MOMENTO ESPÍRITA. E A PAZ CHEGOU.
O carro da guerra
passou esmagador em desatino, deixando as marcas inapagáveis da
desolação e da morte em toda parte.
Uma nuvem de
sofrimento cobriu o sol da esperança, enquanto as vozes em desespero
misturavam-se ao murmúrio aflitivo das ladainhas.
A aldeia era uma
pequena clareira na floresta do mundo ambicioso e temporal.
Os seus moradores
nada sabiam da política perversa dos estranhos dominadores dos seus destinos.
A poeira que descia
sobre as carnes trêmulas dos vencidos transformava-se em lama ensanguentada.
As crianças
esmagadas não tiveram tempo de fugir, nem os seus pais atônitos de poder
salvá-las ou salvar-se, e nem mesmo as virgens que se refugiaram no templo o
conseguiram.
Somente dominava o
crime com o terror que vencia tudo e todos.
Na turbulência
alucinada pelo desespero, alguém arrancou a música aprisionada na garganta e
suplicou em angústia por socorro e misericórdia:
“Oh! Doce amor dos
desgraçados!
Desce a Tua ternura
até nós e recolhe as nossas aflições na concha sublime das Tuas luminosas mãos.
Faze suavizar o
peso em nossos ombros carregados de injúrias e de humilhação com
o bálsamo das doces esperanças da imortalidade.
Toma nossas
infinitas aflições e transforma-as em sorrisos como flores de incomparável
delicadeza, ornando a terra infeliz onde jazemos semimortos, de forma que se
transforme num jardim de bênçãos para o futuro.”
E silenciou,
arquejante.
Somente se ouviam
entre os gemidos, as onomatopeias da natureza compadecida.
Krishna escutou-a e
enfrentou Indra, o invejoso e temerário, que fugiu envergonhado para além das
nuvens dos céus, permitindo que flechas de luz descessem sobre a aldeia vencida
e triste, vestindo-a de claridade.
A partir daquele
momento, todas as dores da Terra foram se transformando em rosais e festões de
primavera eterna, a fim de que um rei, que é o maior de todos os reis; um Deus
que supera todos os outros deuses, aplacasse a crueldade onde surgisse e uma
doce esperança nunca abandonasse aqueles que amam e confiam, deixando de ser
desventurados.
O monstro da
guerra, surpreendido, tentou fugir, ressurgindo, aqui e ali. Todavia, a partir
de então, a aldeia dos corações humanos ficou em harmonia, instalando-se um
reino diferente que nunca mais desaparecerá do mundo.
Esse rei triunfante
deu a Sua vida por todas as vidas, e o Seu canto de perdão elevou a Humanidade
aos cimos anelados, superando reinos e principados, por estender-se para sempre
no infinito da imortalidade.
* * *
Ei-lo novamente cantando o sermão da paz e da renovação da vida, quando
parecia estar esquecido!
Ei-lo uma vez mais estendendo as mãos sobre os rostos cansados,
lembrando que a dor é escola bendita e que logo adiante passará.
Ei-lo com seu sorriso compreensivo, sem fazer julgamentos, entendendo
nossas mazelas, disposto a ajudar, disposto a ouvir, disposto a permanecer aqui
junto a nós... até quando for necessário...
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem
do Espírito Rabindranath Tagore, psicografia de Divaldo
Pereira Franco, na manhã de 2 de agosto de 2013,
durante o 5º Congresso Espírita de Mato Grosso,
em Cuiabá, MT.
Em 2.3.2017.
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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