mim, e não para os outros, os conselhos que os Bons Espíritos queiram
dar-me.
Se me sentir tentado a enganar, seja no que for, ou a me envaidecer da
faculdade que vos aprouve conceder-me, peço-vos que a retireis de mim, antes
que permitir seja ela desviada de sua finalidade providencial, que é o bem de
todos e o meu próprio adiantamento moral.
Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e
divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.
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