terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

PERCEPÇÕES, SENSAÇÕES E SOFRIMENTOS DOS ESPÍRITOS.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO III. PERCEPÇÕES, SENSAÇÕES E SOFRIMENTOS DOS ESPÍRITOS.

A alma, uma vez no mundo dos Espíritos, tem ainda as percepções que tinha nesta vida e outras, porque o seu corpo era como um véu que a obscurecia. A inteligência é um atributo do Espírito, mas se manifesta mais livremente quando não tem entraves.

As percepções e os conhecimentos dos Espíritos quanto mais se aproximam da perfeição, mais sabem; se são superiores, sabem muito. Os Espíritos inferiores são mais ou menos ignorantes em todos os assuntos.

Conforme e sua elevação e a sua pureza os Espíritos conhecem o princípio das coisas. Já os Espíritos inferiores não sabem mais do que os homens.

Os Espíritos não compreendem a duração como nós, e isso faz que não compreendam sempre quando se trata de fixar datas ou épocas.

Comentário de Kardec: Os Espíritos vivem fora do tempo, tal como o compreendemos; a duração, para eles, praticamente não existe, e os séculos, tão longos para nós, são aos seus olhos apenas instantes que desaparecem na eternidade, da mesma maneira que as desigualdades do solo se apagam e desaparecem, para aquele que se eleva no espaço.

Os Espíritos fazem do presente uma ideia mais precisa e mais justa do que nós, isso é, mais ou menos como aquele que vê claramente e tem uma ideia mais justa das coisas do que o cego. Os Espíritos veem o que não vemos, e julgam diferente de nós. Mas ainda uma vez, isso depende da sua elevação.

O conhecimento do passado é para eles, o passado, quando dele nos ocupamos, é um presente, precisamente como nos lembra de uma coisa que nos impressionou durante o nosso exílio. Entretanto, como eles não tem mais o véu material que obscurece a nossa inteligência, lembram das coisas que desapareceram para nós. Mas nem tudo os Espíritos conhecem, a começar pela sua própria criação.

Dependendo da sua perfeição os Espíritos conhecem o futuro, onde quase sempre, nada mais fazem do que entrevê-lo, mas nem sempre têm a permissão de o revelar. Quando o veem, ele nos parece presente. O Espírito vê o futuro mais claramente, à medida que se aproxima de Deus. Depois da morte, a alma vê e abarca de relance as suas migrações passadas, mas não pode ver o que Deus lhe prepara. Para isso, é necessário que esteja integrada nele, depois de muitas existências.

Os Espíritos chegados à perfeição absoluta, não têm completo conhecimento do futuro, porque Deus é o único e soberano Senhor e ninguém o pode igualar.

Somente os Espíritos superiores veem e compreendem Deus. Já os Espíritos inferiores o sentem e adivinham.

Quando um Espírito inferior diz que Deus lhe proíbe ou permite uma coisa, é porque ele sente a sua soberania, e quando uma coisa não deve ser feita ou uma palavra não deve ser dita, recebe uma intuição, uma advertência invisível, que o inibe de fazê-lo. Nós mesmos temos pressentimentos que são para nós como advertências secretas, para fazermos ou não alguma coisa. O mesmo acontece com os Espíritos em grau superior, pois compreendem, mas eles sendo mais sutil do que a nossa a essência dos Espíritos, eles podem receber mais facilmente as advertências divinas.

A ordem é transmitida praticamente por Deus por intermédio de Espíritos que estão mais elevados, e em perfeição e instrução, e não por intermédio de outros Espíritos, pois para comunicar-se com ele é preciso merecê-lo.

A vista dos Espíritos não é circunscrita, como nos seres corpóreos. Trata-se de uma faculdade geral.

Os Espíritos veem pela luz própria, sem necessidade de luz exterior. Para eles não há trevas, a não ser aquelas em que podem encontrar-se por expiação.

Os Espíritos não precisam transportar-se, para ver em dois lugares diferentes. Como o Espírito se transporta com a rapidez do pensamento, podemos dizer que vê por toda parte de uma só vez. Seu pensamento pode irradiai dirigir-se para muitos pontos ao mesmo tempo. Mas essa faculdade depende da sua pureza: quanto menos puro ele for, mais limitada é a sua vista; somente os Espíritos superiores podem ter visão de conjunto.

Comentário de Kardec: A faculdade de ver dos Espíritos, inerente à sua natureza, difunde-se por todo seu ser, como a luz num corpo luminoso. É uma espécie de lucidez universal, que estende a tudo, envolve simultaneamente o espaço, o tempo e as coisas e par; qual não há trevas nem obstáculos materiais. Compreende-se que assim deve, pois no homem a vista funciona através de um órgão que recebe a luz, e sem luz fica na obscuridade. Nos Espíritos, a faculdade de ver é um atributo próprio, que independe de qualquer agente exterior. Avista não precisa da luz. (Ver Ubiquidade item 92.)

O Espírito vê as coisas mais distintamente do que nós, porque a sua vista penetra o que a nossa não pode penetrar; nada a obscurece.

O Espírito percebe os sons, e percebe até mesmo os que os nossos sentidos obtusos não podem perceber.

A faculdade de ouvir, como a de ver, está em todo o seu ser, onde todas as percepções são atributos do Espírito e fazem parte do seu ser. Quando ele se reveste de corpo material, elas se manifestam pelos meios orgânicos; mas, no estado de liberdade, não estão mais localizadas.

Sendo as percepções atributos do próprio Espírito, o Espírito só vê e ouve o que ele quiser. Isto de uma maneira geral, e sobretudo para os Espíritos elevados. Os imperfeitos ouvem e veem frequentemente, queiram ou não, aquilo que pode ser útil ao seu melhoramento.

Os Espíritos são sensíveis à música celeste, essa harmonia da qual ninguém na Terra pode ter ideia. Uma é para a outra o que o canto do selvagem é para a suave melodia. Não obstante, os Espíritos vulgares podem provar um certo prazer ao ouvir a nossa música, porque não estão ainda capazes de compreender outra mais sublime. A música tem, para os Espíritos, encantos infinitos, em razão de suas qualidades sensitivas muito desenvolvidas. Refiro-me à música celeste, que é tudo quanto a imaginar espiritual pode conceber de mais belo e mais suave.

Os Espíritos são sensíveis às belezas naturais segundo as suas aptidões para as apreciar e compreender. Para os Espíritos elevados, há belezas de conjunto diante das quais se apagam, por assim dizer, as belezas dos detalhes.

Os Espíritos experimentaram as nossas necessidades e os nossos   sofrimentos físicos porque sofreram e conheceram, mas não os experimentam como nós, porque são Espíritos.

Os Espíritos não sentem fadiga e necessidade de repouso, e, portanto não necessitam do repouso corporal, pois não possuem órgãos em que as forças tenham de ser restauradas. Mas o Espírito repousa, no sentido de não permanecer numa atividade constante. Ele não age de maneira material porque a sua ação é toda intelectual e o seu repouso é todo moral.  Há momentos em que o seu pensamento diminui de atividade e não se dirige a um objetivo determinado; este é um verdadeiro repouso, mas não se pode compará-lo ao do corpo. A espécie de fadiga que os Espíritos podem provar esta na razão da sua inferioridade, pois quanto mais se elevam, de menos repouso necessitam.

Quando um Espírito diz que sofre, a natureza do seu sofrimento, vem a ser as

angústias morais, que o torturam mais dolorosamente que os sofrimentos físicos.

Alguns Espíritos se queixam de frio ou calor, pela lembrança do que sofreram durante a vida e algumas vezes tão penosa como a própria realidade. Frequentemente, é uma comparação que fazem, para exprimirem a sua situação. Quando se lembram do corpo experimentam uma espécie de impressão, como quando se tira uma capa e algum tempo depois ainda se pensa estar com ela.

 

MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

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