E a vida prossegue...
Quem de nós já não experimentou a
súbita ausência de um ente querido?
Quem de nós já não sentiu profunda
saudade de um afeto que, não estando mais no mundo corpóreo, deixa uma aparente
lacuna em nossa vida?
Mesmo expressando fé em palavras ou
em muitas de nossas atitudes, a tristeza da falta do contato, da ausência do
sorriso, da impossibilidade de um abraço acaba por nos fazer agir com imensa
tristeza diante da morte.
Não é fácil se despedir de um ente
querido, mesmo idoso ou longamente doente, quando já nos era sabido que a
ausência física ocorreria em breve.
Com certeza, a ausência aparentemente
definitiva daquele a quem demos apenas um até logo é muito mais difícil de entender ou aceitar.
A mãe que recebe a notícia da morte
de um filho que deveria, em algumas horas, estar de retorno ao lar deverá
encontrar forças imensas para ir adiante.
O esposo que descobre que a amada
esposa não chegará daquela viagem, possivelmente tem a sensação de que o chão
lhe treme.
Mas, por que será que a morte não é
por nós vista como um adeus temporário? Por que a certeza da sobrevivência da
alma ou Espírito, tão comum entre diversas religiões, não nos dá consolo
imediato?
Sabemos que o que chamamos de morte é
apenas a morte do corpo físico, pois o Espírito ou alma é eterno, e esta crença
é verdade para grande parte da Humanidade.
Acostumados a valorizar a vida
material acabamos por dar um grande valor à morte física, nos esquecendo
frequentemente de que ela é só do corpo, jamais do Espírito.
Se realmente temos fé, se realmente
nossa crença está alicerçada no coração e na mente, o consolo virá e será mais
facilmente aceito.
Deus, em sua infinita bondade e
justiça, não interromperia a vida física de um jovem sem um motivo; não
afastaria, de modo aparentemente irremediável, um ente da família sem uma
razão.
O que ocorre é que, vivendo em um
corpo físico, nosso Espírito não lembra dos momentos em que, com alegria e
determinação, participou de sua programação de vida, incluindo o tempo que esta
duraria.
Lembramos, então, da necessidade de
uma fé sólida e inabalável, que pode e deve ser questionada, para que possa ser
vivenciada de maneira consciente, mas jamais esquecida.
Francisco Cândido Xavier, o grande
médium reconhecido e respeitado mundo afora, nos trouxe, através da sua
mediunidade psicográfica, inúmeras notícias do outro lado, nos dando provas de
que a vida prossegue, e que os sentimentos continuam.
Muitas famílias tiveram a felicidade
de saber que seus amores continuavam vivos, em outro plano, e que o sentimento
de amor sobrevivera à separação física.
Não foram poucas as mensagens pedindo
que não houvesse tristeza, pois esta podia ser sentida por quem morrera e,
frequentemente, lhe dificultava o caminhar.
Os sentimentos, sejam alegres ou
tristes, são percebidos por nossos amores em outro plano e eles sentir-se-ão
tristes ou felizes, tal qual nós, deste lado, sentimos.
A tristeza é normal no primeiro
momento, a saudade perfeitamente aceitável mas, jamais o desespero, a revolta,
a procura infindável de um responsável.
A oração, instrumento acessível a
qualquer pessoa, independentemente de sua crença, é valioso meio de buscarmos
forças e de enviarmos nossos sentimentos de amor a quem já partiu deste plano
físico.
Redação do Momento
Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 17, ed. Fep.
DIVULGAÇÃO DO
MÉDIUM GETULIO PACHECO QUDRAO.
Em 03.11.2010.
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