O LIVRO DOS ESPIRITOS.
CAPÍTULO IX. LEI DE IGUALDADE
IGUALDADE DOS DIREITOS DO
HOMEM E DA MULHER.
Perante Deus o homem e a mulher são iguais e têm os
mesmos direitos. Deus deu a ambos a inteligência
do bem e do mal e a faculdade de progredir.
A inferioridade moral da mulher em certas regiões se
deu através do domínio injusto e cruel que o homem
exerceu sobre ela. Uma consequência das instituições sociais e do abuso da
força sobre a debilidade. Entre os homens pouco adiantados do ponto de
vista moral a força é o direito.
A mulher é fisicamente mais fraca do que o homem, para lhe assinalar funções particulares. O homem
se destina aos trabalhos rudes, por ser mais forte; a mulher aos trabalhos
suaves; e ambos a se ajudarem mutuamente nas provas de uma vida cheia de
amarguras.
A debilidade física da mulher a coloca naturalmente
na dependência do homem para protegê-la, mas não para escravizá-la.
Comentário
de Kardec: Deus
apropriou a organização de cada ser às funções que ele deve desempenhar. Se deu
menor força física à mulher, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibilidade, em
relação com a delicadeza das funções maternais e a debilidade dos seres
confiados aos seus cuidados.
As funções a que a mulher foi destinada pela
Natureza têm tanta importância quanto às conferidas ao homem e até maior; é ela quem lhe dá as primeiras noções
da vida.
Os homens, sendo iguais perante a lei de Deus, devem
sê-lo igualmente perante a lei humana, sendo este o primeiro princípio de justiça: “Não façais aos outros
os que não quereis que os outros vos façam”.
De acordo com isso, para uma legislação ser
perfeitamente justa deve consagrar a igualdade de direitos entre o
homem e a mulher, mas de funções, não. É necessário
que cada um. Tenha um lugar determinado; que o homem se ocupe de fora e a
mulher do lar, cada um segundo a sua aptidão. A lei humana, para ser
justa, deve consagrar a igualdade de direitos entre o homem e a mulher;
todo privilégio concedido a um ou a outro é contrário à justiça. A emancipação
da mulher segue o progresso da civilização, sua escravização marcha com a
barbárie. Os sexos, aliás, só existem na organização física, pois os Espíritos
podem tomar um e outro não havendo diferenças entre eles a esse respeito.
Por conseguinte, devem gozar dos mesmos direitos.
Há mais
de cem anos, este livro indicava a solução do problema feminino: igualdade de
direitos e diversidade de funções. Marido e mulher não são senhor e escrava,
mas companheiros que desempenham uma tarefa comum, com a mesma responsabilidade
pela sua realização. O feminismo adquire um novo aspecto à luz deste principio.
A mulher não deve ser a imitadora e a competidora do homem, mas a sua
companheira de vida, ambos mutuamente se completando na manutenção do lar, que
é a célula básica da estrutura social.
BIBLIOGRAFIA:
O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
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