terça-feira, 28 de maio de 2024

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. MUNDO ESPÍRITA OU DO MUNDO DOS ESPÍRITA. CAPÍTULO I. DOS ESPÍRITOS. PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. PARTE SEGUNDA MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO I. DOS ESPÍRITOS. PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS.

 

Os Espíritos bons ou maus por natureza, melhoram por si e passam de uma ordem inferior para uma superior.

Com referência se os Espíritos foram criados bons e outros maus, podemos dizer que Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um deles uma missão, com o fim de os esclarecer e progressivamente conduzir à perfeição, pelo conhecimento da verdade e para os aproximar dele. A felicidade eterna e sem perturbações, eles a encontrarão nessa perfeição. Os Espíritos adquirem, o conhecimento passando pelas provas que Deus lhes impõe. Uns aceitam essas provas com submissão e chegam mais prontamente ao seu destino; outros não conseguem sofrê-las sem lamentação, e assim permanecem, por sua culpa, distanciados da perfeição e da felicidade prometida.

Segundo isto, os Espíritos, na sua origem, se assemelham a crianças, ignorantes e sem experiência, mas adquirindo pouco a pouco os conhecimentos que lhes faltam, ao percorrer as diferentes fases da vida.

A comparação é justa: a criança rebelde permanece ignorante e imperfeita; seu menor ou maior aproveitamento depende da sua docilidade. Mas a vida do ser humano tem fim, enquanto a dos Espíritos se estende ao infinito.

Não há Espíritos que ficarão perpetuamente nas classes inferiores; todos se tornarão perfeitos. Eles mudam, embora devagar, porque, como já foi dito uma vez, um pai justo e misericordioso não pode banir eternamente os seus filhos. Querias que Deus, tão grande, tão justo e tão bom, fosse pior que nós mesmos?

Depende dos Espíritos apressar o seu avanço para a perfeição.

Eles chegam mais ou menos rapidamente, segundo o seu desejo e a sua submissão à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais depressa que uma rebelde?

Os Espíritos não podem se degenerar. À medida que avançam, compreendem o que os afasta da perfeição. Quando o Espírito concluiu uma prova, adquiriu conhecimento e não mais o perde. Pode permanecer estacionário, mas não retrogradar.

Na questão se Deus pode livrar os Espíritos das provas que devem sofrer para chegar à primeira ordem, podemos dizer que se eles tivessem sido criados perfeitos, não teriam merecimento para gozar os benefícios dessa perfeição. Onde estaria o mérito sem a luta? De outro lado, a desigualdade existente entre eles é necessária à sua personalidade, e a missão que lhes cabe nos diferentes graus está nos desígnios da Providência, com vistas à harmonia do Universo.

Comentário de Kardec: Como, na vida social, todos os seres humanos podem chegar aos primeiros postos, também poderíamos perguntar por que motivo o soberano de um país não faz, de cada um dos seus soldados, um general; por que todos os empregados subalternos não são superiores; por que todos os alunos não são professores. Ora, entre a vida social e a espiritual, existe ainda a diferença de que a primeira é limitada e nem sempre permite a escalada de todos os seus degraus, enquanto a segunda é indefinida e deixa a cada um a possibilidade de se elevar ao posto supremo.

Todos os Espíritos não passam pela fileira do mal para chegar ao bem, mas pela da ignorância.

Pelo livre arbítrio alguns Espíritos seguiram o caminho do bem, e outros, o do mal.

Deus não criou Espíritos maus; criou-os simples e ignorantes, ou seja, tão aptos para o bem quanto para o mal; os que são maus, assim se tornaram por sua vontade.

Os Espíritos, em sua origem, quando ainda não têm a consciência de si mesmos, tem a liberdade de escolher entre o bem e o mal, porque o livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire consciência de si mesmo. Não haveria liberdade, se a escolha fosse provocada por uma causa estranha à vontade do Espírito. A causa não esta nele, mas no exterior, nas influências a que ele cede em virtude de sua espontânea vontade. Esta é a grande figura da queda do ser humano e do pecado original: uns cederam à tentação e outros a resistiram.

As influências que se exercem sobre ele, vem dos Espíritos imperfeitos que procuram envolvê-lo e dominá-lo, e que ficam felizes de o fazer sucumbir. Foi o que se quis representar na figura de Satanás.

Quanto se esta influência só se exerce sobre o Espírito na sua origem, podemos dizer que

segue-o na vida de Espírito, até que ele tenha de tal maneira adquirido o domínio de si mesmo que os maus desistam de obsediá-lo.

O porquê Deus permitiu que os Espíritos pudessem seguir o caminho do mal, foi pelo livre arbítrio que foi dado a cada um escolher a sua estrada.

A sabedoria de Deus se encontra na liberdade de escolha que concede a cada um, porque assim cada um tem o mérito de suas obras.

Havendo Espíritos que desde o princípio, seguem o caminho do bem absoluto, e outros, o do mal absoluto, haverá sim gradações sem dúvida, entre esses dois extremos, e constituem a grande maioria.

Os Espíritos que seguiram o caminho do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros, mas na eternidade serão mais longas para eles.

Comentário de Kardec: Por essa expressão, a eternidade, devemos entender a ideia que os Espíritos inferiores fazem da perpetuidade dos seus sofrimentos, cujo termo não lhes é dado ver. Essa ideia se renova em todas as provas nas quais sucumbem.

Deus contempla os extraviados com o mesmo olhar, e os ama do mesmo modo. Tai uma prova daqueles que chegam ao supremo grau, depois de passarem pelo mal.

Os Espíritos são criados iguais quanto às faculdades intelectuais, mas não sabendo de onde vêm, é necessário que o livre-arbítrio se desenvolva. Progridem mais ou menos rapidamente, tanto em inteligência como em moralidade.

Comentário de Kardec:  Os Espíritos que seguem desde o princípio o caminho do bem nem por isso são Espíritos perfeitos; se não têm más tendências, não estão menos obrigados a adquirir a experiência e os conhecimentos necessários à perfeição. Podemos compará-los a crianças que, qualquer que seja a bondade dos seus instintos naturais tem necessidade de desenvolver-se, de esclarecer-se e não chegam sem transição da infância à maturidade. Assim como temos seres que são bons e outros que são maus desde a infância, há Espíritos que são bons ou maus desde o princípio com a diferença capital de que a criança traz os seus instintos formados, enquanto o Espírito na sua formação, não possui mais maldade que bondade. Ele tem todas as tendências, e toma uma direção ou outra em virtude do seu livre-arbítrio.

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.MATÉRIA DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

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