terça-feira, 8 de junho de 2021

PARÁBOLA DA FIGUEIRA SECA.

 


CAPÍTULO XIX. A FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS. PARÁBOLA DA FIGUEIRA SECA.

 

Marcos no capítulo XI, vers.12-14 e 20-23 comenta o episódio acima com referencia a Jesus que quando saia de Betânia, Ele sentiu fome: E tendo visto ao longe uma figueira, foi lá a ver se acharia nela alguma coisa para comer; e quando chegou a ela, nada achou, senão folhas, porque não era tempo de figos. E falando a figueira disse: Que ninguém coma de ti fruto algum, e seus discípulos ouviram. E no outro dia pela manhã, ao passarem pela figueira, viram que ela estava seca até as raízes. Então, lembrando Pedro, disse para Jesus: Olha Mestre, como secou a figueira que tu amaldiçoaste. E respondendo Jesus, lhe disse: Tende fé em Deus. Em verdade te afirmo que todo o que disser a este monte: Tira-te daí e lança-te ao mar, e isto sem hesitar no seu coração, mas tendo fé de que tudo o que disser sucederá, ele o verá cumprir assim.

Analisando tudo isto, chega-se a conclusão, que a figueira seca é o símbolo das pessoas que apenas aparentam o bem, mas que na realidade nada produzem de bom: dos oradores que possuem mais brilho do que solidez, dotados do verniz das palavras de maneira que estas agradam aos ouvidos; mas, quando as analisamos, nada revelam de substancial para o coração; e, quando as acabamos de ouvir, perguntamos que proveito tivemos.

A figueira é também o símbolo de todas as pessoas que podem ser úteis e não o são; de todas as utopias, de todos os sistemas vazios, de todas as doutrinas sem bases sólidas. O que falta na maioria das vezes é a verdadeira fé, a fé realmente fecunda, a fé que comove as fibras do coração, em uma palavra, a fé que transporta montanhas. São árvores frondosas, mas sem frutos, e é por isso que Jesus as condena a esterilidade, pois dia virá em que ficarão secas até à raiz. Isso quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que não produzirem nenhum bem para a humanidade, serão reduzidas a nada; e que todos os homens voluntariamente inúteis, que não se utilizaram dos recursos de que estavam dotados, serão tratados como a figueira seca.

Pois é disto que se conclui que os médiuns são os intérpretes dos Espíritos. Suprem o organismo material que falta a estes, para nos transmitirem as suas instruções. Eis porque são dotados de faculdades para esse fim. Nestes tempos de renovação social, desempenham uma missão especial: são como árvores que devem dispensar o alimento espiritual aos seus irmãos. Por isso, multiplicam-se, de maneira a que o alimento seja abundante. Espalham-se por toda parte, em todos os países, em todas as classes sociais, entre os ricos e os pobres, os grandes e os pequenos, a fim de que em parte alguma haja deserdados, e para provar aos homens que todos são chamados. Mas se eles desviam de seu fim providencial a faculdade preciosa que lhes foi concedida, se a colocam a serviço de coisas fúteis e prejudiciais, ou dos interesses mundanos; se, em vez de frutos salutares, dão maus frutos; se recusam a torná-la proveitosa para os outros; se nem mesmo para si tiram os proveitos da melhoria própria, então se assemelham à figueira estéril. Deus, então, lhe retirará um dom que se tornou inútil entre as suas mãos; a semente que não souberam semear; e os deixará tornarem-se  presas dos maus Espíritos.

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.

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