Preces pelos Espíritos
Para logo após a
morte
Prefácio: As preces pelos Espíritos
que acabam de deixar a Terra têm por fim, não apenas proporcionar-lhes uma
prova de simpatia, mas também ajudá-los a se libertarem das ligações terrenas,
abreviando a perturbação que segue sempre à separação do corpo, e tornando mais
calmo o seu despertar. Mas ainda nesse caso, como em todas as demais
circunstâncias, a eficácia da prece depende da sinceridade do pensamento, e não
da abundância de palavras, ditas com maior ou menor ênfase, e das quais, na
maioria das vezes, o coração não participa.
As preces que partem realmente do
coração encontram ressonância no Espírito a que se dirigem, e cujas ideias
estão ainda em estado de confusão, como se fossem vozes amigas que vão
despertá-lo do sono. (Ver capítulo 27, item 10).
Prece: Deus Todo-Poderoso, que vossa
misericórdia se estenda sobre a alma de N..., que acabais de chamar
para vós. Possam ser contadas em seu favor as provas por que passou na Terra, e
as nossas preces abrandar e abreviar as penas que ainda tenha de sofrer como
Espírito!
Vós, Bons Espíritos que viestes
receber essa criatura, e vós, sobretudo, que sois o seu Anjo Guardião,
assisti-o, ajudando-o a se despojar da matéria. Dai-lhe a luz necessária, e a
consciência de si mesmo, a fim de se livrar da perturbação que acompanha a
passagem da vida corporal para a vida espiritual. Inspirai-lhe o arrependimento
de suas faltas e o desejo de repará-las, para apressar o seu progresso rumo à
eterna bem-aventurança.
A ti, N..., que acabas de
entrar no Mundo dos Espíritos, quero dizer que, não obstante, aqui encontras
entre nós, e nos vê e nos ouve, pois apenas deixaste o corpo perecível, que
logo será reduzida a poeira.
Deixaste o envoltório grosseiro,
sujeito às vicissitudes e à morte, e conservastes apenas os envoltórios
etéreos, imperecíveis e inacessíveis aos sofrimentos materiais. Se não vives
mais pelo corpo, vives, entretanto pelo Espírito, e essa vida espiritual está
isenta das misérias que afligem a Humanidade.
Não tens mais sobre os olhos o véu
que nos oculta os esplendores da vida futura. Podes agora contemplar novas
maravilhas, enquanto nós continuamos mergulhados nas trevas.
Vais percorrer o espaço e visitar os
mundos, em plena liberdade, enquanto nós rastejamos penosamente na Terra,
presos aos nossos corpos materiais, semelhantes a um pesado fardo.
Os horizontes do infinito se
desvendarão diante de ti, e ao ver tanta grandeza, compreenderás a vaidade das
ambições terrenas, das nossas aspirações mundanas, e das alegrias fúteis a que
os homens se entregam.
A morte, para os homens, é apenas uma
separação momentânea, no plano material. Do exílio em que ainda nos mantém a
vontade de Deus, os deveres que ainda temos de cumprir neste mundo, nós te
seguiremos pelo pensamento, até o momento em que nos seja permitido juntar-nos
novamente contigo, como agora te reúnes aos que te precederam.
Não podemos ir ao teu encalço, mas
podes vir até nós. Vem, pois, atender os que te amam e que também amaste.
Ampara-os nas provas da vida; vela pelos que te são caros; protege-os segundo
as tuas possibilidades; suaviza-lhes as amarguras da saudade, sugerindo-lhes o
pensamento de que estás agora mais feliz, e a consoladora certeza de que um dia
estarão todos reunidos num mundo melhor.
No mundo em que estás todos os
ressentimentos terrenos devem extinguir-se. Que possas, para a tua felicidade
futura, permanecer agora inacessível a eles! Perdoa, pois, a todos os que
possam ter cometido faltas para contigo, como aqueles para os quais erraste
também te perdoam.
Nota: Podem-se juntar a esta prece,
que se aplica a todos, algumas palavras especiais, segundo as circunstâncias
particulares da família, ou das relações e da posição do falecido.
Quando se trata de uma criança,
sabemos, pelo Espiritismo, que não estamos diante de um Espírito recém-criado,
mas que já viveu outras vidas, e que pode até mesmo ser bem adiantado. Se a sua
última existência foi curta, é que necessitava de um complemento de provas, ou
devia ser uma prova para os pais. (Ver capítulo 5, item 21).
Prece (Outra)[1]: Senhor Todo-Poderoso, que vossa misericórdia se derrame sobre os
nossos irmãos que acabam de deixar a Terra! Que brilhe vossa luz aos seus
olhos! Tirai-os das trevas, abri os seus olhos e os seus ouvidos! Que os Bons
Espíritos os envolvam e lhes façam ouvir suas palavras de paz e de esperança!
Senhor, por mais indignos que
sejamos, temos a ousadia de implorar a vossa misericórdia indulgência em favor
deste nosso irmão que acabais de chamar do exílio. Fazei que o seu retorno seja
o do filho pródigo. Esquecei, ó meu Deus, as faltas que tenha cometido, para
vos lembrardes somente do bem que tenha podido fazer! Imutável é a vossa
justiça, bem o sabemos, mas imenso é o vosso amor! Nós vos suplicamos que
abrande a vossa justiça pela fonte de bondade que emana de nós!
Que a luz se faça para ti, meu irmão
que acabas de deixar a Terra! Que os Bons Espíritos do Senhor venham
socorrer-te, envolvendo-te e ajudando-te a sacudir para longe as tuas cadeias
terrestres! Vê e compreende a grandeza de nosso Senhor; submete-te sem queixas
à sua justiça; mas jamais te desesperes da sua misericórdia. Irmão! Que um
profundo exame do teu passado te abra as portas do futuro, fazendo-te
compreender as falhas que deixastes para trás, bem como o trabalho que te
espera, para que possas repará-las! Que Deus te perdoe, e que os seus Bons
Espíritos te amparem e encorajem! Teus irmãos da Terra orarão por ti, e te
pedem que ores por eles.
Por aqueles que
amamos
Prefácio: Como é horrível a ideia do
nada! Como são dignos de lástima os que pensam que a voz do amigo que chora o
seu amigo se perde no vácuo, sem encontrar o menor sinal de resposta! Eles
jamais conheceram as afeições puras e santas. Como conhecer se pensam que tudo
morre com o corpo; que o gênio, depois de iluminar o mundo com a sua poderosa
inteligência, extingue-se como um sopro, no apagar de um simples jogo de forças
materiais; que do ser mais querido, como o pai, a mãe, um filho adorado, não
resta mais do que um punhado de poeira, que o vento inevitavelmente dispersará?
Como pode um homem sensível
indiferente a essa ideia? Como não o gela de horror a ideia de um aniquilamento
absoluto, e não o faz pelo menos desejar que assim não seja? Se até a razão não
foi suficiente para dissipar as suas dúvidas, eis que o Espiritismo o vem
fazer, através das provas materiais de sobrevivência que nos proporciona, e
consequentemente da existência dos seres de além túmulo. Justamente por isso,
essas provas são acolhidas por toda parte com satisfação. E a confiança
renasce, pois o homem sabe, de agora em diante, que a vida terrena é apenas uma
rápida passagem, que conduz a uma vida melhor. Seus trabalhos neste mundo não
ficam mais perdidos para ele, e as suas mais santas afeições não são rompidas
sem qualquer esperança.
Prece: Acolhe favoravelmente, ó Deus
de bondade, a prece que vos dirijo pelo Espírito de N...! Faze-lhe
perceber as tuas luzes divinas, e facilita-lhe o caminho da felicidade eterna!
Permite que os Bons Espíritos levem até ele as minhas palavras e o meu
pensamento.
E tu, que eu tanto queria neste
mundo, ouve a minha voz que te chama para dar-te uma nova prova da minha
afeição! Deus permitiu que fosses libertado antes de mim, e eu não poderia
lamentá-lo sem demonstrar egoísmo, porque equivaleria a desejar que continuasse
sujeito às penas e aos sofrimentos da vida. Espero, pois, com resignação, o
momento da nossa união, nesse mundo mais feliz, a que chegaste antes de mim.
Bem sei que a nossa separação é apenas
momentânea, e que, por mais longa ela possa me parecer, sua duração se esvai
diante da eternidade de ventura que Deus promete aos seus eleitos. Que a sua
bondade me livre de fazer qualquer coisa que possa retardar esse instante
desejado, e que assim me poupe à dor de não te encontrar, ao sair do meu
cativeiro terreno.
Oh, como é doce e consoladora a
certeza de não haver, entre nós, mais do que um véu material, que te esconde ao
meu olhar; a certeza de podes estar aqui, ao meu lado, ver-me e ouvir-me como
outrora; de que não me esqueces, da mesma maneira como não te esqueço; de que
os nossos pensamentos se confundem incessantemente, e de que o teu me segue e
me ampara sempre!
Que a paz do Senhor esteja contigo!
Pelos sofredores que
pedem preces
Prefácio: Para compreender o alívio
que a prece pode proporcionar aos Espíritos sofredores, é necessário lembrar o
seu modo de ação, anteriormente explicado. (Ver capítulo 17, itens 8 e 9 e seguintes). Aquele que se
compenetrou desta verdade, ora com mais fervor, em virtude da certeza de não
fazê-lo em vão.
Prece: Deus clemente e
misericordioso, que a vossa bondade se derrame sobre todos os Espíritos que se
recomendam às nossas preces, e particularmente sobre o Espírito de N....
Bons Espíritos, que tendes o bem por
ocupação única, intercedei comigo a favor deles! Fazei brilhar aos seus olhos
um clarão de esperanças, e que a divina luz os esclareça quanto às imperfeições
que os afastam dos bem-aventurados. Abri os seus corações ao arrependimento e
ao desejo de se purificarem, para apressarem o seu adiantamento. Fazei-os
compreender que, pelos seus esforços, podem abreviar o tempo de suas provas.
Que Deus, na sua bondade, lhe dê a
força de perseverança nas suas boas resoluções!
Possam estas palavras amigas
suavizar-lhes as penas, mostrando-lhes que há, sobre a Terra, quem deles e
compadece e lhes deseja toda a felicidade!
Prece (Outra): Derramai,
Senhor, nós vos pedimos, sobre todos os que sofrem, como Espíritos errantes, no
espaço, ou entre nós, como Espíritos encarnados, as graças do vosso amor e da vossa
misericórdia! Tende piedade das nossas fraquezas. Vós nos fizestes falíveis,
mas nos destes a força de resistir ao mal e de vencê-lo. Que a vossa
misericórdia se estenda sobre todos os que não puderem resistir às suas más
tendências, e ainda se encontram pelo caminho do mal. Que os Bons Espíritos os
envolvam; que as vossas luzes brilhem aos seus olhos, e que, atraídos pelo seu
calor vivificante, venham prosternar-se aos vossos pés, humildes, arrependidos
e submissos.
Nós vos pedimos igualmente, Pai de
Misericórdia, pelos nossos irmãos que não tiverem forças para suportar suas
provas terrenas. Vós nos daí um fardo a carregar, Senhor, e só devemos depô-lo
aos vossos pés! Mas a nossa fraqueza é demasiada, e a coragem nos falta algumas
vezes em meio do caminho! Tende piedade desses servos indolentes, que
abandonaram o trabalho antes da hora! Que a vossa justiça os poupe, e permiti
Senhor, que os Bons Espíritos lhes levem alívio, consolações e esperanças! A
perspectiva do perdão fortalece as almas; abri-a, Senhor, para os culpados que
se desesperam, e, sustentados por essa esperança, eles encontrarão forças na
própria intensidade de suas faltas e de seus sofrimentos, para resgatarem o seu
passado e se predisporem à conquista do futuro.
Por um inimigo que
morreu
Prefácio: A caridade para com os
inimigos deve acompanhá-los no além-túmulo. Devemos pensar que o mal que eles
nos fizeram foi para nós uma prova, que pode ser útil ao nosso adiantamento, se
a soubermos aproveitar. Pode mesmo ser mais útil ainda que as aflições de ordem
puramente material, por nos permitirem juntar, à coragem e à resignação, a
caridade e o esquecimento das ofensas. (Ver capítulo 10, item 6 e capítulo 12, itens 5 e 6).
Prece: Senhor quiseste chamar de mim
o Espírito de N.... Perdoo-lhe o mal que me fez e as más intenções
que alimentou a meu respeito. Possa ele arrepender-se de tudo isso, agora que
não está mais sob as ilusões deste mundo.
Que a vossa misericórdia, meu Deus,
se derrame sobre ele, e afastai de mim o pensamento de alegrar-me com a sua
morte. Se também fui mau para com ele, que me perdoe, como me esqueço do que
tenha feito contra mim.
Por um criminoso
Prefácio: Se a eficácia das preces
estivesse na razão da sua extensão, as mais longas deviam ser reservadas para
os mais culpados, porque eles têm mais necessidade do que aqueles que viveram
santamente. Recusá-las aos criminosos é faltar à caridade e desconhecer a
misericórdia de Deus. Pensar que são inúteis, porque um homem cometeu faltas
muito graves, seria prejulgar a justiça do Altíssimo. (Ver capítulo 11, item 14).
Prece: Senhor Deus de Misericórdia,
não repudieis esse criminoso que acaba de deixar a Terra! A justiça dos homens
pode condená-lo, mais isso não o livra da vossa justiça, caso o seu coração não
tenha sido tocado pelo remorso.
Tirai-lhe a venda que lhe oculta a
gravidade de suas faltas, e possa o seu arrependimento merecer a vossa graça,
para que se aliviem os sofrimentos de sua alma! Possam também as nossas preces,
e a intercessão dos Bons Espíritos, levar-lhe a esperança e consolação;
inspirar-lhe o desejo de reparar as suas más ações, através de uma nova
existência; e dar-lhe a força necessária para não sucumbir nas novas lutas que
terá de enfrentar!
Senhor, tende piedade dele!
Por um suicida
Prefácio: O homem não tem jamais o
direito de dispor da sua própria vida, pois só a Deus compete tirá-lo do
cativeiro terreno, quando o julgar oportuno. Apesar disso, a justiça divina
pode abrandar o seu rigor, em virtude de certas circunstâncias, reservando,
porém, toda a sua severidade para aquele que quis furtar-se às provas da
existência. O suicida assemelha-se ao prisioneiro que escapa da prisão antes de
cumprir a sua pena, e que ao ser preso de novo será tratado com mais
severidade. Assim acontece, pois com o suicida, que pensa escapar às misérias
presentes e mergulha em maiores desgraças. (Ver capítulo 5, item 14 e seguintes).
Prece: Sabemos qual a sorte que
espera os que violam a vossa lei, Senhor, para abreviar voluntariamente os seus
dias! Mas sabemos também que a vossa misericórdia é infinita. Estendei-a sobre
o Espírito de N..., Senhor! E possam as nossas preces e a vossa
comiseração abrandar as amarguras dos sofrimentos que suporta, por não ter tido
a coragem de esperar o fim das suas provas!
Bons Espíritos, cuja missão é
assistir os infelizes, tomai-o sob a vossa proteção; inspirai-lhe o remorso
pela falta cometida, e que a vossa assistência lhe dê a força de enfrentar com
mais resignação às novas provas que terá de sofrer, para repará-la. Afastai
dele os maus Espíritos, que poderiam levá-lo novamente ao mal, prolongando os
seus sofrimentos, ao fazê-lo perder o fruto das novas experiências.
E a ti, cuja desgraça provoca as
nossas preces, que possa a nossa comiseração adoçar a tua amargura, fazendo
nascer em teu coração a esperança de um futuro melhor! Esse futuro está nas
vossas próprias mãos: confia na bondade de Deus, que espera sempre por todos os
que se arrependem, e só é severo para os de coração empedernido.
Para os Espíritos em
arrependimento
Prefácio: Seria injusto colocar na
categoria dos maus Espíritos os que estão em sofrimento e arrependimento,
pedindo preces. Podem ter sido maus, mas já não o são mais desde o momento em
que reconhecem as suas faltas e as lamentam. São apenas infelizes. Alguns, até
mesmo, já começam a gozar de uma felicidade relativa.
Prece: Deus de misericórdia que
aceitais o arrependimento sincero do pecador encarnado ou desencarnado, eis
aqui um Espírito que se comprometeu com o mal, mas que reconhece os seus erros
e entra no bom caminho. Dignai-vos, Senhor, recebê-lo como um filho pródigo e
dar-lhe o vosso perdão.
Bons Espíritos, se ele desprezou as
vossas vozes, agora deseja ouvi-las. Permiti-lhe entrever a felicidade dos
eleitos do Senhor, para que persista no desejo de se purificar, a fim de
atingi-la. Sustentai-o nas suas boas resoluções, e dai-lhe a força de resistir
aos seus maus instintos.
A vós, Espírito de N...,
nossas felicitações pela vossa modificação, e nossos agradecimentos aos Bons
Espíritos que vos ajudaram!
Se antes vos comprazíeis no mal, era
porque não sabíeis como é doce e bom fazer o bem, e porque te julgavas
demasiado baixo para o conseguir. Mas, desde o instante em que puseste o pé no
bom caminho, uma nova luz se fez para vós. Começaste a gozar, então, de uma
felicidade desconhecida, e a esperança brilhou no vosso coração. É que Deus
sempre escuta a prece do pecador em arrependimento, jamais repelindo os que o
procuram.
Para voltar completamente à graça do
Senhor, aplicai-vos, de agora em diante, não só a evitar o mal, mas em fazer o
bem, e sobretudo em reparar o mal que fizestes. Então tereis satisfeito a
justiça de Deus, pois cada boa ação apagará uma de tuas faltas passadas.
O primeiro passo está dado; agora,
quanto mais avançardes, mais o caminho te parecerá fácil e agradável.
Perseverai, pois, em um dia terás a glória de ser contado entre os Bons
Espíritos, entre os Espíritos Bem-aventurados.
Pelos Espíritos
endurecidos
Prefácio: Os maus Espíritos são os
que ainda não foram tocados pelo arrependimento; que se comprazem no mal e não
sentem nenhuma pena pelo que fazem; que são insensíveis às repreensões, repelem
a prece e frequentemente blasfemam contra Deus. São essas almas endurecidas
que, após a morte, se vingam dos homens pelos sofrimentos que suportaram, e
perseguem com o seu ódio aqueles a quem detestaram durante a vida, seja
obsedando-os, seja perturbando-os com alguma falsa influência. (Ver capítulo 10, item 6 e capítulo 12, itens 5 e 6).
Entre os Espíritos perversos, há duas
categorias bem distintas: a dos que são fracamente maus, e a dos hipócritas. Os
primeiros são infinitamente mais fáceis de serem conduzidos ao bem, do que os
segundos. Porque são, na maioria das vezes, de natureza estúpida e grosseira,
como podemos ver entre os homens, e como estes, fazem o mal mais por instinto
do que por cálculo, e não pretendem passar por melhores do que são. Há neles um
germe latente, que é necessário fazer germinar, o que se consegue quase sempre
com perseverança, firmeza e benevolência, através de conselhos, das
argumentações e da prece. Nas comunicações mediúnicas, a dificuldade que sentem
para pronunciar o nome de Deus revela um temor instintivo, e uma recriminação
da consciência, que os acusa de indignidade. Os que assim se apresentam estão
no limiar da conversão, e tudo podemos esperar deles: basta encontrar-lhes o
ponto vulnerável do coração.
Os Espíritos hipócritas são quase
sempre muito inteligentes e não tem no coração nenhuma fibra sensível. Nada os
toca. Fingem todos os bons sentimentos para ganhar a confiança, e ficam felizes
quando encontram tolos que os aceitam como Espíritos bons, pois então podem
dirigi-los à vontade. O nome de Deus, longe de lhes inspirar o menor temor,
serve-lhes de máscara para as suas torpezas. No mundo invisível, como no mundo
visível, os hipócritas são os seres mais perigosos, porque agem na sombra, e
deles não se desconfia. Eles têm as aparências da fé, mas não a sinceridade da
fé.
Prece: Senhor dignai-vos lançar um
olhar de bondade aos Espíritos imperfeitos, que estão ainda nas trevas da
ignorância e que vos desconhecem, principalmente ao Espírito de N....
Bons Espíritos ajudai-nos a fazê-lo
compreender que, induzindo os homens ao mal, obsedando-os e atormentando-os,
prolonga os seus próprios sofrimentos; fazei que o exemplo da felicidade que
gozais se torne um encorajamento para eles.
Espírito que te comprazes ainda na
prática do mal, ouvistes aprece que fizemos por ti; ela deve provar-te que
desejamos fazer-te o bem, embora faças o mal.
És infeliz, porque é impossível ser
feliz praticando o mal. Porque, pois, permanecer no sofrimento, quando depende
de ti sair dele? Não vês os Bons Espíritos que te cercam, como são felizes, e
não te seria agradável gozar também dessa felicidade?
Dirás que isso é impossível, mas nada
é impossível para aquele que o quer, porque Deus te deu como a todas as
criaturas, a liberdade de escolher entre o bem e o mal, o que vale dizer: entre
a felicidade e a desgraça, e ninguém é condenado a fazer o mal. Se tiveres a
vontade de o fazer, podes ter também a de fazer o bem e ser feliz.
Eleva os teus olhos a Deus; eleva o
teu pensamento a Ele, apenas por um instante, e um raio de sua divina luz virá
esclarecer-te. Dize conosco estas simples palavras: Meu Deus, eu me
arrependo, perdoa-me! Tenta arrepender-te e fazer o bem em lugar do
mal e verás que prontamente a sua misericórdia descerá sobre ti e um bem-star
desconhecido virá substituir as agonias que sofres.
Quando tiveres dado um passo no
caminho do bem, o resto será fácil. Compreenderás, então, quanto tempo perdeu
da tua felicidade, por tua própria culpa. Mas um futuro radioso e cheio de
esperança se abrirá diante de ti, fazendo-te esquecer o teu miserável passado,
cheio de perturbações e de torturas morais, que seriam para ti um inferno, se tivessem
de durar eternamente. Chegará o dia em que essas torturas serão tais, que a
todo custo quererás fazê-las cessar; porém, quanto mais esperares para tomar
uma decisão, mais difícil te será escapares a elas.
Não creias que ficarás sempre nesse
estado. Não, porque isso é impossível. Tens duas perspectivas pela frente: uma,
é a de sofreres muitíssimo mais do que até agora; outra, a de seres feliz como
os Bons Espíritos que estão ao teu redor. A primeira é inevitável, se
persistires na tua obstinação; para a segunda, basta um simples esforço da tua
vontade, que te afastará do mau caminho. Apressa-te, portanto, pois cada dia de
atraso é um dia de felicidade que perdes!
Bons Espíritos fazei que estas
palavras encontrem acesso nessa alma ainda atrasada, e possam ajudá-la a
aproximar-se de Deus! Nós vo-lo pedimos em nome de Jesus Cristo, que teve tão
grande poder sobre os Espíritos maus.
Preces pelos doentes e obsidiados
Pelos doentes
Prefácio: As doenças pertencem às
provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa
natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os
excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos condições
malsãs, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade. Nos mundos mais
avançados, física e moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos
material, não está sujeito às mesmas enfermidades que o nosso, e o corpo não é
minado secretamente pela devastação das paixões. (Ver capítulo 3, item 9). É necessário,
pois, que nos resignemos a sofrer as consequências do meio em que nos situa a
nossa inferioridade, até que nos façamos dignos de uma transferência. Isso não
deve impedir-nos de lutar para melhorar a nossa situação atual. Mas, se apesar
dos nossos esforços, não pudermos fazê-lo, o Espiritismo nos ensina a suportar
com resignação os nossos males passageiros.
Se Deus não quisesse que pudéssemos
curar ou aliviar os sofrimentos corporais, em certos casos, não teria colocado
meios curativos à nossa disposição. Sua solicitude previdente, a esse respeito,
confirmada pelo instinto de conservação, mostra que o nosso dever é procurá-los
e aplicá-los.
Ao lado da medicação ordinária,
elaborada pela ciência, o magnetismo nos deu a conhecer o poder da ação
fluídica, e depois o Espiritismo veio revelar-nos outra espécie de força,
através da mediunidade curadora e da influência da prece.
(Veja a seguir, notícia sobre mediunidade curadora, item 81).
Prece (Para o doente pronunciar[1]): Senhor, vós sois todo justiça, e se me enviaste a doença é porque a
mereci, pois não fazeis sofrer sem motivo. Coloco a minha cura, portanto, sob a
vossa infinita misericórdia. Se for de vosso agrado restabelecer-me a saúde,
darei graças a vós; se, pelo contrário, eu tive de continuar sofrendo, da mesma
forma darei graças. Submeto-me sem murmurar aos vossos decretos divinos, porque
tudo o que fazeis só pode ter por fim, o bem das vossas criaturas.
Fazei, ó meu Deus, que esta doença
seja para mim uma benéfica advertência, levando-me a examinar-me a mim mesmo.
Aceito-a como uma expiação do passado e como uma prova para a minha fé e a
minha submissão à vossa santa vontade. (Ver a prece do item 40).
Prece (Por um doente): Meu
Deus são impenetráveis os vossos desígnios, e na vossa sabedoria enviastes
a N... uma enfermidade. Voltai para ele, eu vos suplico, um
olhar de compaixão, e dignai-vos por um termo aos seus sofrimentos!
Bons Espíritos, vós que sois os
ministros do Todo-Poderoso, secundai, eu vos peço, o meu desejo de aliviá-lo.
Dirigi o meu pensamento, a fim de que possa derramar-se sobre o seu corpo como
um bálsamo salutar, e sobre a sua alma como uma consolação.
Inspirai-lhe a paciência e a
submissão à vontade de Deus; e dai-lhe a força de suportar as suas dores com
resignação cristã, para não perder os resultados desta prova por que está
passando. (Ver a prece do item 57).
Prece (Para o médium curador[2]): Meu Deus, se quiserdes vos servir de mim, apesar de tão indigno,
poderei curar este sofrimento, desde que seja essa à vontade, porque tenho fé
no vosso poder. Sem vós, porém, nada posso. Permiti aos Bons Espíritos
impregnar-me com o seu fluido salutar, a fim de que o possa transmitir a este
doente, e afaste de mim qualquer pensamento de orgulho e de egoísmo, que lhes
poderia alterar a pureza.
1.
Ir para cima↑ No original, par le malade. (Nota
do tradutor Salvador Gentile).
2.
Ir para cima↑ Par le médium guérisseur, no original.
(Nota do tradutor Salvador Gentile).
Pelos obsedados
Prefácio: A obsessão é a ação
persistente de um mau Espírito sobre uma pessoa. Apresenta características muito
diversas, desde a simples influência de ordem moral, sem sinais exteriores
perceptíveis, até a completa perturbação do organismo e das faculdades mentais.
Oblitera todas as faculdades mediúnicas. Na mediunidade psicográfica, ou de
escrever, revela-se pela obstinação de um Espírito em se manifestar
exclusivamente, sem permitir que outros o façam.
Os maus Espíritos pululam ao redor da
Terra, em consequência da inferioridade moral dos seus habitantes. Sua ação
malfazeja faz parte dos flagelos que a Humanidade suporta neste mundo. A
obsessão, como as doenças, e como todas as atribuições da vida, deve ser
considerada, pois, como uma prova ou uma expiação, e aceita nessa condição.
Assim como as doenças são o resultado
das imperfeições físicas, que tornam o corpo acessível às influências
perniciosas do exterior, a obsessão é sempre o resultado de uma imperfeição
moral, que dá acesso a um mau Espírito. A uma causa física, opõe-se uma força
física; a uma causa moral, é necessário opor uma força moral. Para preservar
das doenças, fortifica-se o corpo; para garantir contra a obsessão, é
necessário fortificar a alma. Disso resulta que o obsedado precisa trabalhar
pela sua própria melhoria, o que na maioria das vezes é suficiente para o
livrar do obsessor, sem socorrer-se de outras pessoas. Esse socorro se torna
necessário quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão, porque o
paciente perde, por vezes, a sua vontade própria e o seu livre arbítrio.
A obsessão é quase sempre a ação
vingativa de um Espírito, e na maioria das vezes tem sua origem nas relações do
obsedado com o obsessor, em existência anterior. (Ver capítulo 10, item 6 e capítulo 12, itens 5 e 6).
Nos casos de obsessão grave, o obsedado
está como envolvido e impregnado por um fluído pernicioso, que neutraliza a
ação dos fluídos salutares e os repele. É necessário livrá-lo desse fluido. Mas
um mal fluido não pode ser repelido por outro da mesma espécie. Por uma ação
semelhante a que o médium curador exerce nos casos de doença, é preciso
expulsar o fluido mau com a ajuda de um fluido melhor, que produz, de certo
modo, o efeito de um resgate. Essa é a que podemos chamar de ação mecânica, mas
não é suficiente. Faz-se também necessário, e acima de tudo, agir sobre
os ser inteligente, com o qual se deve falar com autoridade, sendo que essa
autoridade só é dada pela superioridade moral. Quanto maior for esta, tanto
maior será a autoridade.
E ainda não é tudo, pois para
assegurar a libertação, é preciso convencer o Espírito perverso a renunciar aos
seus maus intentos; despertar-lhe o arrependimento e o desejo do bem, através
de instruções habilmente dirigidas, com a ajuda de evocações particulares,
feitas no interesse da sua educação moral. Então, pode-se ter a dupla
satisfação de libertar um encarnado e converter um Espírito imperfeito.
A tarefa se torna mais fácil, quando
o obsedado, compreendendo a sua situação, oferece o concurso da sua vontade e
das suas preces. Dá-se o contrário quando, seduzido pelo Espírito embusteiro,
ele se mantém iludido quanto às qualidades da entidade que o domina, e se
compraz nas suas mistificações, porque então, em vez de ajudar, ele mesmo
repele qualquer assistência. É o caso da fascinação[1], sempre infinitamente mais rebelde do que a mais violenta subjugação.
(Ver O Livro dos Médiuns, capítulo 23).
Em todos os casos de obsessão, a
prece é o mais poderoso auxiliar da ação contra o Espírito obsessor.
Prece (Para o obsedado proferir[2]): Meu Deus, permiti aos Bons Espíritos me livrarem do Espírito
malfazejo que se ligou a mim. Se é uma vingança que ele pretende exercer, em
consequência dos males que eu lhe teria feito outrora, vós o permitistes, meu
Deus, e eu sofro por minha própria culpa. Possa o meu arrependimento me fazer
merecedor do vosso perdão e da minha liberdade! Mas, seja qual for o motivo,
suplico a vossa misericórdia para ele. Facilitai-lhe, Senhor, a senda do
progresso, de que se desviou pelo pensamento de fazer o mal. Possa eu, de meu
lado, retribuindo-lhe o mal com o bem, encaminhá-lo a melhores sentimentos.
Mas sei também, ó meu Deus, que são
as minhas imperfeições que me tornam acessível às influências dos Espíritos
imperfeitos. Dai-me a luz necessária para as reconhecer; e afastai sobretudo o
meu orgulho, que me torna cego para os meus defeitos.
Como deve ser grande a minha
indignidade, para que um ser malfazejo me possa dominar!
Fazei, ó meu Deus, que este golpe
desferido na minha vaidade me sirva de lição para o futuro; que ele me
fortaleça na decisão de me depurar pela prática do bem, da caridade e da
humildade, a fim de que possa opor, daqui por diante, uma barreira ao ataque
das más influências.
Senhor, dai-me a força de suportar
esta prova com paciência e resignação! Compreendo que, como todas as demais
provas, ela deve contribuir para o meu adiantamento, se eu não comprometer os
seus resultados, com as minhas lamentações, pois ela me oferece uma
oportunidade de demonstrar a minha submissão, e de praticar a caridade para com
um irmão infeliz, perdoando-lhe o mal que me tenha feito. (Ver capítulo 12, itens 5 e 6 e capítulo 28, item 15 e seguintes, 46 e 47).
Prece (Pelo obsedado): Deus
Todo-Poderoso, dai-me o poder de livrar N... do Espírito que o
obseda. Se está nos vossos desígnios pôr um fim a esta prova, concedei-me a
graça de falar a esse Espírito com a necessária autoridade.
Bons Espíritos que me assistem, e
vós, Anjo-Guardião de N..., dai-me o vosso concurso; ajudai-me a
libertá-lo do fluido impuro que o envolveu.
Em nome de Deus Todo-Poderoso,
conjuro o Espírito malfazejo que o atormenta a se afastar.
Prece (Pelo Espírito obsessor):
Deus, infinitamente bom, suplico a vossa misericórdia para o Espírito que
obseda N...! Fazei que ele perceba as divinas claridades, a fim de
que reconheça a falsidade do caminho que está seguindo. Bons Espíritos,
ajudai-me a fazê-lo compreender que ele tem tudo a perder na prática do mal, e
tudo a ganhar na prática do bem!
Espírito que vos comprazeis em
atormentar N... ouvi-me, pois, que vos falo em nome de Deus!
Se quiserdes refletir, compreendereis
que o mal não pode levar ao bem, e que não podeis ser mais forte do que Deus e
os Bons Espíritos, que poderão preservar N... de qualquer
atentado de vossa parte. Se não o fizeram, foi porque ele tinha uma prova a
sofrer. Mas quando essa prova terminar, eles vos impedirão de agir sobre ele. O
mal que lhe tiverdes feito, em vez de prejudicá-lo, terá servido para o seu
adiantamento, tornando-o mais feliz. Assim, a vossa maldade terá sido em vão,
mas tornará fatalmente contra vós.
Deus, que é Todo-Poderoso, e os
Espíritos Superiores, seus servidores, que são mais poderosos do que vós,
poderão então por um fim a essa obsessão, quando quiserem, e a vossa tenacidade
se quebrará contra essa autoridade suprema. Mas, por ser bom, quer Deus vos
deixar o mérito de interrompê-la pela vossa própria vontade. É uma concessão
que vos faz, e se não a aproveitardes, tereis de sofrer deploráveis
consequências, pois, grandes castigos e duros sofrimentos vos esperam. Sereis
forçados a implorar a sua piedade e as preces da vossa vítima, que já vos
perdoou e ora por vós, o que é um grande mérito aos olhos de Deus e apressará a
sua libertação.
Refleti, pois, enquanto é tempo,
porque a justiça de Deus pesará sobre vós, como sobre todos os outros Espíritos
rebeldes. Lembrai-vos de que o mal que fazeis neste momento terá forçosamente
um fim, enquanto que, se persistirdes no vosso endurecimento, os vossos
sofrimentos aumentarão sem cessar.
Quando estivestes na Terra, não
consideráveis estúpido, sacrificar um grande bem por uma pequena e breve
satisfação? O que ganhais com o que estais fazendo? O triste prazer de
atormentar alguém, que nem sequer vos impede de ser infeliz, por mais que
afirmeis o contrário, e mais infeliz ainda vos fará no futuro!
Ao lado disso, vede o que perdeis:
observai os Bons Espíritos que vos cercam e dizei se a sua sorte não é
preferível à vossa. A felicidade que desfrutam será também vossa, quando o
quiserdes. O que é necessário para tanto? Implorar a Deus o seu auxílio, e
fazer o bem em vez de fazer o mal. Bem sei que não podeis transformar-vos de um
momento para outro; mas Deus não quer o impossível; o que deseja é apenas a boa
vontade. Tentai, portanto, e nós vos ajudaremos. Fazei que bem logo possamos
dizer em vosso favor a prece pelos Espíritos em arrependimento (Ver item 73), e não mais vos classificar entre os maus Espíritos, enquanto
esperamos o momento de vos contar entre os bons. (Ver acima, item 75: Preces pelos Espíritos endurecidos).
Observação: A cura das obsessões
graves requer muita paciência, perseverança e devotamento. Exige também tato e
habilidade, para a condução ao bem de Espíritos quase sempre muito perversos,
endurecidos e astuciosos, pois que os há rebeldes até o último grau. Na maioria
dos casos, devemos guiar-nos pelas circunstâncias. Mas, seja, qual for à
natureza do Espírito, o certo é que nada se obtém pelo constrangimento ou pela
ameaça, pois toda a influência depende do ascendente moral. Outra verdade, igualmente
verificada pela experiência, e que a lógica comprova, é a completa
ineficácia de exorcismos, fórmulas, palavras sacramentais, amuletos, talismãs,
práticas exteriores ou quaisquer símbolos materiais.
A obsessão demasiado prolongada pode
ocasionar desordens patológicas, exigindo por vezes um tratamento simultâneo ou
consecutivo, seja magnético ou médico, para o restabelecimento do organismo. A
causa tendo sido afastada, ainda resta combater os efeitos. (Ver O Livro dos Médiuns, capítulo 23, sobre a Obsessão; e a Revista
Espírita, números de fevereiro e março de 1864 e de abril de 1865: Exemplos
de curas de obsessão).
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