O LIVRO DOS ESPÍRITOS.INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
DOUTRINA ESPÍRITA.
Resumo da Doutrina dos espíritos.
Transcrevemos abaixo
o RESUMO DA DOUTRINA DOS
ESPÍRITOS, contido no item VI da “Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita”, do “O
Livro dos Espíritos”, tradução de José Herculano Pires, das Edições FEESP:
Os
seres que se manifestam designam-se a si mesmos, como dissemos pelo nome de
Espíritos ou Gênios, e dizem, alguns pelo menos, que viveram como homens na
Terra. Constituem o mundo espiritual, como nós constituímos durante a nossa
vida, o mundo corporal.
Resumimos
em poucas palavras os pontos principais da doutrina que nos transmitiram, a fim
de mais facilmente responder a certas objeções:
Deus
é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.
Criou
o Universo, que compreende todos os seres animados e inanimados, materiais e
imateriais.
Os
seres materiais constituem o mundo visível ou corporal e os seres imateriais o
mundo invisível ou espírita, ou seja, dos Espíritos.
O
mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente
a tudo.
O
mundo corporal é secundário; pode deixar de existir ou nunca ter existido, sem
alterar a essência do mundo espírita.
Os
Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível e sua
destruição pela morte os devolve à liberdade.
Entre
as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie humana para
a encarnação dos Espíritos que chegaram a um certo grau de desenvolvimento, o
que lhes dá superioridade moral e intelectual perante as demais.
A
alma é um Espírito encarnado e o corpo é apenas o seu invólucro.
Há
no homem três coisas: 1) O corpo ou ser material, semelhante ao dos animais e
animado pelo mesmo princípio vital; 2) A alma ou ser imaterial, espírito
encarnado no corpo; 3) o liame (ou perispírito) que une a alma ao corpo,
princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
O
homem tem, assim, duas naturezas: pelo corpo participa da natureza dos animais,
dos quais possui os instintos; pela alma participa da natureza dos Espíritos.
O
liame ou perispírito que une corpo e Espírito é uma espécie de
invólucro semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O
Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível
para nós no seu estado normal, mas que ele pode tornar acidentalmente visível e
mesmo tangível, como se verifica nos fenômenos de aparição.
O
Espírito não é, portanto, um ser abstrato, indefinido, que só o pensamento pode
conceber. É um ser real, definido, que em certos casos pode ser apreciado pelos
nossos sentidos da vista, da audição e do tato.
Os
Espíritos pertencem a diferentes classes, não sendo iguais em poder nem
inteligência, saber ou moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos
Superiores que se distinguem pela perfeição, pelos conhecimentos e pela
proximidade de Deus, pela pureza dos sentimentos e o amor do bem: são os anjos
ou Espíritos puros. As demais classes se distanciam mais e mais dessa
perfeição. Os das classes inferiores são inclinados às nossas paixões: o ódio,
a inveja, o ciúme o orgulho etc., e se comprazem no mal. Nesse número há os que
não são nem muito bons, nem muito maus; antes perturbadores e intrigantes do
que maus; a malícia e a inconsequência parecem ser as suas características: são
os Espíritos estouvados ou levianos.
Os
Espíritos não pertencem eternamente à mesma ordem. Todos melhoram, passando
pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esse melhoramento se verifica
pela encarnação, que a uns é imposta como uma expiação e a outros como missão.
A vida material é uma prova a que devem submeter-se repetidas vezes até
atingirem a perfeição absoluta; é uma espécie de peneira ou depurador de que
eles saem mais ou menos purificados.
Deixando
o corpo, a alma volta ao mundo dos Espíritos, de que havia saído para reiniciar
uma nova experiência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo
durante o qual permanecerá no estado de Espírito errante.
Devendo
o Espírito passar por muitas encarnações, conclui-se que todos nós tivemos
muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas,
seja na Terra ou em outros mundos.
A
encarnação dos Espíritos ocorre sempre na espécie humana. Seria um erro
acreditar que a alma ou espírito pudesse encarnar num corpo de animal.
As
diferentes existências corporais do Espírito são sempre progressivas e jamais
retrógradas, mas a rapidez do progresso depende dos esforços que fazemos para
chegar à perfeição.
As
qualidades da alma são as do Espírito encarnado. Assim, o homem de bem é a
encarnação de um bom Espírito e o homem perverso, a de um Espírito impuro.
A
alma tinha a sua individualidade antes da encarnação e a conserva após a
separação do corpo.
No
seu regresso ao mundo dos Espíritos, a alma reencontra todos os que conheceu na
Terra e todas as suas existências anteriores se delineiam na sua memória, com a
recordação de todo o bem e todo o mal que tenha feito.
O
Espírito encarnado está sob a influência da matéria. O homem que supera essa influência,
pela elevação e purificação de sua alma, aproxima-se dos bons Espíritos com os
quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e põe todas
as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros aproxima-se dos
Espíritos impuros, dando preferência à natureza animal.
Os
Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.
Os
Espíritos não-encarnados ou errantes não ocupam nenhuma região determinada ou
circunscrita; estão por toda parte, no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e
acotovelando-nos sem cessar. É toda uma população invisível que se agita em
nosso redor.
Os
Espíritos exercem sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico uma ação
incessante. Agem sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das
forças da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até agora
inexplicados ou mal explicados, que não encontram solução racional.
As
relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos
convidam ao bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las
com coragem e resignação; os maus nos convidam ao mal: é para eles um prazer
ver-nos sucumbir e cair no seu estado.
As
comunicações ocultas verificam-se pela influência boa ou má que eles exercem
sobre nós sem o sabermos, cabendo ao nosso julgamento discernir as más e boas
inspirações. As comunicações ostensivas realizam-se por meio da escrita, da
palavra ou de outras manifestações materiais, na maioria das vezes através dos
médiuns que lhes servem de instrumentos.
Os
Espíritos se manifestam espontaneamente ou pela evocação. Podemos evocar todos
os Espíritos: os que animaram homens obscuros e os dos personagens mais
ilustres, qualquer que seja a época em que tenham vivido; os de nossos
parentes, de nossos amigos ou inimigos, e deles obter, por comunicações
escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se acham no
espaço, seus pensamentos a nosso respeito, assim como as revelações que tenham
a permissão de fazer-nos.
Os
Espíritos são atraídos na razão de sua simpatia pela natureza moral do meio que
os evoca. Os Espíritos superiores gostam das reuniões sérias em que predominam
o amor do bem e o desejo sincero de instrução e de melhoria. Sua presença
afasta os Espíritos inferiores, que encontram, ao contrário, livre acesso e
podem agir com inteira liberdade entre as pessoas frívolas ou guiadas apenas
pela curiosidade, e por toda parte onde encontrem maus instintos. Longe de
obtermos bons conselhos e informações úteis desses Espíritos, nada mais devemos
esperar do que futilidades, mentiras, brincadeiras de mau gosto ou
mistificações, pois frequentemente se servem de nomes veneráveis para melhor
nos induzirem ao erro.
Distinguir
os bons e os maus Espíritos é extremamente fácil. A linguagem dos Espíritos
superiores é constantemente digna, nobre, cheia da mais alta moralidade, livre
de qualquer paixão inferior, seus conselhos revelam a mais pura sabedoria e têm
sempre por alvo o nosso progresso e o bem da Humanidade. A dos Espíritos
inferiores, ao contrário, é inconsequente, quase sempre banal e mesmo
grosseira; se dizem às vezes coisas boas e verdadeiras, dizem com mais
frequência falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância; zombam da
credulidade e divertem-se à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a
vaidade e embalando-lhes os desejos com falsas esperanças. Em resumo, as
comunicações sérias, na perfeita acepção do termo, não se verificam senão nos
centros sérios, cujos membros estão unidos por uma íntima comunhão de
pensamentos dirigidos para o bem.
A
moral dos espíritos superiores se resume, como a do Cristo nesta máxima
evangélica: “Fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam”, ou
seja, fazer o bem e não o mal. O homem encontra nesse princípio a regra
universal de conduta,
Eles nos
ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam
da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, desde este mundo,
se liberta da matéria pelo desprezo das futilidades mundanas e o cultivo do
amor ao próximo, aproxima-se da natureza espiritual; que cada um de nós deve
tornar-se útil segundo as faculdades e os meios que Deus nos colocou nas mãos
para nos provar; que o Forte e o Poderoso devem apoio e proteção ao Fraco
porque aquele que abusa da sua força e do seu poder para oprimir o seu
semelhante viola a lei de Deus. Eles ensinam, enfim, que no mundo dos Espíritos
nada pode estar escondido: o hipócrita será desmascarado e todas as suas
torpezas reveladas; a presença inevitável e incessante daqueles que
prejudicamos é um dos castigos que nos estão reservados; ao estado de
inferioridade e de superioridade dos Espíritos correspondem penas e alegrias
que nos são desconhecidas na Terra.
Mas
eles nos ensinam também que não há faltas irremissíveis, que não possam ser
apagadas pela expiação. O homem encontra o meio necessário nas diferentes existências,
que lhe permitem avançar, segundo o seu desejo e os seus esforços, na via do
progresso, em direção à perfeição que é o seu objetivo final.
Este
é o resumo da Doutrina Espírita, como ela aparece no ensinamento dos Espíritos
superiores.
BIBLIOGRAFIA. O LIVRO DOS
ESPÍRITOS.MATÉRIA DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
0 comentários:
Postar um comentário
ESTAMOS DISPOSIÇÃO DOS AMIGOS PARA ESCLARECER QUALQUER DÚVIDA.