domingo, 20 de outubro de 2024

CAPÍTULO XXVII. PEDI E OBTEREIS. PRECES ESPÍRITAS. PREÂMBULO

 CAPÍTULO XXVII. PEDI E OBTEREIS.

PRECES ESPÍRITAS.

PREÂMBULO.


Nós os Espíritas sempre dissemos: “A forma não é nada, o pensamento é tudo. Faça cada qual a sua prece de acordo com as suas convicções, de maneira que mais lhe agrade, pois um bom pensamento vale mais do que numerosas palavras que não tocam o coração”.

Os Espíritos não prescrevem nenhuma fórmula absoluta de preces, e quando nos dão alguma, é para orientar a nossa ideia, e, sobretudo para chamar a nossa atenção sobre certos princípios da doutrina espírita. Ou ainda com o fim de ajudar as pessoas que sentem dificuldades em exprimir suas ideias, pois estas não consideram haver realmente orado, se não formularam, bem os seus pensamentos.

A coletânea de preces deste capítulo é uma seleção das que os Espíritos ditaram em várias ocasiões. Podem ter ditados outras, em termos diferentes, apropriadas a diversas ideias e ou a casos especiais. A finalidade da prece é levar nossa alma a Deus. A diversidade das fórmulas não deve estabelecer nenhuma diferença entre os que Nele creem, e menos ainda entre os adeptos do Espiritismo, porque Deus aceita a todas, quando sinceros.

Não se deve considerar, portanto, esta coletânea, como um formulário absoluto, mas como uma variante das instruções dos Espíritos. É uma forma de aplicação dos princípios da moral evangélica desenvolvida neste livro, um complemento dos seus ditados sobre os nossos deveres para com Deus e o próximo, e no qual são relembrados todos os princípios da doutrina.

O Espiritismo reconhece como boas às preces de todos os cultos, desde que sejam ditas de coração, e não apenas com os lábios. Não impõe nem condena nenhuma. Deus é sumamente grande, segundo o Espiritismo, para repelir a voz que implora ou que canta louvores, somente por não o fazer desta ou daquela maneira. Quem quer que condene as preces que não constem do seu formulário, demonstra desconhecer a grandeza de Deus. Acreditar que Deus se apegue à determinada fórmula é atribuir-lhe a pequenez e as paixões humanas.

Uma das condições essenciais da prece, segundo São Paulo (Cap. XXVII, nº 16) é a de ser inteligível, para que possa tocar o nosso espírito. Para isso, entretanto, não basta que ela seja proferida na língua habitual, pois há preces que, embora em termos populares, não dizem mais à nossa inteligência do que as de uma língua estranha, e por isso mesmo não nos tocam o coração. As poucas ideias que encerram são em geral sufocadas pela superabundância das palavras e o misticismo da linguagem.

A principal qualidade da prece é a clareza. Ela deve ser simples e concisa, sem fraseologia inútil ou excesso de adjetivação, que não passam de meros ouropéis. Cada palavra deve ter o seu valor, exprimir uma ideia, tocar uma fibra da alma. Enfim: deve levar à reflexão. E somente assim pode atingir o seu objetivo, pois, de outro modo não passa de palavrório. Veja-se, entretanto, com que distração e volubilidade elas são proferidas, na maioria das vezes. Percebemos que os lábios se agitam, mas, pela expressão fisionômica e pela própria voz, percebe-se que é um ato maquinal, puramente exterior, de que a alma não participa.

As preces aqui reunidas dividem-se em cinco categorias:

1) Preces gerais;

2) Preces pessoais;

3) Preces pelos outros;

4) Preces pelos Espíritos

5) Preces pelos doentes e obsedados.

Com o fim de chamar mais particularmente a atenção para o objetivo de cada prece, e tornar mais compreensível o seu sentido, elas são precedidas de uma instrução preliminar, espécie de exposição de motivos, intitulada prefácio.

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e divulgada pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.


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