Gilda Leuzinger - Papo informal ·CRIANÇA/
IDOSO
Criança é curiosa e ávida de conhecimento. Logo, logo o bebê aprende a mamar e chorar no desconforto. Quando seus olhos começam a se fixar nas imagens, sabem reconhecer aqueles que suprem suas necessidades. Não param nunca de aprender e a demonstrar as novidades que absorveram. Crescem um pouco mais, se viram no berço e com suas mãozinhas erguem a cabeça, numa defesa instintiva para não sufocarem. Em seguida já conseguem se firmar sentados. Logo, ainda com a ajuda de um adulto, ficam de pé. Depressa começam a engatinhar, resolvendo a independência na locomoção. Ninguém mais os segura. Dali a pouco estão caminhando sozinhos e explorando o espaço da sua casa. Mexem em todos os objetos estranhos e descobrem os brinquedos, de fato feitos para a alegria deles, ou os percebidos como tal. O controle da TV os encanta, embora eles nem saibam o que é televisão ou o fascínio que exercerá neles. Me intriga esta avidez e me encanta também. De certa forma vejo isso se repetindo na terceira idade, para aqueles que não aceitam a limitação às suas necessidades diárias, independentemente de ajuda externa. A vida cotidiana foi transformada em exercício contínuo da tecnologia, que entrou nos mais corriqueiros hábitos. O telefone fixo, invenção do século passado, agora é móvel: celular. Todos têm, não influindo sua classe financeira ou social. A popularidade do celular pode ser comparada à da TV, com a única diferença, até favorável, de que até os que moram na rua, o têm, ou podem tê-lo. Acontece que um celular moderno é um computador que tem também várias outras funções, além da comunicação. Portanto, não basta saber “discar” ou “digitar” o número desejado. É possível fazer uma lista de contatos e não há necessidade de sabê-los de cor, acessar o nome de quem se quer falar e conectar. Apareceram as redes sociais, facilitando e estreitando os relacionamentos, que alimentam a carência de afeto. Tudo isso precisa de aprendizado e aprendizado custoso para o idoso, que diz “não querer aprender mais nada”, “o tempo de escola já passou há muito tempo”. Se quer ser independente, como a criança que aprendeu a andar sozinha, é obrigado a se submeter ao aprendizado. Caso contrários ficará alienado da vida ou dependente de outro ser humano. Saber lidar com um celular é o conhecimento básico. Mas existem infinidades de outros, como o simples brinquedo de uma criança: o controle de TV. No começo eram maiores e continham as teclas dos canais, do volume, da antena e do vídeo, ou CD. Agora eles são menores e com 5 ou 6 teclas, algumas com pontinhos coloridos, sem explicação das suas funções. Aí, para complicar, vieram as “smart TVs”, que trazem no seu interior também um computador. Através daqueles aparelhos você acessa a rede social e as notícias do mundo inteiro, no momento em que acontecem, mesmo que seja do outro lado do planeta. Para complicar tudo, para os velhos, o próprio governo decidiu que a documentação e as informações que o cidadão comum precisa, seriam fornecidas através de “sites” governamentais, sempre indicados por siglas, para simplificar. Para quem, cara pálida? Voltei a engatinhar e tento, desesperadamente, caminhar sozinha!
MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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