OS PERIGOS DA VAIDADE NO COMANDO DA CASA ESPÍRITA!
HUMILDADE ENSINADA POR JESUS!
Vivo experiências
na casa espírita, que me fazem pensar na tremenda necessidade do estudo do
Evangelho, principalmente das partes que tratam da humildade, vaidade,
vigilância e soberba. Em virtude disto, trago este texto para que reflitamos
sobre nossa postura em nossas abençoadas casas.
“Sabeis que os
príncipes das nações as dominam e que os grandes as tratam com império. - Assim
não deve ser entre vós; ao contrário, aquele que quiser tornar-se o maior, seja
vosso servo; - e aquele que quiser ser o primeiro entre vós seja vosso escravo;
do mesmo modo que o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e
dar a vida pela redenção de muitos ”
Uma reflexão, para
nós espíritas, se faz necessária sobre um tema relevante e atual. Como deve ser
a organização de uma casa espírita? Se a legislação humana prescreve a
necessidade de estatuto social, cargos, funções, formação de um conselho e
assembleias para as deliberações da sociedade, o que prescreve a legislação
divina?
Alguns acham que a
casa espírita se assemelha a uma empresa. Entendem que, para o seu bom
funcionamento, apesar de não possuir acionistas, não visar lucro, deve ter
presidente, diretores, gerentes, coordenadores, supervisores, e uma linha
hierárquica bem definida, com ordens sendo proferidas pelos cargos superiores e
sendo obedecidas plenamente pelos cargos inferiores ou subalternos. Pensam que
assim, fica preservada a harmonia da mesma, pela imposição de uma disciplina
rígida e inquestionável a ser respeitada á risca. Argumentam que sem isso, não
se tem trabalho de equipe.
Fica bem na fita
aquele que fizer um melhor marketing pessoal, aquele que vender melhor a sua
imagem. Pode até ser eleito presidente! Não importa se essa imagem é verdadeira
ou não. O que importa é que as pessoas se convençam que ele é “O Cara”.
Alguns acham que a
casa espírita, por ser uma associação de pessoas com ideal religioso, deve
funcionar como a maioria das instituições religiosas do planeta terra.
Argumentam que assim deve ser. Castas bem definidas de sacerdotes, noviços,
líderes religiosos máximos, crentes, adeptos, seguidores fiéis ou simplesmente
simpatizantes, e naturalmente com uma estrutura hierárquica mais rígida ainda.
Com a disciplina e obediência cegas beirando as raias da irracionalidade. Tudo
para preservar, acima de tudo e de todos, a instituição religiosa, sua hierarquia
e sua tradição.
Mas, como organizar
uma casa espírita atendendo a legislação divina? O que ela prescreve? O que os
espíritos superiores nos aconselham e ensinam sobre a sua organização?
Nosso querido
Mestre Jesus alerta os apóstolos “Sabeis que os príncipes das nações as dominam
e que os grandes os tratam com império. - Assim não deve ser entre vós; ao
contrário, aquele que quiser tornar-se o maior, seja vosso servo; - e, aquele
que quiser ser o primeiro entre vós seja vosso escravo”.
Kardec esclarece outro
sábio ensinamento de Jesus "Será o maior no reino dos céus aquele que se
humilhar e se fizer pequeno como uma criança, isto é, que nenhuma pretensão
alimentar à superioridade ou à infalibilidade.” E complementa mais adiante “Não
procureis, pois, na Terra, os primeiros lugares, nem vos colocar acima dos
outros, se não quiserdes ser obrigados a descer. Buscai, ao contrário, o lugar
mais humilde e mais modesto, porquanto Deus saberá dar-vos um mais elevado no
céu, se o merecerdes”.
Emmanuel no livro
“Seara dos Médiuns”, sabiamente apresenta ponderações sobre a organização do
espiritismo e nos ensinando:
“Todos estamos
concordes em que a Doutrina Espírita revive agora o Cristianismo puro; no
entanto, há muita gente que lhe estranha à organização, sem os chamados valores
nobiliárquicos que assinalam a maioria das instituições terrestres”.
A força de se
iludirem com a idolatria, que sempre nos custa caro, muitos companheiros, menos
vigilantes, desejariam condecorar trabalhadores da Nova Revelação, criando galerias
para o relevo pessoal. E se pudessem determinar o rumo das coisas, no
consenso opinativo, decerto que há muito estaríamos mobilizando
doutrinadores-chefes e médiuns-titulares, com as nossas casas de serviço
perdendo tempo em mesuras e rapapés. ““...
“... Não existem,
desse modo, médiuns maiores ou médiuns menores, favorecendo, entre
nós, a constituição de prerrogativas e castas....”
“... Sustentar a
ideia espírita, indene de qualquer imaginária fidalguia para aqueles
que a servem, é dever para todos nós. ...”
No livro “Aconteceu
na Casa Espírita” Nora, a autora espiritual nos relata na psicografia de
Emanuel Cristiano, em seu Capítulo 05 a técnica de Júlio César, o líder dos
obsessores. Ele oferece favores e cargos aos obsessores, e estimula a vaidade
da médium para que esta acreditasse em sua superioridade perante os demais
médiuns da casa espírita.
“... Júlio Cesar
acompanhou o trabalho de Maria Souza (médium) durante várias semanas, fazendo
com que casos semelhantes a estes fossem repetidos (casos de cura); para isso
oferecia cargos, favores e retribuições aos obsessores, provocando nela a
certeza de que finalmente havia desenvolvido a faculdade de cura...”
Mais adiante no
Capítulo - 08 “Cedendo á Tentação” após a infiltração dos obsessores no pensamento
dos trabalhadores da casa espírita. É relatada pelo espírito Nora a
característica da perturbação que se instalou:
“... Não faltavam,
porém, os invigilantes perturbando o serviço. Sequiosos por cargos disputavam a
organização das entrevistas, quais representantes do orgulho em uma empresa do
mundo. Esqueceram que os candidatos a comandar o trabalho do bem devem,
primeiramente, se esforçar por comandarem a si mesmos....”
O nosso querido
Francisco Cândido Xavier, o maior exemplo de atuação de um verdadeiro espírita,
serviu durante diversos anos em um centro em Uberaba. Após quatorze anos de
atividade a casa espírita havia crescido, ocupando quase um quarteirão. Não
havia mais espaço para o servidor humilde de Jesus. Chico se afastou e fundou
uma nova casa espírita. Com estrutura menor, com menos participantes, mas com o
amor e a humildade que caracterizam os verdadeiros seguidores do Mestre Divino.
De vez em quando ele comentava:
“ .... Em casa que
muito cresce o amor desaparece......”
O que será que Chico
constatou? Será que a casa espírita havia perdido a pureza e simplicidade do
início quando era um pequeno núcleo de fraternidade e solidariedade? Será que o
tamanho e a estrutura da mesma induziam os colaboradores a posturas menos
humildes, com hierarquia, cargos, disputas de poder e vaidades pessoais?
O Professor
Herculano Pires, que nas palavras de Emmanuel, é “o metro que melhor mediu
Kardec”, em seu Livro “O Centro Espírita”, cap. III faz a seguinte ponderação
sobre a organização de uma casa espírita:
“ ....Mas, acima de
tudo e antes de tudo: humildade. Porque Espiritismo sem humildade é água
poluída, cheia dos germes da pretensão, da vaidade, do orgulho que atraem os
espíritos inferiores. Um presidente de Centro não é o Presidente da República e
um doutrinador não é um sábio. Pelo contrário, são criaturas necessitadas que
estão aprendendo a arte difícil de servir e não a de baixar decretos, dar
ordens e humilhar os outros em público. Sem humildade que gera e sustenta o
amor ao próximo, nem o estudo pode dar frutos....”
Relembrando um
relevante ensinamento de Emmanuel, no longuinguo ano de 1.937, em sua obra intitulada
“Emmanuel”, no capítulo XI - “Mensagens aos Médiuns”, na qual ele apresenta
diversas ponderações aos médiuns, para relembrar sobre o passado espiritual
destes.
“ ....O seu
pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros
clamorosos. Quase sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos
abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, e que regressam
ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que
desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude. São almas
arrependidas que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam,
reorganizando , com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de
criminosas arbitrariedades e de criminosa insânia...”
Reforçando este
sábio conceito ensinado por Emmanuel no livro “Aconteceu na Casa Espírita” a
mesma afirmação. Castro, o presidente do Centro Espírita sob ataque obsessivo,
recebendo instruções do dirigente espiritual, que lhe relembra a necessidade de
humildade e sacrifício em sua atuação, é informado que também já
participou, no passado das “hostes infernais”
“ ....E se queres
saber, tu mesmo já fizestes parte das “hostes infernais” ! Quem de nós,
peregrinando pelos caminhos da ignorância, não contribuímos para entravar o
progresso?”
Mais adiante, na
mesma obra literária, após o arrependimento de seus atos, Júlio Cesar, o
obsessor chefe, é conduzido á nova reencarnação em família espírita, para
reparar o mal praticado. Com aproximadamente 50 anos de idade física, portador
do dom da mediunidade, assumirá a presidência da Casa Espírita que tanto ele
perseguiu, para tentar reparar o mal praticado.
Vale para todos
nós, com raríssimas exceções, um importante alerta. Quando faltar a humildade
em nossa atuação, lembremo-nos de que não somos seres angélicos repletos de
virtudes que assumimos, nesta encarnação, cargos importantes, devido á nossa elevação
espiritual. Somos sim, seres milenares envolvidos, em diversas encarnações, em
grandes faltas perante as Leis Divinas, aos quais, pela bondade infinita de
Deus, foram concedidos oportunidades de resgate e expiação dessas faltas,
atuando em funções transitórias de caráter religioso nas casas espíritas.
Por tudo que foi
exposto acima, por todas as ponderações de espíritos bondosos nas citações da
literatura espírita, neste artigo, creio que é de grande utilidade para todos
nós, repensarmos o centro espírita, e as nossas posturas e atuações nessas
instituições.
Mensagem divulgada pelo médium
Getulio Pacheco Quadrado.
0 comentários:
Postar um comentário
ESTAMOS DISPOSIÇÃO DOS AMIGOS PARA ESCLARECER QUALQUER DÚVIDA.