A PRECE
A prece
é um dos meios pelos quais a cura de um mal pode ser alcançada. Mas é, também,
um meio dos mais difíceis, haja vista a pequena capacidade que grande parte dos
seres humanos tem para orar. Isto porque a oração não é um ato mecânico, que se
realiza pelos lábios. Não. A prece é algo que depende enormemente do pensamento
e da vontade, pois sem estes ela se transforma em algo sem maior expressão.
Quando os homens aprendem verdadeiramente a orar, indubitavelmente conseguem
sucesso em muitas coisas, inclusive na solução de seus problemas de saúde.
A
confirmação de que se pode obter cura através da prece pode advir do
conhecimento (que vimos atrás) da ação do pensamento sobre os fluidos, que nos
esclarece como a coisa acontece. Mas pode advir também da informação do “Livro
dos Espíritos”: – “Podemos obter curas só pela prece?” indaga Kardec, ao que os
espíritos respondem: “Sim, às vezes Deus nos permite; mas talvez o bem do
doente seja o de sofrer ainda e então vocês pensam que a prece não foi ouvida”.
Esta
resposta enseja, além da confirmação do poder da prece na cura, uma reflexão
sobre o fato de nem todo doente poder ser curado. Isto está explícito na
resposta dos espíritos, que afirmam ser a doença, muitas vezes, “o bem do
doente”. Todos sabemos que isto acontece em vários níveis, ou seja, sempre que
o doente é possuidor de compromissos denominados cármicos, que devem se
prolongar para além do momento em que está recebendo o tratamento, a cura deixa
de acontecer. Um indivíduo de grande força de vontade e orando com sinceridade,
pode ainda assim não alcançar o que deseja se isto for o melhor para ele.
Aliás,
André Luiz nos mostra um exemplo que ilustra bem esse fato: havendo
desencarnado, a mãe de um jovem prossegue no mundo espiritual sofrendo com a
doença do seu filho encarnado, preso ao leito. De tanto implorar aos espíritos
mais esclarecidos o alívio das dores do seu filho, ela recebe a informação de
que será atendida. Tão logo os espíritos realizam a cura, o jovem retoma uma
vida perdulária, acabando por voltar ao vício do alcoolismo, que havia motivado
a sua doença. Com isto, também retorna a doença e o jovem volta ao leito. A
mãe, embora com muito sofrimento, acaba por compreender que a dor é “o bem do
doente”.
Como a
questão da cura total é extremamente complexa, uma vez que os resultados variam
de caso para caso, é bom estar prevenido. Pode o indivíduo não estar em
condições de obter a cura total, seja porque o seu estado físico está
comprometido irremediavelmente, seja porque o seu processo cármico o recomenda.
Mas, entre a cura total e a cura parcial muita coisa pode ocorrer, ou seja, há
pessoas que, depois determinado tratamento, alcançam resultados parciais, que
diminuem em parte o seu sofrimento, sem extingui-lo definitivamente. Quando isto
acontece, de duas uma: ou a pessoa compreende e assume sua situação, ou ela não
aceita o pequeno resultado, e continua descrente de tudo.
Isto
pode ocorrer com dirigentes mal preparados. Estes poderão entrar em um processo
de descrença ante a doutrina pelo simples fato de não conseguir resultados
positivos para todos aqueles que os procuram. A maneira de enfrentar essa
situação, que será inevitável nas casas espíritas dedicadas à prática da cura
espiritual, é fortalecer o conhecimento, a fim de compreender que na maioria
das vezes a cura total ou parcial não depende exclusivamente dele, mas de um
conjunto de fatores nos quais entram o pensamento, os fluidos, os
intermediários, os espíritos e o próprio paciente.
Retornemos
à prece. Apesar do estágio em que nos encontramos atualmente, somos ainda muito
deficientes na hora de realizarmos uma oração. Esta deficiência é que nos
impede de obter bons resultados em nossos propósitos. A prece deveria se
constituir em matéria de constante estudo nos centros espíritas, mas estudo
verdadeiro e não se tornar objeto de considerações puramente místicas, que
impedem alcançar a sua essência.
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