O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO IV.LEI DA REPRODUÇÃO.
POLIGAMIA.
A igualdade numérica aproximada entre os sexos é um
indício da proporção em que eles se devem unir, pois
tudo tem um fim na Natureza.
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Espiritismo é ideológico, tanto do ponto de vista físico quanto do ético: as
coisas materiais e os latos morais, o mundo e o ser humano, tudo tem uma
finalidade mas não de ordem antropológica. Muitas vezes ela contraria ou escapa
ao pensamento do ser humano. Isso deu motivo à reação antiteleológica da
Filosofia moderna. A Ciência, por sua vez, tratando apenas do plano objetivo,
não viu mais que “um ângulo do quadro da Natureza” e restringiu-se às
“condições determinantes”. Sua natureza analítica não lhe permite abranger o
sentido das coisas e dos fatos. Henri Bergson, porém, em L’Évolution Créatice desenvolveu
a teoria do ela vital, segundo a qual todo o curso da evolução, partindo da
matéria mais densa, dirige-se à liberação da consciência no ser humano aparecendo
este como o fim último da vida na Terra. Essa é a tese espírita da evolução,
até os limites da vida terrena. Mas o Espiritismo vai além, admitindo a “escala
dos mundos”, através da qual a evolução se processa no infinito, sempre com a
finalidade da perfeição. (N. do T.)
Quanto a
poligamia ou a monogamia quais se é maia conforme à lei natural, pode-se dizer
que a poligamia é a mais humana, cuja abolição marca um progresso social. O
casamento segundo as vistas de Deus, deve se fundar na afeição dos seres que se
unem. Nela não há verdadeira afeição: não há mais do que sensualidade.
Segundo
Kardec, se a poligamia estivesse de acordo com a lei natural devia ser
universal, o que, entretanto, seria materialmente impossível em virtude da
desigualdade numérica dos sexos.
A poligamia
deve ser considerada como um uso ou uma legislação particular apropriada a
certos costumes e que o aperfeiçoamento social fará desaparecer pouco a pouco.
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impulso poligâmico do ser humano não é um instinto biológico, mas um simples
resquício das fases anteriores de sua evolução. Não sendo irracional, nem
controlado pelas leis naturais das espécies animais, ele tem o dever moral de
refrear esse impulso e sublimar a sua afetividade através do amor conjugal e
familiar. É pela razão e o livre-arbítrio que ele se controla, elevando-se
conscientemente acima das exigências biológicas e das ilusões sensoriais. Se esse controle
lhe parece difícil, maior é o seu dever de
realizá-lo, porque maior é a sua necessidade de evolução nesse campo
e também porque “o mérito do bem está na dificuldade”.
BIOGRAFIA
O LIVRO DOS ESPÍRITOS: MATÉRIA DIVULGADA
PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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