CAPÍTULO XII.
SE ALGUÉM VOS BATE NA FACE DIREITA, APRESENTAI-LHE TAMBÉM A OUTRA.
INSTRUÇÕES
DOS ESPÍRITOS. O DUELO.
Duelo quer
dizer combate entre duas pessoas que se munem de armas iguais para duelar, ou
seja, bater-se em duelo. No passado quando havia confrontos, eles escolhiam as
armas iguais para ver quem era o mais forte, o mais destemido, ou por disputa
de poder de alguma coisa por orgulho ou vaidade.
Pois é, isto
data de há muito tempo atrás, onde duelar seria o ponto de honra para defender
o seu nome, a sua família, a sua religião, ou por alguma coisa para
impressionar uma dama. Era a lei do mais forte. Na idade média tinha caráter
chamado de “Juízo de Deus”, porém a partir do século XVI, tornou-se aspecto
essencialmente cavalheiresco, onde era costume o vencedor custear o enterro do
vencido. Hoje ainda existe em alguns Países, apesar da proibição.
No ponto de
vista material, fugir de um duelo significava prova de uma covardia moral. Mas
vejamos no ponto de vista Espiritual, primeiramente nas palavras de Santo
Agostinho no capítulo XII, em Paris e no ano de 1.862 sobre este tema:
O duelo pode
sem dúvida em alguns casos ser considerado como prova de coragem física, de
desprezo pela vida, mas é de forma indiscutível de uma covardia moral
semelhante ao suicídio. Ora, que eu entendo com isso, que ninguém pode tirar a
vida do outro, assim sem mais ou menos para defender a sua honra, ou seu
orgulho e sua vaidade.
O Bom mentor
Espiritual, diz que o suicida não tem coragem de encarar as contrariedades e
aflições da vida, e o duelista não tem para suportar as ofensas. Ele inclusive
nos lembra das palavras do Cristo, que há mais honra e coragem em oferecer a
face esquerda àquele que bateu na direita, do que se vingar de uma injúria. Que
devemos lembrar também dos dizeres de Jesus que teria falado ao irmão Pedro no
Jardim das Oliveiras, as seguintes palavras: “Coloca a tua espada na bainha,
pois aquele que matar pela espada, pela espada morrerá?”. É verdade aquele que
planta acaba recebendo em troca aquilo que plantou. Se analisarmos as palavras
de Jesus o nosso Mentor, pergunta: Que coragem é essa nascida de um caráter
violento, sanguinário e colérico, que se reage à primeira ofensa?
Ele também
nos lembra do exemplo deixado pelo nosso Mestre, que depois de insultado e
pregado na cruz, ainda perdoou a todos aqueles que o perseguiram e caluniaram.
Ele pergunta ainda se já imaginamos se Jesus fosse reagir colocando em pratica,
o olho por olho, dente por dente? Que exemplo teríamos hoje deixado por Ele? Eu
diria não teria moral para tal.
Diz-nos ainda, que devemos nos lembrar deste
preceito: Amai-vos uns aos outros, e com o golpe do ódio devemos responder com
um sorriso.
Ainda ele nos
deixa escrito, que o duelista vem ser pior do aquele que invade um lar pela
cobiça, e acaba matando as pessoas daquela família. Que este último pertence à
classe que não sabe distinguir o bem do mal, e do duelista a raça dos mais
esclarecidos. No duelo tudo é estudado para matar, armas e etc.
Já o irmão
Adolfo Bispo de Argel, em Marmande no ano de 1.861, também deixa suas palavras
em torno do assunto dizendo o seguinte:
Que aquele
que sabe que esta aqui de passagem, e sabe que pode ter um destino certo, deve
passar por cima das contrariedades, pouco se importando com os espinhos, e com
os obstáculos, não e deixando se desviar do caminho da salvação.
Que duelar
aos olhos do Pai Maior, vem a ser um crime, porque este vem a ser um homicídio
pelo duelo, e que até a nossa legislação reconhece isto.
Que devemos
nos lembrar que nós mesmo somos os juízes das nossas atitudes, as vezes
impensadas, e que mais tarde e seremos julgados pela nossa consciência. Que
seremos perdoados de acordo com o perdão que pudermos executar. Que o perdão é
o que nos aproxima do Pai Celestial. Que se obedecermos aos ensinamentos do
Cristo, poderemos amanhã ou depois, habitar mundos mais superiores, onde não
residem nada de ruim, e que a palavra duelo somente pertencerá a um passado
tenebroso.
Por outro
lado um Espírito Protetor em Bordeaux, no ano de 1.861, nos diz que o duelo que
era conhecido no passado como julgamento de Deus, ainda tem vestígios na nossa
sociedade.
Ele
pergunta-nos se vicemos duas pessoas se duelando em água fervendo, ou
submetidos ao contato do ferro em brasa para decidirem uma disputa, se chamaríamos
esta atitude de costume insensato? Que para o duelista seria chamado de
assassino que pratica a sangue frio, com toda ação planejada, porque sabe do
golpe preciso que dará, e para o adversário que sabe que vai morrer, vem a ser
um suicídio com a mais fria reflexão.
Ainda recorda
que no passado o duelo que era conhecido como julgamento de Deus, e que
indicava uma fé ingênua, mas que não podia deixar de morrer um inocente de uma
força bruta, de tal maneira que geralmente quem morria era o ofendido.
Ele chama de
estúpido, aquele que se submete a este tipo por vaidade e de louco orgulho, que
deve trocar esta atitude pelo amor ao próximo, e a humildade deixada pelo nosso
Mestre Jesus.
Quanto ao
depoimento do nosso irmão Chico Xavier, em Bordeaux no ano de 1.861, ele
pergunta: Que opinião terão dele os homens, se disserem dele que se recusa a
tirar satisfação, ou não exigir daquele que lhe ofendeu? Ele chama de louco
aquele os homens atrasados que o censurarão, e que os mais esclarecidos dirão
que ele agiu com verdadeira sabedoria. Isto me faz lembrar aquele conselho, que
o herói nem sempre é o que não bate e sabe recuar na hora certa. Ele recomenda
que antes de agirmos de maneira errada se deixando levar pelo falso orgulho,
que devemos sempre perguntar a nós mesmos, se estamos agindo como verdadeiros
cristãos? Que devemos sempre pensar no remorso que poderá advir, tirando a vida
de uma pessoa que tem como responsabilidade uma família para sustentar, e que
talvez tenha agido com a cabeça quente.
Quanto ao ofendido,
ele concorda que algumas vezes, pode se encontrar gravemente ofendido, porque
tentaram manchar o seu nome, ou nome de uma pessoa da família. Isto não vem a
ser somente a sua honra que foi atingida, e sim o seu coração ferido e sofrendo,
mas se rebelar seria uma estupidez, jogando a sua vida contra um miserável,
capaz de infâmias, que mesmo que morto, o infante não deixará de se afrontar
com sua atitude. Para ele restará à satisfação da vingança que lhe deixará
profundos remorsos. Uma coisa devemos sempre lembrar, é dos ensinamentos do
Cristo, que não deixou simplesmente isto, e sim exemplificou inclusive
perdoando aqueles que o fizeram sofrer. Palavras Dele: “Não façais aos outros o
que não quereríeis que vos fizessem”.
Com esta
atitude ele acha que desaparecerá todas as causas das desavenças, e com ela os
desejos de duelos e também de guerras, que não passam de duelos entre os povos!
Bibliografia:
O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Mensagem
escrita pelo Médium Getulio Pacheco Quadrado.
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