sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VII.PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS.

Os Espíritos bons ou maus por natureza, “são os mesmos Espíritos, que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para outra, mais elevada.”
Na criação dos Espíritos por parte de Deus, os criou simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, e para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe, os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa ao seu destino final. Outros só as suportam murmurando e assim, por sua culpa, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.”

Segundo foi exposto, os Espíritos, em sua origem, seriam como as crianças, ignorantes e inexperientes, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos de que carecem com o percorrerem as diferentes fases da vida?

A criança rebelde se conserva ignorante e imperfeita. Seu aproveitamento depende da sua maior ou menor docilidade, isto na vida do homem tem termo, ao passo que a dos Espíritos se prolonga ao infinito.”

Não a Espíritos que se conservem eternamente nas ordens inferiores, porque todos se tornarão perfeitos. Mudam de ordem, mas demoradamente, porquanto, como já de outra vez foi dito, um pai justo e misericordioso não pode banir seus filhos para sempre. Sendo Deus, tão grande, tão bom, tão justo, que o acharia pior do que nós mesmos?”

Tudo depende dos Espíritos progredirem mais ou menos rapidamente para a perfeição. Pois Eles a alcançam mais ou menos rápido, conforme o desejo que têm de alcançá-la e a submissão que testemunham à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais depressa do que outra recalcitrante?”

Não podem os Espíritos degenerar-se, porque à medida que avançam, compreendem o que os distanciava da perfeição. Concluindo uma prova, o Espírito fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece. Podendo permanecer estacionário, mas não retrograda.”

Não podia Deus isentar os Espíritos das provas que lhes cumpre sofrer para chegarem à primeira ordem, porque nenhum mérito teriam para gozar dos benefícios dessa perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta? Ademais, a desigualdade entre eles existente é necessária à sua personalidade. Acresce ainda que as missões que desempenham nos diferentes graus da escala estão nos desígnios da Providência, para a harmonia do universo.”


Pois que, na vida social, todos os homens podem chegar às mais altas funções, seria o caso de perguntar-se por que o soberano de um país não faz de cada um de seus soldados um general; por que todos os empregados subalternos não são funcionários superiores; por que todos os colegiais não são mestres. Ora, entre a vida social e a espiritual há esta diferença: enquanto que a primeira é limitada e nem sempre permite que o homem suba todos os seus degraus, a segunda é indefinida e a todos oferece a possibilidade de se elevarem ao grau supremo.

Todos os Espíritos não passam pela fileira do mal para chegar ao bem, mais sim pela fileira da ignorância. ”

O por que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal, foi pelo seu livre arbítrio. Deus não criou Espíritos maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanta para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria.”

“O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, se a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram.”

As influências que sobre ele se exercem, vem dos Espíritos imperfeitos que procuram apoderar-se dele, dominá-lo, e que rejubilam com o fazê-lo sucumbir. Foi isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás.”

Tal influência só se exerce sobre o Espírito o acompanhando na sua vida de Espírito, até que haja conseguido tanto império sobre si mesmo, que os maus desistem de obsidiá-lo.”

Não foi Deus que criou os Espíritos para a maldade, como foi dito. Criou todos os Espíritos simples e ignorantes, e lhes deu o livre arbítrio,e cada um escolheu a sua estrada.


Pois há Espíritos que desde o princípio seguem o caminho do bem absoluto e outros o do mal absoluto, havendo, sem dúvida, gradações entre esses dois extremos, onde os casos intermediários constituem a grande maioria.”


Os Espíritos que enveredaram pela senda do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros, mas as eternidades lhes serão mais longas.”

Por estas palavras as eternidades se deve entender a ideia que os Espíritos inferiores fazem da perpetuidade de seus sofrimentos, cujo termo não lhes é dado ver, ideia que revive todas as vezes que sucumbem numa prova.

Chegando ao grau supremo da perfeição, os Espíritos que andaram pelo caminho do mal,

“Deus os olha de igual maneira para os que se transviaram e para os outros, e a todos ama com o mesmo coração. Aqueles são chamados maus, porque sucumbiram. Antes, não eram mais que simples Espíritos.”

Os Espíritos são criados iguais quanto às faculdades intelectuais, porém, não sabendo donde vêm, preciso é que o livre-arbítrio siga seu curso. Eles progridem mais ou menos rapidamente em inteligência como em moralidade.”

Os Espíritos que desde o princípio seguem o caminho do bem nem por isso são Espíritos perfeitos. Não têm, é certo, maus pendores, mas precisam adquirir a experiência e os conhecimentos indispensáveis para alcançar a perfeição. Podemos compará-los a crianças que, seja qual for a bondade de seus instintos naturais, necessitam de se desenvolver e esclarecer, e que não passam, sem transição, da infância à madureza. Simplesmente, assim como há homens que são bons e outros que são maus desde a infância, também há Espíritos que são bons ou maus desde a origem, com a diferença capital de que a criança tem instintos já inteiramente formados, enquanto que o Espírito, ao formar-se, não é nem bom, nem mau; tem todas as tendências e toma uma ou outra direção, por efeito do seu livre-arbítrio.

Mensagem divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

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