Mães e filhos
Sempre soube que
ela era importante para mim.
Só não sabia o
quanto ela era realmente valiosa e especial.
Sempre imaginei
que, se um dia ela me faltasse, eu sentiria sua falta.
Mas nunca calculei
o que sua falta verdadeiramente representaria para mim.
Sempre me disseram
que amor de mãe é algo diferente, sublime, quase divino.
Sempre me disseram
tantas coisas a respeito desse relacionamento: mães e filhos.
Tanto disseram, mas
foi pouco o que eu ouvi e entendi sobre isso.
Banalizei. Não
acreditei.
Até o dia em que
ela se foi.
Era uma tarde de
final de primavera.
O vento brando
soprava e, em minha casa, não havia a mais leve suspeita da dor que se
avizinhava.
De repente, a
notícia. Mas não poderia ser verdade.
Não, Deus não
permitiria que as mães morressem.
Não assim. Não a
minha.
Engano meu. Era
verdade.
A verdade mais
cruel e mais dura que meu coração precisou encarar, enfrentar, suportar.
Ela partiu sem me
dizer adeus, sem me dar mais um abraço, mais um beijo, sem me pegar no colo pela
última vez, sem me dizer como fazer para prosseguir só...
Simplesmente
partiu. E uma ferida no meu peito se abriu.
Ferida que não
cicatriza, que não sara, que não passa.
É a falta que ela
me faz.
É minha tristeza
por querer seu aconchego mais uma vez, seu consolo, sua orientação segura.
Querer seu cafuné
antes do meu adormecer, sua voz antes do meu despertar.
Sua presença
silenciosa em meus momentos de angústia, sua mão amiga a me amparar e
confortar.
Querer outra vez
ouvir seu sussurro baixinho me dizendo que tudo vai dar certo e que tudo vai
acabar bem.
É uma saudade que
aperta meu coração e me faz derramar lágrimas às escondidas.
É uma dor de
arrependimento por todas as malcriações que fiz, pelas palavras atravessadas e
rudes que lhe disse.
Arrependimento
porque agora sei que mãe é mesmo alguém muito especial e porque me dou conta de
que os filhos só percebem isso muito tarde.
Tarde demais, como
eu.
* * *
A morte é um afastamento temporário entre os seres que habitam planos
diversos da vida.
Embora saibamos disso, é compreensível a dor que atinge aqueles que se
veem afastados de seus amores pela ocorrência da morte.
Muitas vezes essa angústia decorre do arrependimento pelas condutas
equivocadas que os feriram, ou por não demonstrar o verdadeiro afeto que
sentíamos por aqueles que partiram.
Às vezes são as mães que partem, outras são os filhos, ou os pais, os
amigos ...
E tantas coisas deixam de ser ditas, de serem feitas, de serem
vividas...
Pensemos nisso: a vida é marcada por acontecimentos inesperados que a
transformam, muitas vezes, de modo irreversível.
Cuidemos de nossos amores porque, embora eles sejam para sempre, poderão
não estar sempre ao nosso lado.
Redação do Momento Espírita, com
base em texto de autoria ignorada.
Em 22.12.2015.
MENSAGEM
COMPARTILHADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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