0 LIVRO DOS
ESPÍRITOS.CAPÍTULO IX.INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO.
CONVULSIVOS.
Os Espíritos
exercem sempre alguma atuação nos fenômenos que se produzem nos indivíduos
chamados convulsivos,
bem como o magnetismo, que é a causa desses fenômenos. Porém, o charlatanismo
tem frequentemente explorado e exagerado seus efeitos, o que os faz cair no
ridículo.
Os Espíritos
que provocam esses fenômenos são pouco elevados, enquanto que os Espíritos superiores não se ocupam de coisas
dessa natureza.
O estado
anormal dos convulsivos daqueles que têm crises nervosas, pode se estender subitamente
a toda uma população
por afinidade. As disposições morais se comunicam muito facilmente em certos
casos; não estamos tão alheios aos efeitos magnéticos para que não
compreendamos isso e a parte que alguns Espíritos devem nele tomar, por
simpatia, com aqueles que os provocam.
☼ Entre as faculdades especiais
que se notam entre os convulsivos reconhecem-se sem dificuldade as que no
sonambulismo e magnetismo oferecem numerosos exemplos: são, entre outras, a
insensibilidade física, a leitura do pensamento, a transmissão, por simpatia ou
afinidade, das dores, etc. Não se pode duvidar que os que sofrem de crises não
estejam num estado de sonambulismo acordado, provocado pela influência que
exercem uns sobre os outros. São ao mesmo tempo magnetizadores e magnetizados
sem o saberem.
A causa da
insensibilidade física que se nota em certos convulsivos, ou em certos
indivíduos submetidos a torturas cruéis, se dá na seguinte forma:
Em alguns, é um efeito exclusivamente
magnético que age sobre o sistema nervoso, semelhante à ação de certas
substâncias. Em outros, a exaltação do pensamento enfraquece a sensibilidade,
porque a vida parece retirar-se do corpo para se transportar ao Espírito.
Devemos saber, que, quando o Espírito está fortemente preocupado com uma coisa,
o corpo não sente, e não vê e não ouve nada
☼ A exaltação fanática e o
entusiasmo oferecem, frequentemente, nos casos de suplícios, o exemplo de calma
e sangue-frio que não triunfariam sobre uma dor aguda se não se admitisse que a
sensibilidade se encontra neutralizada por uma espécie de efeito anestésico.
Sabe-se que no calor do combate a pessoa não se apercebe, frequentemente, de um
ferimento grave, enquanto em circunstâncias comuns um simples arranhão a faz
estremecer.
Visto que esses fenômenos dependem de
uma causa física e da ação de certos Espíritos, podemos perguntar como, em
muitos casos, atenderam a uma ordem e cessaram. A razão disso é simples. A ação
dos Espíritos nesses casos é apenas secundária; somente se aproveitam de uma
disposição natural. O fato de obedecer à autoridade de uma ordem dada não lhes
suprimiu essa disposição, mas a causa que a mantinha e exaltava; de ativa,
passou a latente, e teve razão para agir assim, porque o fato resultava em
abuso e escândalo. Sabe-se, de resto, que essa intervenção não tem nenhum poder
quando a ação dos Espíritos é direta e espontânea.
BIBLIOGRAFIA.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS. MATÉRIA DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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