O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
CAPÍTULO II. PENAS E GOZOS FUTUROS. INTERVENÇÃO DE DEUS NAS PENAS E RECOMPENSAS.
Deus se ocupa pessoalmente de cada
homem? Não é Ele demasiadamente grande e nós muito pequenos, para que cada
indivíduo em particular tenha aos seus olhos alguma importância?
— Deus se ocupa de
todos os seres que criou, por menores que sejam; nada é demasiado pequeno para
a sua bondade.
Deus tem a necessidade de se ocupar
de cada um dos nossos atos para nos recompensar ou nos punir? A maioria desses
atos não são para ele insignificantes?
— Deus tem as suas
leis, que regulam todas as vossas ações. Se as violardes, a culpa é vossa. Sem
dúvida, quando o homem comete um excesso, Deus não estende um julgamento para
ele, dizendo-lhe, por exemplo: Tu és um glutão e eu te vou punir. Mas ele traçou
um limite; as doenças e por vezes a morte são consequências dos excessos: eis a
punição; ela resulta da infração da lei. Assim se passa em tudo.
Comentário de Kardec: Todas as
nossas ações são submetidas às leis de Deus; não há nenhuma delas, por mais insignificante
que nos pareça, que não possa ser uma violação dessas leis. Se sofremos as consequências
dessa violação, não nos devemos queixar senão de nós mesmos, que nos fazemos,
assim, os artífices de nossa felicidade ou de nossa infelicidade futura.
Essa verdade se torna sensível pelo
seguinte apólogo:
“Um pai dá ao seu filho a educação e
a instrução, ou seja, os meios para saber conduzir-se. Cede-lhe um campo para
cultivar e lhe diz: Eis a regra a seguir e todos os instrumentos necessários
para tornar fértil o campo e assegurar a tua existência. Dei-te a instrução
para compreenderes essa regra. Se a seguires, o campo produzirá bastante e te
proporcionará o repouso na velhice; se não a seguires, nada produzirá, e
morrerás de fome. Dito isso, deixa-o agir à vontade.”
Não é verdade que o campo produzirá
na razão dos cuidados que se dispensar à cultura e que toda negligência
redundará em prejuízo da colheita? O filho será, portanto, na velhice, feliz ou
infeliz, segundo tenha seguido ou negligenciado a regra traçada pelo pai. Deus
é ainda mais previdente, porque nos adverte a cada instante, se fazemos o bem
ou o mal. Envia-nos Espíritos que nos inspiram, mas não os escutamos. Há ainda
esta diferença: Deus dá ao homem um recurso, por meio das novas existências,
para reparar os seus erros do passado, ao passo que o filho de que falamos não
o terá, se empregar mal o seu tempo.
BIBLIOGRAFIA. O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
MATÉRIA DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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