A abençoada moeda
Dinheiro não traz
felicidade! – A frase anda na boca de muitas pessoas e é repetida inúmeras
vezes.
Com certeza, o dinheiro, em si mesmo, não traz felicidade, da mesma
forma que não constitui felicidade a beleza, o poder e outros tantos itens do
mundo.
Felicidade tem a ver com os propósitos de vida, o que elegemos para nós
mesmos, em termos de realização pessoal. No entanto, de forma alguma o dinheiro
se faz dispensável.
A sua ausência,
quase sempre, se transforma em fator de desequilíbrio e miséria com que se
atormentam multidões.
Dessa forma, pensemos um tanto mais antes de ficarmos repetindo o que
dizem tantos.
O dinheiro, em si mesmo, não é bom, nem mau. A sua validade decorre do
uso que dele fazemos.
Pensemos que bendita é a moeda que adquire o medicamento que salva
vidas.
Bendito é o dinheiro que levanta hospitais, sustenta campanhas
humanitárias, promove a educação de crianças e jovens.
Bendita é a moeda que multiplica bênçãos familiares através do salário
digno ao trabalhador.
Bendito é o dinheiro que compra o leite e nutre o recém-nascido.
É ele que fomenta pesquisas e estimula o progresso humano. É ele que
constrói pontes e une um extremo ao outro. É ele que financia a cultura, as
artes.
É ele que patrocina o amparo aos animais e a proteção à natureza.
O dinheiro
não compra o céu, mas pode gerar a simpatia na Terra, quando utilizado nas
tarefas do bem.
Quem pode viver na Terra sem um abrigo para as intempéries, um teto para
se precaver das chuvas, do sol inclemente?
Quem pode viver sem o alimento que lhe nutra o corpo? Quem pode curar-se
sem acesso à cirurgia, ao tratamento clínico, à droga medicamentosa?
Não nos esqueçamos
de que Jesus abençoou o vintém da viúva, no tesouro público do templo.
Também enalteceu o gesto de amizade de Maria de Betânia, derramando-lhe
o caríssimo perfume de nardo nos cabelos, homenageando-O.
Tanto que afirmou que onde quer que o Seu Evangelho fosse pregado,
aquele gesto igualmente seria lembrado.
Perfume de nardo, adquirido com dinheiro e guardado para uma ocasião
especial.
Dinheiro também serve para isso: para dizermos a um amigo querido que o
amamos muito e o desejamos honrar, com nossa presença e com nosso mimo.
Quem não aprecia a delicadeza de uma flor, de um cartão, de uma pequena
dádiva oferecida em nome da ternura?
Quem de tudo se despoja, dizendo que nada deseja do mundo, em verdade se
torna um peso para a sociedade que lhe deve prover a sobrevivência.
Pensemos a respeito: nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Nem sovinice
que nos mantenha atrelados à usura, nem desprezo à moeda que libera o doente da
dor, o esfaimado da sua carência, o iletrado da sua ignorância.
Importante não é ter muito ou ter pouco. Importante é saber lhe dar o
correto destino.
Não amaldiçoemos, portanto, o dinheiro, instrumento dócil em nossas
mãos.
Façamo-lo servir conosco, sob a inspiração do Cristo e transformemos
nossas possibilidades financeiras em valiosos talentos em nosso caminho,
cooperando na disseminação do bem no mundo.
Redação do Momento
Espírita, com base no cap. 19 do livro
Leis morais da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL; nos caps.
I e II do livro Dinheiro, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. IDE.
Em 5.3.2020.
BIBLIOGRAFIA.
MOMENTO ESPÍRITA. MATÉRIA DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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