CAPÍTULO XVIII. MUITOS OS
CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS.
OS QUE DIZEM ”SENHOR, SENHOR”!
São Mateus recorda no capítulo VII, v: 21 a 23, as
palavras de Jesus: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos
Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse entrará
no Reino dos Céus. Muitos me dirão, naquele dia: Senhor, Senhor, não é assim
que profetizamos em teu nome, e em teu nome expelimos os demônios, e em teu
nome obramos muitos prodígios? E eu então lhes direi, em voz bem inteligível:
Pois eu nunca vos conheci; apartai-vos de mim, os que obrais a iniquidade”.
Já
no capitulo VII v: 24 a 27, e São Lucas no capítulo VI v: 46 a 49 recordam as
palavras de Jesus: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras, e as
observa, será comparado ao homem sábio, que edificou a sua casa sobre a rocha.
E veio a chuva, e transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram
aquela casa, e ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. E todo o que
ouve estas minhas palavras, e não as observa, será comparado ao homem
insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E veio a chuva, e
transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela
caiu, e foi grande a sua ruína”.
E
São Mateus, no capítulo V. v. 19, também comentou as palavras de Jesus: “Aquele,
pois, que quebrar um destes mínimos mandamentos, e que assim ensinar aos
homens, será chamado mui pequeno no Reino dos Céus; mas o que os guardar, e
ensinar a guardá-los, esse será reputado grande no Reino dos Céus”.
E
procurando esclarecer as palavras de Jesus, começa perguntando, sobre aqueles que
confessam a missão de Jesus, e que dizem Senhor, Senhor! De que vale chamá-lo
Mestre ou Senhor, quando não se seguem os seus preceitos? E os que dizem
cristãos e que o honram através de atos exteriores de devoção, e ao mesmo tempo
sacrificam no altar do egoísmo, do orgulho, do cupidez e de todas as suas
paixões? E pergunta mais uma vez o porquê, estes discípulos que passam os dias
a rezar, e não acabam se tornando melhores, nem mais caridosos, nem mais
indulgentes para com os seus semelhantes? E responde: que é porque eles possuem a
semelhança dos fariseus, que tinham a prece nos lábios e não no coração. E que
se serviam apenas das formas, podendo se impor aos homens, mas não a Deus. E
que é em vão em dizer a Jesus: Senhor, nós profetizamos, ou seja, ensinamos em
vosso nome; expulsamos os demônios em vosso nome; comemos e bebemos convosco! E
que diante destas palavras Jesus lês responderá: Não sei quem sois. Retirai-vos
de mim, vós que cometeis iniquidade, que desmentis as nossas palavras pelas
ações, que caluniais o próximo, que espoliais as viúvas e cometeis adultério! Retirai-vos
de mim, vós, cujo coração destila ódio e fel, vós que derramais o sangue de
vossos irmãos em meu nome, que fazeis correrem as lágrimas em vez de secá-las! Para
vós, haverá choro e ranger de dentes, pois o Reino de Deus é para os que são
mansos humildes e caridosos. Não espereis dobrar a justiça do Senhor pela
multiplicidade de vossas palavras e de vossas genuflexões. A única via que está
aberta, para alcançardes a graça em sua presença, é a da prática sincera da lei
do amor e da caridade.
E ressalta que as palavras de Jesus
são eternas, porque são as verdades. Que não são somente as salvaguardas da
vida celeste, mas também o penhor da paz, da tranquilidade e da estabilidade do
homem entre as coisas da vida terrena. E ressalta: Eis porque todas as
instruções humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nas suas
palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a pedra. Os homens as
conservarão, porque nelas encontrarão a sua felicidade. Mas aquelas que se
apoiarem na sua violação, serão como a casa construída sobre a areia: o vento
das revoluções e o rio do progresso as levarão de arrastão.
Bibliografia: O Evangelho Segundo o
Espiritismo. Mensagem lida e escrita pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.
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