O hábito salutar do trabalho
É comum nos
perguntarmos porque precisamos trabalhar para atender as necessidades da vida
material.
Alguns questionamos quem teve a ideia de inventar o trabalho. Não
poderia ser tudo diferente, mais fácil?
No entanto, mesmo que não gostemos de trabalhar, ou que fiquemos nos
indagando por que precisamos trabalhar tanto, devemos compreender que o
trabalho é uma das bem-aventuradas leis de Deus.
Recordamos que o Cristo, quando entre nós, afirmou que o Pai Celestial
trabalhava sempre, e que Ele trabalhava também.
Dessa forma, testificou a grandeza e o valor do trabalho.
Assim, longe de ser um ato lamentável ou algo doloroso, é uma das
grandes oportunidades para que nos desenvolvamos e nos aproximemos do senhor
dos mundos.
Considerando que toda ocupação útil é trabalho, verificamos que, na
Terra, temos diversos tipos de trabalho.
Temos o trabalho de iluminação intelectual, que impõe vontade e
disciplina, regularidade e disposição para ser realizado.
É preciso estudar, pesquisar, investir horas para alimentarmos o nosso
intelecto.
Temos o trabalho de renovação do universo cultural, que exige
amadurecimento e sensibilidade, a fim de que a alma se assenhoreie desses
valores.
E desse universo fazem parte as artes plásticas, a música, a dança, o
teatro, a literatura.
Temos o trabalho no
solo, onde se desatam as folhas verdes e os
grãos, que precisam de quem conheça o ofício de adubar, de podar e de regar,
para que não se mutile o vegetal.
Temos o trabalho de lavrar a madeira ou o ferro, com ancinhos e formões,
serrotes e martelos, com forjas, bigornas e tornos, o que exige prudência e
imaginação, para que se leve a cabo a empreitada.
Temos o trabalho de projetar, calcular e construir a morada humana, por meio
da criatividade da arquitetura, da lucidez do cálculo, o que somente se
consegue após longos anos de bancos escolares, de experiências com combinações
e traçados dos materiais.
Também necessidade da força muscular, exigindo de toda a massa orgânica
esforço e empreendimento.
O trabalho realizado no mundo, portanto, se apresenta como recurso
indispensável para que possamos conquistar tanto os valores da teoria quanto os
dotes experimentais.
Se entendermos o trabalho somente como fonte de ganhos e de lucros, não
extrairemos dele tudo que nos pode oferecer.
Precisamos ver nele a oportunidade de iluminar a mente e fazer crescer a
alma.
Também a possibilidade de fortalecer a musculatura e honrar a
existência, dando-lhe significado.
É, igualmente, uma forma feliz de prestarmos serviço ao semelhante.
Por tudo isso, devemos nos lançar no aprimoramento da alma e do corpo,
por meio do trabalho, ou seja, por qualquer ação de utilidade que venhamos a
desenvolver na Terra.
Adotemos, pois, os bons costumes de gostar de ler, de estudar, de tocar
um instrumento, de desenvolver ciências e artes.
Há tanto para aprender, tanto para saber.
E, seja qual for a luta a enfrentar na Terra, não deixemos de
desenvolver, em nós e em redor de nós, o hábito salutar de servir por meio do
trabalho que possamos realizar.
Trabalhar sempre deve ser a nossa meta, a fim de que nos aproximemos da
grandeza do nosso Pai Criador.
Redação do Momento Espírita, com base na mensagem
Prospera no trabalho, pelo Espírito Guilherme March,
psicografia
de Raul Teixeira, no Instituto
Espírita Bezerra de Menezes,
em Niterói, Rio de Janeiro, em
21.5.2009.
Em 13.12.2018.
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