O
LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VI-
LEI
DE DESTRUIÇÃO.
DESTRUIÇÃO
NECESSÁRIA E DESTRUIÇÃO ABUSIVA.
Os Espíritos Bons nos informam que a destruição
é uma lei da Natureza, e necessária que tudo se destrua para renascer e se regenerar,
porque isso a que chamamos de destruição não é mais que
transformação, cujo objetivo é a renovação e o melhoramento dos seres
vivos.
Quanto ao instinto de destruição se teria sido
dado aos seres vivos com fins providenciais, os Espíritos nos dizem que as criaturas de Deus são os instrumentos de que
ele se serve para atingir os seus fins. Para se nutrirem, os seres vivos
se destroem entre si e isso com o duplo objetivo de manter o equilíbrio da
reprodução, que poderia tornar-se excessiva, e de utilizar os restos do
invólucro exterior. Mas é apenas o invólucro que é destruído e esse não é
mais que acessório, não a parte essencial do ser pensante, pois este é o
princípio inteligente indestrutível que se elabora através das diferentes
metamorfoses por que passa.
Se a destruição é necessária para a
regeneração dos seres, sabe o porquê a Natureza os cerca de meios de
preservação e conservação. É para
evitar a destruição antes do tempo necessário. Toda destruição antecipada
entrava o desenvolvimento do principio inteligente. Foi por isso que Deus
deu a cada ser a necessidade de viver e de se reproduzir.
O ser humano mesmo sabendo que a morte do
corpo físico deve conduzi-los a uma vida melhor, e que os livra dos males deste
mundo, ele a teme porque o ser humano deve
procurar sempre prolongar a sua vida para cumprir a sua tarefa. Foi por
isso que Deus lhe deu o instinto de conservação e esse instinto o sustenta
nas suas provas; sem isso, muito frequentemente ele se entregaria ao
desânimo. A voz secreta que o faz repelir a morte lhe diz que ainda pode
fazer alguma coisa pelo seu adiantamento. Quando um perigo o ameaça, ela o
adverte de que deve aproveitar o tempo que Deus lhe concede, mas o ingrato
rende geralmente graças à sua estrela, em lugar do Criador.
Ao lado dos meios de conservação, a Natureza
colocou ao mesmo tempo os agentes destruidores lado do mal, para ser mantido o equilíbrio e servir de contrapeso.
Quanto à necessidade de destruição em todos os
mundos é proporcional a cada um deles, e desaparece num estado físico e moral mais apurado. Nos mundos
mais avançados que o nosso, as condições de existência são muito
diferentes.
A necessidade de destruição entre os seres humanos diminui entre eles à
medida que o Espírito supera a matéria; é por isso que ao horror da
destruição devemos ver seguir-se o desenvolvimento intelectual e moral.
No seu estado atual, o ser humano quanto ao
direito de destruir os animais, é regulado pela
necessidade de prover à sua alimentação e à sua segurança; o abuso jamais
foi um direito.
Quando a destruição ultrapassa os limites das
necessidades e da segurança; da caça, por exemplo, quando não tem por objetivo
senão o prazer de destruir, sem utilidade, vem a ser um ato de predominância da bestialidade sobre a natureza
espiritual. Toda destruição que ultrapassa os limites da necessidade é uma
violação da lei de Deus. Os animais não destroem mais do que necessitam,
mas o ser humano, que tem o livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Este
prestará contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois nesses
casos ele cede aos maus instintos.
Quanto aos povos que levam ao excesso o
escrúpulo no tocante à destruição dos animais, os Espíritos Bons nos adverte
ser um excesso, num sentimento que em si
mesmo é louvável, mas que se torna abusivo e cujo mérito acaba
neutralizado por abusos de toda espécie. Eles têm mais temor supersticioso do
que verdadeira bondade.
BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.MATÉRIA DIVULGADA PELO MÉDIUM
GETULIO PACHECO QUADRADO.
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