quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

SONAMBULISMO.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VIII.SONAMBULISMO.

O sonambulismo natural, não tem relação com os sonhos, porque é um estado de independência da alma, mais completo que no sonho, e então as faculdades adquirem maior desenvolvimento A alma tem percepções que não atinge no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito.

No sonambulismo, o Espírito está na posse total de si mesmo; os órgãos materiais, estando de qualquer forma em catalepsia, não recebem mais as impressões exteriores. Esse estado se manifesta sobretudo durante o sono; é o momento em que o Espírito pode deixar provisoriamente o corpo, que se acha entregue ao repouso indispensável à matéria. Quando se produzem os fatos do sonambulismo é que o Espírito, preocupado com uma coisa ou outra se entrega a alguma ação que exige o uso do seu corpo, do qual se serve como se empregasse uma mesa ou qualquer outro objeto material nos fenômenos de manifestação física. Ou mesmo da nossa mão, nas comunicações escritas. Nos sonhos de que se tem consciência. Os órgãos, inclusive os da memória, começam a despertar e receitem imperfeitamente as impressões produzidas pelos objetos ou as causas exteriores, e as comunicam ao Espírito que, também se encontrando em repouso, só percebe sensações confusas e frequentemente fragmentárias, sem nenhuma razão de ser aparente misturadas que estão de vagas recordações, seja desta existência seja de existências anteriores. É, portanto, fácil compreender por que os sonâmbulos não se lembram de nada e por que os sonhos de que conservam a lembrança na maioria das vezes, não têm sentido. Digo na maioria das vezes, porque acontece também serem eles a consequência de uma recordação precisa de acontecimentos de uma vida anterior e, algumas vezes, até uma espécie de intuição do futuro.

O chamado sonambulismo magnético tem relações com o sonambulismo natural, sendo a mesma coisa, com a diferença de ser provocado.

A natureza do agente chamado fluido magnético.

Fluido vital, eletricidade animalizada, que são modificações do fluido universal.

A causa da clarividência sonambúlica, é a alma que vê.

Não há corpos opacos, senão para os nossos órgãos grosseiros. Para o Espírito, a matéria não oferece obstáculos, pois ele a atravessa livremente. Com frequência ele nos diz que vê pela testa, pelo joelho etc., porque nós, inteiramente imersos na matéria, não compreendemos que ele possa ver sem o auxílio dos órgãos, e ele mesmo, pela nossa insistência, julga necessitar desses órfãos. Mas se o deixássemos livre, compreenderia que vê por todas as partes do corpo ou, para melhor dizer, e fora do corpo que ele vê.

Na clarividência do sonâmbulo e a da sua alma ou do seu Espírito, por que ele não vê tudo e por que se engana tantas vezes?

Primeiro, não e dado aos Espíritos imperfeitos tudo ver e tudo conhecer: sabemos muito bem que eles ainda participam dos nossos erros e dos nossos prejuízos: e, depois, quando estão ligados a matéria, não gozam de todas as suas faculdades de Espíritos. Deus deu ao homem esta faculdade com um fim útil e sério, e não para que ele aprenda o que não deve saber; eis porque os sonâmbulos não podem dizer tudo.

A fonte das ideias inatas do sonâmbulo, ele pode falar com exatidão de coisas que ignora no estado de vigília, e que estão mesmo acima de sua capacidade intelectual, porque o sonâmbulo possui mais conhecimentos do que lhe reconhecemos. Eles estão somente adormecidos, porque o seu invólucro é bastante imperfeito para que ele possa recordá-los. Mas, em última análise, o que é ele? Como nós, um Espírito, que está encarnado para cumprir a sua missão, e o estado em que ele entra o desperta dessa letargia.  Já nos foi dito repetidamente que revivemos muitas vezes; e essa mudança é que lhe faz perder materialmente o que conseguimos aprender na existência precedente. Entrando no estado a que chamamos crise, ele se lembra, mas sempre de maneira incompleta; ele sabe, mas não poderia dizer de onde lhe vem o conhecimento, nem como o possui. Passada a crise, toda a lembrança se apaga e ele volta à obscuridade.

 

Comentário de Kardec: A experiência mostra que os sonâmbulos recebem também comunicações de outros Espíritos, que lhes transmitem o que eles devem dizer e suprem a sua insuficiência. Isto se vê, sobretudo, nas prescrições médicas: o Espírito do sonâmbulo vê o mal, o outro lhe indica o remédio. Esta dupla ação é algumas vezes patente e se revela outras vezes pelas suas expressões bastante frequentes: dizem-me que diga; ou proíbem-me dizer tal coisa. Neste último caso, é sempre perigoso insistir em obter a revelação recusada, porque então se dá lugar aos Espíritos levianos que falam de tudo sem escrúpulos e sem se interessarem pela verdade.

A explicação da visão a distância, em alguns sonâmbulos, é o mesmo, quando a alma no sono se transporta.

O desenvolvimento maior ou menor da clarividência sonambúlica   depende da organização física e da natureza do Espírito encarnado, onde há disposições físicas que permitem ao Espírito libertar-se mais ou menos facilmente da matéria.

Até certo ponto As faculdades de que o sonâmbulo desfruta são as mesmas do Espírito após a morte, pois é necessário terem conta a influência da matéria, a que ele ainda se encontra ligado.

Na maioria das vezes o sonâmbulo pode ver os outros Espíritos muito bem; mas depende do grau e da natureza da lucidez de cada um; mas, às vezes, ele não compreende, de início, e os toma por seres corporais. Isso acontece, sobretudo, com os que não têm nenhum conhecimento do Espiritismo; eles ainda não compreendem a natureza dos Espíritos, o fato os espanta e é por isso que julgam estar vendo pessoas vivas.

Comentário de Kardec: O mesmo efeito se produz no momento da morte, entre os que ainda se julgam vivos. Nada ao seu redor lhes parece modificado, os Espíritos lhes aparecem como tendo corpos semelhantes aos nossos, e eles tomam a aparência de seus próprios corpos como corpos reais.

O sonâmbulo que vê a distância, vê do lugar em que está o seu corpo, pois se é a alma que vê e não o corpo?

Sendo a alma que se transporta, pode o sonâmbulo experimentar no corpo as sensações de calor ou de frio do lugar em que se encontra a sua alma, às vezes bem longe do corpo, porque: permanece sempre ligada a ele pelo laço que os une, e é esse laço o condutor das sensações. Quando duas pessoas se correspondem entre uma cidade e outra por meio da eletricidade, é este o laço entre os seus pensamentos; é graças a isso que elas se comunicam, como se estivessem uma ao lado da outra.

O uso que um sonâmbulo faz da sua faculdade influi no estado do seu Espírito após a morte, como o uso bom ou mau de todas as faculdades que Deus concedeu ao homem.

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

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