O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VII. RETORNO À VIDA CORPORAL.
IDIOTISMO E LOUCURA.
Os cretinos e os idiotas, tem uma alma frequentemente mais
inteligente do que pensamos, porém sofrem com a insuficiência dos meios para se
comunicar. Estes Espíritos estão em punição, e vivem em corpo de idiotas. Eles
sofrem pela impossibilidade de manifestar-se através de órgãos não
desenvolvidos ou defeituosos. Os órgãos exercem influência muito grande sobre a
manifestação das suas faculdades, mas não produzem as faculdades, onde está aí
a diferença.
Kardec nos orienta, que no estado normal, o moral vence os obstáculos
que a matéria lhe impõe. Porém existe casos em que a matéria oferece uma tal
resistência que as manifestações anímicas ficam entravadas ou desnaturadas,
como na idiotia e na loucura.
São casos patológicos, e em tal estado a alma não goza de
toda a sua liberdade, onde a própria lei humana a isenta da responsabilidade de
seus atos.
O caso dos idiotas e os cretinos, não podendo fazer o bem e
nem o mal, com isso não podem progredir, é que trata-se de uma expiação imposta
ao abuso que tenham feito de certas encarnações; tendo um tempo de suspensão. Assim
o corpo de um idiota em precedente existência, pode conter um Espírito que
tenha animado a de um gênio, porque o gênio se torna as vezes uma desgraça,
quando dele se abusa.
Kardec nos diz, que a superioridade moral não está sempre na
razão da superioridade intelectual, e que os maiores gênios podem ter muito a
expiar; daí resultando frequentemente para eles uma existência inferior à que
já tenham vivido, sendo sua causa de sofrimento. Podendo-se dizer, que os
cretinos e os idiotas são estropiados do cérebro, como é o cego dos olhos.
O Espírito tem consciência de seu estado mental muito
frequentemente, onde compreende que os entraves do seu desenvolvimento são uma
prova e uma expiação.
A situação do Espírito na loucura, é que quando em
liberdade, ele recebe diretamente impressões e exerce diretamente a sua ação
sobre a matéria. Quando encarnado, ele se encontra em condições diferentes, de
não fazer senão com a ajuda dos órgãos especiais. Se alterar uma parte ou o
conjunto de tais órgãos e eis que se lhe interrompem, no que destes dependam, a
ação ou as impressões. Se ele perde os olhos fica cego. Será fácil de
compreender, que só tendo o Espírito órgãos a seu serviço incompletos ou
alterados, uma perturbação resultará de que nele por si mesmo e no seu foro
íntimo tem a perfeita consciência, mas cujo curso não lhe está nas mãos a
deter.
É bom lembramos que é sempre o corpo físico o desorganizado.
Mas também é bom sabermos que da mesma maneira que o Espírito age sobre a
matéria, esta reage sobre ele numa certa medida; e que o Espírito pode
encontra-se momentaneamente impressionado pela alteração dos órgãos através dos
quais se manifesta e recebe as suas impressões. Pode acontecer também que quando
a loucura dura bastante, a repetição dos mesmos atos acabe por exercer sobre o
Espírito uma influência da qual ele não se livrará senão depois da sua completa
separação da impressão material.
A razão que a loucura pode levar algumas vezes ao suicídio,
vem porque o Espírito sofre pelo constrangimento a que está submetido, e pela
impotência de manifestar-se livremente suicida-se.
Após o desencarne, o Espírito pode se ressentir durante
algum tempo da perturbação de sua faculdade. Com a alteração do cérebro na
matéria, ela pode reagir sobre o Espírito pela lembrança, que necessita de um
tempo para se livrar desta impressão.
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