quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

OS MINERAIS E AS PLANTAS.

 

O LIVRO DOS ESPÍRITOS.CAPÍTULO I.OS MINE


RAIS E AS PLANTAS.

Quanto a divisão da Natureza em três reinos, ou ainda em duas classes, os seres orgânicos e os seres inorgânicos. Alguns fazem da espécie humana um quarto reino. Dessas divisões a preferível são todas boas, e isto depende do ponto de vista: encarados sob o aspecto material, não há senão seres orgânicos e inorgânicos. Já no ponto de vista moral, há, evidente quatros graus.

Comentário de Kardec: Esses quatro graus têm, com efeito, caracteres bem definidos; embora pareçam confundir-se os seus limites. A matéria inerte, que constitui o reino mineral, não possui mais do que uma força mecânica; as plantas, compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade; os animais, compostos de matéria inerte e dotados de vitalidade, têm também uma espécie de inteligência instintiva, limitada, com a consciência de sua existência e de sua individualidade; o homem, tendo tudo o que existe nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial ilimitada(l) que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra materiais e o conhecimento de Deus.

As plantas não têm consciência de sua existência. Elas não pensam; não têm mais do que a vida orgânica.

As plantas não têm percepções quando mutiladas, mas recebem as impressões físicas da ação sobre a matéria, por conseguinte, não tendo a sensação de dor.

A força que atrai as plantas, umas para as outras, é independente da sua vontade, pois elas não pensam. É uma força mecânica da matéria que age na matéria: elas não poderiam opor-se.

Certas plantas, como a sensitiva e a dionéia, por exemplo, têm movimentos que acusam uma grande sensibilidade e em alguns casos uma espécie de vontade, como a última, cujos lóbulos apanham a mosca que vem pousar sobre ela para sugar-lhe o suco, e à qual ela parece haver preparado uma armadilha para matar. Essas plantas têm uma vontade e formam uma classe intermediária entre a natureza vegetal e a animal, constituindo uma transição de uma para a outra?

— Tudo é transição na Natureza, pelo fato mesmo de que nada é semelhante, e no entanto tudo se liga. As plantas não pensam e por conseguinte não têm vontade. A ostra que se abre e todos os zoófitos não têm pensamento: nada mais possuem que um instinto natural e cego.

Comentário de Kardec: O organismo humano nos fornece exemplos de movimentos analógicos, sem a participação da vontade, como as funções digestivas e circulatórias. O piloro se fecha ao contato de certos corpos para negar-lhes passagem. O mesmo deve acontecer com a sensitiva, no qual os movimentos não implicam absolutamente a necessidade de uma percepção, e menos ainda de uma vontade.

Há nas plantas, como nos animais, um instinto de conservação que o leva a procurar aquilo que lhes pode ser útil e a fugir ao que lhes pode prejudicar. Isto se quisermos, uma espécie de instinto; isso depende da extensão que se atribua a essa palavra; mas é puramente mecânico. Quando, nas reações químicas, vemos dois corpos se unirem, é que eles se afinam, quer dizer que há afinidades entre eles; mas não chamemos a isso de instinto.

 Nos mundos superiores as plantas não são, com os outros seres, de natureza mais perfeita.

— Tudo é mais perfeito; mas as plantas são sempre plantas, como os animais são sempre animais e os homens sempre homens(1).

 


(l) A inteligência do homem é ilimitada em face da inteligência limitada do animal. O texto francês diz “indefinie”, geralmente traduzido por indefinida. Embora a palavra indefinido tenha, também em português, o sentido de sem limites, parece-nos que a tradução mais clara é a que fizemos. (N. do T.)

 

(1) Algumas pessoas fazem desta resposta uma negação da continuidade evolutiva das coisas e dos seres. O leitor deve considerar que a resposta se refere à condição dos mundos superiores, onde há plantas, animais e homens, como nos inferiores, mas em escala avançada. A palavra sempre não é empregada aí no sentido de eternidade, o que seria contrariar os princípios espíritas. Quer dizer apenas que os três reinos existem sempre em todos os mundos aqui referidos. (N. do T).

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

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