O LIVRO DOS ESPÍRITOS.CAPÍTULO IX.LEI DE IGUALDADE.IGUALDADE PERANTE O
TÚMULO.
De onde vem o
desejo de perpetuar a própria memória nos monumentos fúnebres?
— Derradeiro ato de
orgulho.
Mas a suntuosidade
dos monumentos fúnebres não é, na maioria das vezes, determinada pelos parentes
que desejam honrar a memória do falecido, e não por este?
— Orgulho dos
parentes, que querem honrar-se a si mesmos. Oh, sim, nem sempre é pelo morto
que se fazem todas essas demonstrações, mas por amor-próprio, por consideração
ao mundo e para exibição de riqueza. Crês que a lembrança de um ser querido
seja menos durável no coração do pobre, porque ele só pode colocar uma flor
sobre a sua tumba? Crês que o mármore salva do esquecimento aquele que foi
inútil na Terra?
Reprovais de
maneira absoluta as pompas fúnebres?
— Não. Quando
homenageiam a memória de um homem de bem, são justas e de bom exemplo*.
Comentário de
Kardec: A tumba é o lugar de encontro de todos os homens e nela se findam
impiedosamente todas as distinções humanas. É em vão que o rico tenta perpetuar
a sua memória por meio de faustosos monumentos. O tempo os destruirá, como aos
seus próprios corpos. Assim o quer a Natureza. A lembrança das suas boas e más
ações será menos perecível que o seu túmulo. A pompa dos funerais não o lavará
de suas torpezas e não o fará subir sequer um degrau na hierarquia espiritual.
NOTA:
*Há quem estranhe a existência do túmulo de Allan Kardec no Cemitério de Pére
Lachaise, em Paris, visitado pelos espíritas. Outros censuram a visita de
espíritas aos túmulos de parentes e amigos. Como se vê, são excessos de zelo
que a doutrina não endossa. O túmulo de Kardec, como disse o médium Francisco
Cândido Xavier, após visitá-lo: “É uma mensagem permanente de luz”.
BIBLIOGRAFIA. O
LIVRO DOS ESPÍRITOS. MATÉRIA DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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