CAPÍTULO XI. AMAR O PRÓXIMO
COMO A SI MESMO.
DAÍ A CESAR O QUE É DE CESAR.
São Mateus, no capítulo XXII, versículo 15 A 22, E São
Marcos, no capítulo XII, versículo 13 a 17, contam que os Fariseus quando se
retiraram, acabaram projetando entre si
comprometer Jesus naquilo que ele falasse, e acabaram de enviar seus
discípulos, juntamente com os herodianos, que lhe perguntaram? Mestre sabemos
que és verdadeiro, e não se te dá de ninguém, porque não levas em conta a pessoa
dos seres humanos; dize-nos, pois, qual é o teu parecer? É lícito dar tributo a
César ou não? Porém Jesus, conhecendo a malícia deles, disse-lhes: Por que me
tentais, hipócritas? Mostrai-me cá a moeda do censo. E eles lhes apresentaram
um dinheiro. E Jesus lhes disse: De quem é esta imagem e inscrição?
Responderam-lhe eles: De César. Então lhes disse Jesus: Pois daí a César o que
é de César, e a Deus o que é de Deus. E quando ouviram isto, admiraram-se, e
deixando-o se retiraram.
Para que entendamos a questão
proposta a Jesus era motivada pela circunstância de haverem os judeus
transformados em motivo de horror o pagamento do tributo exigido pelos romanos,
elevando-o a problema religioso. Numeroso partido se havia formado também para
rejeitar o imposto. O pagamento do tributo, portanto, era para eles uma questão
de irritante atualidade, sem o que, a pergunta feita a Jesus: “É lícito dar
tributo a César ou não?”, não teria nenhum sentido. Essa questão era uma
cilada, pois, segundo a resposta, esperavam excitar contra ele as autoridades
romanas ou os judeus dissidentes. Mas “Jesus, conhecendo a malícia deles”,
escapa à dificuldade, dando-lhes uma lição de justiça, ao dizer que dessem a
cada um o que lhes era devido.
Agora esta máxima, “Daí a César o que é de César” não
deve ser entendida de maneira restritiva e absoluta. Como todos os ensinamentos
de Jesus, é um princípio geral, resumido numa forma prática e usual, e deduzido
de uma circunstância particular. Esse princípio é uma consequência daquele que
manda agir com os outros como quereríamos que os outros agissem conosco.
Condena todo prejuízo moral e material causado aos outros, toda violação dos
seus interesses, e prescreve o respeito aos direitos de cada um, como cada um
deseja ver os seus respeitados. Estende-se ao cumprimento dos deveres
contraídos para com a família, a sociedade, a autoridade, bem como para os
indivíduos.
Bibliografia: O Livro O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Mensagem lida e interpretada pelo Médium Getulio Pacheco
Quadrado.
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