O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. CAPÍTULO XVI. SALVAÇÃO DOS RICOS. |
“E eis que, chegando-se a ele um, lhe disse: Bom Mestre, que obras
boas devo eu fazer para alcançar a vida eterna? Jesus lhe respondeu: Por que me chamas bom? Bom só Deus o é. Porém, se
tu queres entrar na vida, guarda os mandamentos. Ele lhe perguntou: Quais? E Jesus lhe disse: Não matarás; não adulterarás; não cometerás furto;
não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe; e amarás teu próximo
como a ti mesmo. O mancebo lhe disse: Eu tenho guardado tudo isso desde eu cheguei à
mocidade; que me falta ainda? Jesus lhe respondeu: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que
tens e dá- o aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. O mancebo, porém, quando ouviu estas palavras, retirou-se triste,
porque tinha muitos bens. E Jesus disse a seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico,
dificultosamente, entrará no Reino dos Céus. Ainda vos digo mais: que mais
fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no
Reino dos Céus)”. (Mateus, XIX: 16 a 24 - Lucas XVIII: 18 a 25 – Marcos, X: 17 a 25. Quando, no início da conversa, Jesus rejeita o adjetivo bom, afirmando
que “Bom só Deus o é”, percebo aí, a demonstração de Jesus da distância que
vai entre a perfeição de Deus e a dos seus filhos, que jamais alcançarão as
qualificações divinas, que são Absolutas, enquanto seus filhos podem tê-las
sempre na condição relativa às suas possibilidades. Percebo, também, Jesus colocar-se, uma vez mais, na posição de filho
de Deus, embora fosse o Espírito mais puro que já tenha reencarnado na Terra,
e Deus, Pai e Criador. Quanto à palavra traduzida ora por cabo, ora por camelo, afirma
Herculano Pires, no rodapé desse capítulo desse livro por ele traduzido, que,
em hebreu, emprega-se uma mesma palavra para designar “cabo” e” camelo”, e
que a tradução com a primeira seria mais natural. Nesta passagem da vida de Jesus, não existe a condenação da riqueza,
como impedição de quem a possua, de conquistar o reino dos céus, mas apenas a
afirmação de que ela, a riqueza, dificulta a prática das leis divinas, no
combate ao orgulho, ao egoísmo, no desenvolvimento da humildade, do
desinteresse e desapego aos valores materiais, do amor ao próximo, pelas
facilidades e estímulos que o dinheiro propicia a quem o possui. Allan Kardec chega a firmar ser a prova da riqueza “mais
arriscada, mais perigosa que a miséria, em virtude das excitações e das tentações
que oferece, da fascinação que exerce. É o supremo excitante do orgulho, do
egoísmo e da vida sensual. É o laço que mais, poderosamente, liga o homem à
Terra e desvia os seus pensamentos do céu”. Mas, nem por tudo isso, impede o rico de desenvolver-se no bem. Ela
pode até ser um valioso instrumento de salvação nas mãos de quem a saiba usar
em benefício do bem a si e aos outros, auxiliando pesquisas, estudos
avançados culturais, científicos e morais, criando fábricas, fornecendo
empregos, auxiliando quem precisa etc. A riqueza, o dinheiro, assim como a inteligência, o poder, são neutros
por si mesmos. A maneira de usá-los é que faz a diferença entre ser um
instrumento de progresso no bem ou um instrumento do mal. Quando Jesus diz ao moço rico que lhe faltava, uma vez que ele seguia
todos os mandamentos, vender tudo o que possuía e dar tudo aos pobres, para
depois segui-lo, não estabeleceu um princípio a se seguido pelos possuidores
de riquezas. Como previa a reação do jovem, aproveitou o momento para ensinar
que o apego aos bens terrenos pode ser um obstáculo à elevação espiritual do
homem, dificultando sua evolução espiritual, impedindo-o de transcender-se. O moço, ao retirar-se triste, demonstrou que não estava ainda
preparado para a missão da verdadeira caridade no amor ao próximo. Esta passagem da vida de Jesus constitui-se em uma aplicação do “Fora
da caridade não há salvação”. MENSAGEM DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO. |
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