sábado, 8 de junho de 2024

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO II.PENAS E GOZOS FUTUROS. NATUREZA DAS PENAS E GOZOS FUTUROS.

 


 

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO II. PENAS E GOZOS FUTUROS. NATUREZA DAS PENAS E GOZOS FUTUROS.

 

 

 

As penas e os gozos da alma após a morte têm alguma coisa de material?

— Não podem ser materiais, desde que a alma não é de matéria. O próprio bom senso o diz. Essas penas e esses gozos nada têm de carnal e por isso mesmo são mil vezes mais vivos do que os da Terra. O Espírito, uma vez desprendido, é mais impressionável: a matéria não mais lhe enfraquece as sensações. (Ver itens 237 a 257.)

Por que o homem faz ideias tão grosseiras e absurdas das penas e dos gozos da vida futura?

— Inteligência ainda não suficientemente desenvolvida. A criança compreende da mesma maneira que o adulto? Aliás, isso depende também do que se lhe tenha ensinado: é nesse ponto que há necessidade de uma reforma. Vossa linguagem é muito imperfeita para exprimir o que existe além do vosso alcance. Por isso, foi necessário fazer comparações, sendo essas imagens e figuras tomadas como a própria realidade. Mas à medida que o homem se esclarece, seu pensamento compreende as coisas que a sua linguagem não pode traduzir.

Em que consiste a felicidade dos bons Espíritos?

— Em conhecer todas as coisas; não ter ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que fazem a infelicidade dos homens. O amor que os une é para eles a fonte de uma suprema felicidade. Não experimentam nem as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. São felizes com o bem que fazem. De resto, a felicidade dos Espíritos é sempre proporcional à sua elevação. Somente os Espíritos puros gozam, na verdade, da felicidade suprema, mas nem por isso os demais são infelizes. Entre os maus e os perfeitos, há uma infinidade de graus, nos quais os gozos são relativos ao estado moral. Os que são bastante adiantados compreendem a felicidade dos que avançaram mais que eles, e a ela aspiram, mas isso é para eles motivo de emulação e não de inveja. Sabem que deles depende alcançá-la e trabalham com esse fito, mas com a calma da consciência pura. Sentem-se felizes de não ter de sofrer o que sofrem os maus.

Contais a ausência das necessidades materiais entre as condições da felicidade para os Espíritos. Mas a satisfação dessas mesmas necessidades não é para o homem uma fonte de gozos?

— Sim, de gozos animais. E quando não pode satisfazer essas necessidades, isso é uma tortura.

O que se deve entender quando se diz que os espíritos puros estão reunidos no seio de Deus e ocupados em lhe cantar louvores?

— É uma alegoria para dar a ideia da compreensão que eles têm das perfeições de Deus, pois o veem e compreendem; mas, como tantas outras, não se deve tomá-la ao pé da letra. Tudo na Natureza, desde o grão de areia, canta, ou seja, proclama o poder, a sabedoria e a bondade de Deus. Mas não penseis que os Espíritos bem-aventurados estejam em contemplação na eternidade. Isso seria uma felicidade estúpida e monótona, e mais ainda, a felicidade do egoísta, pois a sua existência seria uma inutilidade sem fim. Eles não sofrem mais as tribulações da existência corpórea: isso já é um gozo; depois, como já dissemos, conhecem e sabem todas as coisas e empregam proveitosamente a inteligência adquirida, para auxiliar o progresso dos outros Espíritos: essa é a sua ocupação e ao mesmo tempo um gozo.

BIBLIOGRAFIA. O LIVRO DOS ESPÍRITOS. MATÉRIA DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

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