sexta-feira, 24 de maio de 2024

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VIII. LEI DO POGRESSO. MARCHA DO POGRESSO.

 


https://www.ipeak.net/pt/imagens/ico_fonte.gif

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VIII. LEI DO PROGRESSO. MARCHA DO POGRESSO.

779. A força para o progresso, haure-a o homem em si mesmo, ou o progresso é apenas fruto de um ensinamento?

“O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas nem todos programam simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contato social.”

780. O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual?

“Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.”

a) – Como o progresso intelectual pode gerar o progresso moral?

“Fazendo compreensíveis o bem e o mal. O homem, desde então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha a inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos.”

b) – Como é, nesse caso, que, muitas vezes, acontece serem os povos mais esclarecidos os mais pervertidos também?

“O progresso completo constitui o objetivo. Os povos, porém, como os indivíduos, só passo a passo o atingem. Enquanto não se lhes ensinar o senso moral desenvolvido, pode mesmo acontecer que se sirvam da inteligência para a prática do mal. A moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo chegam a equilibrar-se.” (365-751)

781. Tem o homem o poder de paralisar a marcha do progresso?

“Não, mas tem, às vezes, o de embaraçá-la.”

a) – Que se deve pensar dos que tentar impedir a marcha do progresso e fazer que a Humanidade retrógrada?

“Pobres seres, que Deus castigará! Serão levados de roldão pela torrente que procuram deter.”

Sendo o progresso uma condição da natureza humana, não está no poder do homem por-se-lhe. É uma força viva, cuja ação pode ser retardada, porém não anulada, por leis humanas mais. Quando estes se tornam incompatíveis com eles, despedaça-os juntamente com aqueles que se esforçam para mantê-los. Assim será, até que o homem tenha posto suas leis em concordância com a justiça divina, que queira que todos participem do bem, que sejam abolidas as leis feitas pelo forte em detrimento do fraco.

782. Não há homens que de boa-fé obstam ao progresso, acreditando favorecê-lo, porque, do ponto de vista em que se colocam, o veem onde ele não está?

“Assemelham-se a pedras pequeninas que, colocadas debaixo da roda de uma grande viatura, não impedem de avançar.”

783. Segue sempre marcha progressiva e lenta o aperfeiçoamento da Humanidade?

“Há o progresso regular e lento, que resulta da força das coisas. Quando, porém, um povo não progride tão depressa quanto deveria, Deus o sujeita, de tempos a tempos, a um abalo físico ou moral que o transforma.”

O homem não pode conservar-se indefinidamente na ignorância, porque tem de atingir especificamente a Providência que lhe foi assinada. Ele se esclarece pela força das coisas. As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram nas ideias pouco a pouco; dormitam durante séculos; depois, irrompem subitamente e realizam o desmoronamento do carunchoso edifício do passado, que deixou de estar em harmonia com as novas necessidades e com as novas aspirações.

Nessas comoções, o homem muitas vezes não percebe senão a desordem e a confusão momentânea que o ferem em seus interesses materiais. Aquele, porém, que eleva o pensamento acima da sua própria personalidade admira os desenhos da Providência, que do mal faz sair o bem. São a procela, uma tempestade que saneiam a atmosfera, depois de um terem agitado violentamente.

784. Bastante grande é a perversidade do homem. Não parece que, pelo menos do ponto de vista moral, ele, em vez de retroceder, caminha aos recuos?

“Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que o homem se adianta, pois que melhor compreende o que é mal, e vai dia a dia reprimindo os abusos. Faz-se mister que o mal chegue ao excesso, para tornar funcional a necessidade do bem e das reformas.”

785. Qual o maior obstáculo ao progresso?

“O orgulho e o egoísmo. Refiro-me ao progresso moral, por quanto o intelectual se efetua sempre. À primeira vista, parece mesmo que o progresso intelectual reduplica a atividade desses vícios, desenvolvendo a ambição e o gosto das riquezas, que, por sua vez, incitam o homem a empreender pesquisas que lhe esclarecem o Espírito. Assim é que tudo se prende, no mundo moral, como no mundo físico, e que do próprio mal pode nascer o bem. Porém esse estado de coisas não durará para sempre; Mudará na proporção que o homem compreenderá melhor que, além do gozo dos bens terrenos proporciona, uma felicidade existe infinitamente maior e infinitamente mais rigorosa.” (Vide: Egoísmo, cap. XII.)

Há duas espécies de progresso, que uma a outra se prestam apoio mútuo, mas que, no entanto, não marcham lado a lado: o progresso intelectual e o progresso moral. Entre os povos civilizados, o primeiro tem recebido, no correr deste século, todos os incentivos. Por isso mesmo atingiu um grau a que ainda não chegaria antes da época atual. Falta muita coisa para que o segundo se doa no mesmo nível. Entretanto, comparando-se os costumes sociais de hoje com os de alguns séculos atrás, só um cego negaria o progresso realizado. Ora, sendo assim, por que teria essa marcha ascendente de parar, com relação, de preferência, ao moral, do que com relação ao intelectual? Por que será impossível que entre o século dezenove e o vigésimo quarto século haja, a esse respeito, tanta diferença quanta entre o décimo quarto século e o século dezenove? Duvidar seria fingir que a Humanidade não está no apogeu da perfeição – o que é absurdo –, ou que ela não é perfectível moralmente – ou que a experiência é desmente.

BIBLIOGRAFIA. O LIVRO DOS ESPÍRITOS. MATÉRIA DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

0 comentários:

Postar um comentário

ESTAMOS DISPOSIÇÃO DOS AMIGOS PARA ESCLARECER QUALQUER DÚVIDA.