sábado, 25 de maio de 2024

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VI.LEI DE DESTRUIÇÃO. DESTRUIÇÃO NECESSÁRIA E DESTRUIÇÃO ABUSIVA.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO VI-

LEI DE DESTRUIÇÃO.

DESTRUIÇÃO NECESSÁRIA E DESTRUIÇÃO ABUSIVA.

 

Os Espíritos Bons nos informam que a destruição é uma lei da Natureza, e necessária que tudo se destrua para renascer e se regenerar, porque  isso a que chamamos de destruição não é mais que transformação, cujo objetivo é a renovação e o melhoramento dos seres vivos.

Quanto ao instinto de destruição se teria sido dado aos seres vivos com fins providenciais, os Espíritos nos dizem que as criaturas de Deus são os instrumentos de que ele se serve para atingir os seus fins. Para se nutrirem, os seres vivos se destroem entre si e isso com o duplo objetivo de manter o equilíbrio da reprodução, que poderia tornar-se excessiva, e de utilizar os restos do invólucro exterior. Mas é apenas o invólucro que é destruído e esse não é mais que acessório, não a parte essencial do ser pensante, pois este é o princípio inteligente indestrutível que se elabora através das diferentes metamorfoses por que passa.

Se a destruição é necessária para a regeneração dos seres, sabe o porquê a Natureza os cerca de meios de preservação e conservação. É para

evitar a destruição antes do tempo necessário. Toda destruição antecipada entrava o desenvolvimento do principio inteligente. Foi por isso que Deus deu a cada ser a necessidade de viver e de se reproduzir.

O ser humano mesmo sabendo que a morte do corpo físico deve conduzi-los a uma vida melhor, e que os livra dos males deste mundo, ele a teme porque o ser humano deve procurar sempre prolongar a sua vida para cumprir a sua tarefa. Foi por isso que Deus lhe deu o instinto de conservação e esse instinto o sustenta nas suas provas; sem isso, muito frequentemente ele se entregaria ao desânimo. A voz secreta que o faz repelir a morte lhe diz que ainda pode fazer alguma coisa pelo seu adiantamento. Quando um perigo o ameaça, ela o adverte de que deve aproveitar o tempo que Deus lhe concede, mas o ingrato rende geralmente graças à sua estrela, em lugar do Criador.

Ao lado dos meios de conservação, a Natureza colocou ao mesmo tempo os agentes destruidores lado do mal, para ser mantido o equilíbrio e servir de contrapeso.

Quanto à necessidade de destruição em todos os mundos é proporcional a cada um deles, e desaparece num estado físico e moral mais apurado. Nos mundos mais avançados que o nosso, as condições de existência são muito diferentes.

A necessidade de destruição entre os seres humanos diminui entre eles à medida que o Espírito supera a matéria; é por isso que ao horror da destruição devemos ver seguir-se o desenvolvimento intelectual e moral.

No seu estado atual, o ser humano quanto ao direito de destruir os animais, é regulado pela necessidade de prover à sua alimentação e à sua segurança; o abuso jamais foi um direito.

Quando a destruição ultrapassa os limites das necessidades e da segurança; da caça, por exemplo, quando não tem por objetivo senão o prazer de destruir, sem utilidade, vem a ser um ato de predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que ultrapassa os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais não destroem mais do que necessitam, mas o ser humano, que tem o livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Este prestará contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois nesses casos ele cede aos maus instintos.

Quanto aos povos que levam ao excesso o escrúpulo no tocante à destruição dos animais, os Espíritos Bons nos adverte ser um excesso, num sentimento que em si mesmo é louvável, mas que se torna abusivo e cujo mérito acaba neutralizado por abusos de toda espécie. Eles têm mais temor supersticioso do que verdadeira bondade.

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.MATÉRIA DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.

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