O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO II. PENAS E GOZOS FUTUROS. INTUIÇÃO DAS
PENAS E DOS GOZOS FUTUROS.
De onde procede a
crença, que se encontra em todos os povos, nas penas e recompensas futuras?
— É sempre a mesma
coisa: pressentimento da realidade, dado ao homem pelo seu Espírito. Porque,
ficai sabendo, não é à toa que uma voz interior vos fala e vosso mal é não
escutá-la sempre. Se pensásseis bem nisso, com a devida frequência, vos
tornaríeis melhores.
No momento da
morte, qual o sentimento que domina a maioria dos homens: a dúvida, o medo ou a
esperança?
— A dúvida para os
céticos endurecidos; o medo, para os culpados; a esperança para os homens de
bem.
Por que há céticos,
desde que a alma traz para o homem o sentimento das coisas espirituais?
— São em menor
número do que supondes. Muitos se fazem de espírito forte durante esta vida por
orgulho, mas no momento da morte não se conservam tão fanfarrões.
Comentário de
Kardec: A consequência da vida futura decorre da responsabilidade dos
nossos atos. A razão e a justiça nos dizem que, na distribuição da felicidade a
que todos os homens aspiram, os bons e os maus não poderiam ser confundidos.
Deus não pode querer que uns gozem dos bens sem trabalho e outros só o alcancem
com esforço e perseverança.
A ideia que Deus
nos dá de sua justiça e de sua bondade, pela sabedoria de suas leis, não nos
permite crer que o justo e o mau estejam aos seus olhos no mesmo plano, nem
duvidar de que não recebam algum dia, um a recompensa e outro o castigo pelo
bem e pelo mal que tiverem feito. É por isso que o sentimento inato da justiça
nos dá a intuição das penas e das recompensas futuras.
BIBLIOGRAFIA. O
LIVRO DOS ESPÍRITOS. MATÉRIA DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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