O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VI. RELAÇÕES SIMPÁTICAS E
ANTIPÁTICAS DOS ESPÍRITOS.METADES ETERNAS.
Além da simpatia geral, determinada pelas semelhanças,
existe afeições particulares entre os Espíritos. Mas o liame que une os
Espíritos é mais forte na ausência do corpo físico, porque não existe mais às
vicissitudes das paixões.
As aversões entre os Espíritos só existe entre os impuros, e
são estes que acabam excitando entre os encarnados inimizades e discussões.
Dois Espíritos encarnados que foram inimigos aqui, quando
desencarnam não conservam seus ressentimentos, porque compreenderão que era
estúpida. Apenas os Espíritos imperfeições é que conservam isto, até se
purificarem.
Quando dois Espíritos encarnados se lembram das suas más
ações que cometeram aqui, acaba se tornando obstáculo à sua simpatia, e acaba
distanciando-os.
O sentimento do mal que fizemos a um Espírito, após a morte
do seu corpo físico ao chegar lá, se for bom acaba perdoando, e se mal além de
conservar este ressentimento, pode por vezes perseguir-nos até numa outra
existência.
As afeições dos Espíritos não são suscetíveis de alteração,
porque eles não podem enganar-se, e não usam mais a máscara da hipocrisia, e é
por isso que as afeições são inalteráveis quando puros. O amor que os unem é de
extrema felicidade. A afeição que tiveram aqui com alguém prossegue no mundo
Espiritual, isto se se basearem numa verdadeira simpatia: mas se as causas de
ordem física tiveram maior influência que a simpatia, essa cessa com as causas.
Geralmente as afeições entre os Espíritos são mais sólidas do que aqui, porque
não estão mais subordinadas a interesses materiais e do amor próprio.
Não existe almas predestinadas e fatal entre duas almas. A
união existe entre os Espíritos, mas em graus diferentes, segundo a ordem que
ocupam da perfeição que adquiriram.
A palavra metade que certos Espíritos se servem para
designar os Espíritos simpáticos, a expressão não é exata, pois se um Espírito
fosse a metade do outro, quando separados estariam incompletos.
Todos os Espíritos que atingiram a perfeição, podem se
unirem entre si. Já na esfera inferior quando um se eleva, já não tem a mesma
simpatia pelos que deixou.
A simpatia que atrai um Espírito para o outro, vem a ser o
resultado da perfeita concordância de suas existências, de seus instintos. Se um devesse vir a completar o outro
perderia a sua individualidade.
Para haver uma afinidade para uma simpatia perfeita, não
consiste apenas na semelhança dos pensamentos e sentimentos, e sim na igualdade
do grau de elevação.
O Espíritos que hoje não são simpáticos, podem amanhã se
tornarem a sê-los. Isto é, quando se aperfeiçoar, chegara a esfera em que se
encontra o outro. Seu encontro se realizará mais prontamente se o Espírito mais
elevado, suportando mal as provas a que se submetera, tiver permanecido no
mesmo estado.
Entre dois Espíritos simpáticos, um poderá deixar de sê-lo,
se um for preguiçoso.
Orientação de Kardec:
É que a teoria das metades eternas que representa a imagem da união de
dois Espíritos simpáticos, é que não deve ser tomada ao pé da letra. Porque os
Espíritos que dela se servem não pertencem a mesma ordem mais elevada. A esfera
de suas ideias é necessariamente limitada, e exprimiram o seu pensamento pelos
termos de que teriam servido a vida corporal. Sendo necessário se rejeitar esta
ideia de que dois Espíritos, criados um para o outro, devem se unir um dia na eternidade.
BIOBRAFIA O LIVRO DOS ESPÍRITOS. MATÉRIA DIVULGADA PELO
MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
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