terça-feira, 31 de outubro de 2017

A saúde resulta de vários fatores que se conjugam em prol da harmonia psicofísica da criatura humana. Procedente do espírito, a energia elabora as células e sustenta-as no ministério da vida física, assim atendendo à finalidade a que se destinam.
Irradiando-se através do períspirito, fomenta a preservação do patrimônio somático, ao qual oferece resistência contra os agentes destrutivos, em cuja agressão se engalfinha em luta sem cessar.
Quando essas forças se desorganizam, aqueles invasores microbianos vencem a batalha e instalam-se, dando origem e curso às enfermidades.
Na área dos fenômenos emocionais e psíquicos, face à delicada engrenagem do aparelho pelos quais se expressam a incidência da onda energética do espírito, nesses tecidos sutis, responde pelo desequilíbrio, mais grave se tornando a questão dos desconcertos e aflições alienantes.
Nesse capítulo, as estruturas profundas do ser, abaladas pelas descargas mentais perniciosas, além dos desarranjos que provocam, facultam a sintonia com outros espíritos perturbadores e vingativos, que se homiziam nos campos psíquicos, produzindo infelizes obsessões.
A preservação da saúde exige cuidados preventivos constantes e terapêuticos permanentes, pela excelência de que se reveste, para as conquistas a que está destinada durante a reencarnação.
Diante das inumeráveis patologias que atribulam o ser humano, a manutenção do equilíbrio psíquico e emocional é de fundamental importância para a sustentação da saúde.
Desse modo, visualiza-te sempre saudável e cultiva os pensamentos otimistas, alicerçado no amor, na ação dignificante, na esperança.
Liberta-te de todo entulho mental, que te pode constituir fonte de intoxicação e estímulo às vidas microbianas perturbadoras, conservando-te em paz íntima.
Se a enfermidade te visita, aproveita-lhe a presença para reflexões valiosas em torno do comportamento e da reprogramação das atividades.
Pensa na saúde e deseja-a ardentemente, sem imposição, sem pressão, mas com nobre intenção.
Planeja-te saudável e útil, antevendo-te recuperado e operoso no convívio familiar e social como instrumento valioso da comunidade.
Vincula-te à Fonte Generosa de onde promanam todas as forças e haure os recursos necessários ao reequilíbrio.
Reabastece o departamento mental com pensamentos de paz, de compaixão, de solidariedade, de perdão e de ternura, envolvendo-te, emocionalmente, com a Vida, de forma a te sentires nela integrado, consciente e feliz.
Doença, em qualquer circunstância, é prova abençoada, exceto quando, mutiladora, alienante, limitadora, constitui expiação oportuna de que as Soberanas Leis se utilizam para promover os calcetas que, de alguma forma, somos quase todos nós.
Saudável, aproveita o ensejo para te preservares, produzindo mais e melhor.
Enfermo, agradece a Deus e amplia os horizontes mentais no amor para te recuperares, hoje ou mais tarde, seguindo adiante em paz e confiança.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Saúde. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 18.
            MENSAGEM RECEBIDA DA REFLEXÃO ESPÍRITA E DIVULGADA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.



segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. INTRODUÇÃO.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
Introdução

Mais uma vez quero agradecer a Deus e a Jesus, e ao meu Mentor Espiritual, que me inspiraram em poder terminar mais uma obra, que levou dois anos. E isto começou quando eu estava estudando no Centro Espírita, Caminho do Evangelho, quando La nós estamos estudando o conteúdo do livro acima.
Veio-me na ideia de trabalhar em mais esta obra, onde já trabalhei nos Livros: O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, onde o codifiquei numa linguagem popular e mais fácil de compreensão.
Pois a ideia que meu Mentor me inspirou foi à maneira que achei mais fácil de Estudar, tirando as perguntas e só deixando as respostas de maneira mais objetiva.
Este meu trabalho vem da minha mediunidade intuitiva e inspirada, onde minha missão se trata de divulgar a Doutrina Espírita, onde divido os meus conhecimentos com a humanidade da qual faço parte sem querer nada em troca. Atualmente estou escrevendo no Facebook, no meu email, e no meu blogger, onde atingi a 32.000 pessoas, no Brasil e fora dele, onde estou em maior escala, na Rússia, e em outros países.
Tudo isto começou com a inspiração do meu pai terreno Capitão Manoel Alves Quadrado que escrevia no jornal, e falava na rádio divulgando a Doutrina Espírita, onde nasci no berço espírita, e tive a oportunidade de frequentar a escola dominical do Centro Espírita, Os Mensageiros da Paz, e outros Centros Espíritas, onde trabalhei, no trabalho de desobsessão, o de fluido terapia, desenvolvimento mediúnico onde formei alguns Médiuns desenvolvidos, apoio fraterno e outros.
O Livro dos Espíritos surgiu em meados do ano de 1.857, que vem a ser a Filosofia Espírita.
Foi compilado dos ensinos pelos Espíritos Superiores, e publicados na ordem deles.
Esta dividido em quatro partes, onde engloba um corpo de Doutrina clara, moderada e compreendida.
Neles estão estampados assuntos relacionados como a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com o mundo material, as leis morais, a vida presente e a futura e o futuro da humanidade.
A minha tentativa é diminuir o tempo de estudo, indo diretamente ao assunto.
Quero agradecer também ao meu Mentor Cacique que me inspirou e me promoveu como médium inspirado, onde agradeço também pela iniciação na Doutrina, aos meus pais, e do meu irmão Neri Alves Quadrado, e vários médiuns que me ajudaram na vontade de escrever e divulgar o Espiritismo em si.
Eis o meu lema: Viver eternamente buscando estudar e aprender coisas úteis e proveitosas, a mim e ao meu próximo.
Quando paramos de aprender é deixar de progredir, e é como se começássemos a “morrer” realmente.
Vamos aprender o mais que pudermos para iluminarmos o nosso Espírito.
Aproveitemos todos os minutos para aprender, para aumentar nossos conhecimentos.
Quando fazemos algo ao nosso próximo, estaremos fazendo a nós mesmos, pois tudo o que jogarmos para La, volta para nós, embora o nosso lema seja, o de não querer nada em troca.
Nunca negocie o bem. Negocie sim as coisas, o bem nunca.
Com todos estes ensinamentos, chegamos a seguinte conclusão:
Que quando estudamos, acabamos descobrindo novos horizontes, e a esperança nunca morre dentro de nós, pois podemos fazer deste mundo melhor, mais cheio de paz e amor, onde possamos nos enxergar como verdadeiros irmãos que somos.
Hoje aposentado há 24 anos, procuro dedicar o meu tempo a Deus e a Jesus, procurando assim divulgar ad obras, e ajudar a humanidade da qual faço parte.
Esperando que esta obra possa ajudar a muitos, mais uma vez agradeço a Deus, a Jesus, ao meu mentor Espiritual, a minha família, e muitos que me ajudaram a chegar aqui.
Que Deus e Jesus possam ser sempre louvados e estejam conosco.
MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.




JESUS CRISTO

Jesus Cristo

Enquanto algumas religiões ficam revivendo com coisas do passado e que hoje pertencem ao tempo remoto, pois o nosso Mestre desde que deixou aquela cruz vive em Espírito e verdade, isto depois que passou por aquele episódio dolorido, e que tinha que acontecer naquela época para mexer com o homem pedra. Para nós os Espíritas, nos interessamos mais pelos seus ensinamentos que não se apagaram com o tempo, e perdurarão para sempre.
Eu não sei mais dentro do processo das reencarnações, para mim eu vejo que muitos daqueles que crucificaram o nosso Mestre estão de volta, ainda explorando o povo, se sentando nas primeiras filas, vestindo as túnicas, orando em pé e em voz alta para todo mundo ver, e incutindo em suas ideias coisas que nos já provamos serem fictícias. Nós estamos precisando de uma reviravolta aqui na nossa Terra, para ver se podemos colocar o nosso planeta no lugar de um pedacinho do Céu. Mas vamos falar um pouco Dele:
Ele viveu na Palestina onde aos 30 anos iniciou a sua missão. Jesus revelou a chave para lidarmos com os nossos problemas. Veio e não teve medo de falar àquelas coisas que gostaríamos de dizer para aquelas pessoas que se julgavam e se julgam seres altos suficientes, e donos da razão, ou seja, do mundo material.
O nosso Mestre não só ensinou, mas exemplificou aquilo que falava com amor, como amarmos o próximo como a nós mesmos, pedir por aqueles que se titulam nossos inimigos e orar por eles.
Se colocarmos em pratica os Seus ensinamentos, veremos que virão a sanar todos os males da humanidade. Sua forte compaixão pela humanidade era uma das suas principais características.
Uma vez se utilizando de cinco pães e dois peixes, conseguiu matar a fome de 1.000 homens, entre eles mulheres e crianças.
Jesus foi a maior personalidade que passou por este planeta, curou doentes, cegos e aleijados, leprosos e surdos. Teve sempre seus opositores que nunca conseguiram provar nada contra si; Jesus provou a existência do Espírito e que ele é eterno com Suas aparições após o seu desencarne.
Ele foi enviado por Deus para uma missão toda especial, onde se apresentou na Doutrina do amor, propondo uma nova ordem, onde a solidariedade fraternal estava acima de tudo. Surgiu assim como Homem de Luz, mexendo com a personalidade e brios daqueles que mandavam e desmandavam na Terra, onde Ele sempre foi misericordioso com Seu sorriso, onde sua Majestosa figura era a fascinação digna de um verdadeiro filho de Deus.
Sua palavra amiga era sempre pautada pela verdade, consolando aqueles que precisavam de amor e orientação, onde apareceram adeptos e servidores que se tornaram incansáveis através da abnegação. Trouxe a esperança e mostrou o caminho da luz, repudiando a hipocrisia. Levantou paralíticos, limpou leprosos, devolveu a visão para os cegos propriamente ditos e outros pela vaidade e ambição.
Reanimou os desalentados e sofredores, dando em troca amor e certeza de melhores dias.
Sempre falou sobre a Boa Nova que vem a ser uma cascata de luz e alegria, onde no fundo somos todos filhos de um mesmo Pai Celestial, e que poderemos juntos mudar o mundo para coisas mais sérias, cada um fazendo a sua parte. Falou que o amor vem a ser a chave de todas as situações e que espanta as sombras ameaçadoras, e que Deus existe e é bom, e que esta perto de nós, e que sua palavra vem a ser a tônica do amor que vem a ser o apoio e a esperança das nossas vidas, desde que se entreguemos a Ele.
Seu Espírito sobrepujou a matéria, provando que o Espírito existe e é eterno, e que Ele esta mais vivo do que nunca, sendo ainda o responsável por nosso planeta.
Em louvor a Ele foi fundado o Cristianismo, onde esta registrada toda a sua vida, espelhada no Evangelho Segundo o Espiritismo.
Passado todos esses anos e ainda o seu reino ainda não vem a ser deste mundo, pois tudo indica que teremos que passar uma longa trajetória pela frente, onde a Sua mensagem é esquecida por alguns e deturpada por muitos, como pessoas que vivem distantes dos seus exemplos.
Ao percorrermos a estória da humanidade, ainda encontraremos um rasto de perfume que indica que Ele esteve por aqui e que esta ainda conosco.
A principio era o incenso, a mirra e outras madeiras aromáticas, depois veio Moises preparando o altar de perfumes para a boa nova que seria trazida por Jesus. Depois vieram unguentos e óleos substanciais como o timo e o orégano, com que os Faraós do antigo Egito eram enterrados.
Nas culturas antigas o perfume era reservado aos Deuses e rituais. Já nos grandes centros do Oriente, bem como entre os Gregos e Romanos o prazer de perfumar eram um habito.
Mas o perfume que Jesus deixou e indelével.
Nascido na quietude de uma noite anunciada por um coro de vozes celestiais cresceu em um ambiente do lar, da oficina e da escola, e quando adulto buscou os homens para espalhar a sua doce fragrância, onde estratos de estrelas saiam de sua boca onde quer que passasse, a delicadeza de sua presença a tudo e a todos impregnava.
A Ele se submeteram ricos e poderosos, que pensaram serem vencedores, mas Jesus venceu a todos com Sua grandeza e beleza, onde surgiram os Evangelhos de Mateus e de Marcos, Lucas e João. Com este acontecimento, serve como motivo para abrirmos as páginas do Evangelho Segundo o Espiritismo, e encontraremos todos os ensinamentos do nosso Mestre, que por certo servirão como preparo psicológico para todas as horas.
Jesus se quisesse poderia ter se tornado rico, mas fazia parte de uma missão aqui em nossa Terra, que era para amparar e fazer justiça para o lado dos humildes, ou seja, dos mais carentes, onde surgiram “Santos” e heróis, e muitos servidores incansáveis.
Se percorrermos a estória da humanidade, ainda encontraremos o seu perfume que indica que passou por aqui alguém muito especial.
Quando você estiver meio triste e desiludido descerre uma página do Evangelho Segundo o Espiritismo, e permita em se envolver com o seu perfume que ainda persiste conosco.
O que temos que fazer hoje, é não ter a cruz como nossa salvação, e sim melhorar as nossas atitudes, e se fixar na sua figura fora da cruz, cheio de luz, paz e esperança, porque está mais vivo do que nunca em Espírito e verdade. E na verdade se existiu salvação não foi a cruz e sim suas atitudes e exemplos. Acredite



MENSAGEM ESCRITA PELO MÉDIUM GETULIO PACHECO QUADRADO.
Visite meu blogger: getuliomomentoespirita.blogspot.com



domingo, 29 de outubro de 2017


A ilusão da Vida:

A vida é maravilhosa, ela só tem começo, não tem fim. O que chamamos de vida e morte em denominações humanas, podemos também dizer que o espírito entra e sai de cena.

Precisamos encarnar e desencarnar chamamos está engrenagem de Reencarnação, que é uma Lei Natural, uma Lei Divina, não tem a ver com religiões ou doutrinas e sim com a Criação Divina.

De forma lúdica podemos dizer que o ator principal é o “Espírito”, o personagem é o “Corpo”, o cenário é todo o “Planeta” e a vida é tudo que acontece ao nosso redor e principalmente internamente com cada ator.

Nosso personagem sempre terá um determinado tempo de atuação neste grande cenário, porém o ator nunca morre, pois ele é imortal e continua sua jornada na evolução Divina mesmo fora de cena. Ele sabe que mais ou menos tempo precisará de novas oportunidades para voltar atuar com novos personagens e se apresentar novamente no mesmo cenário.

Estamos seres humanos, porém somos espíritos.

A ilusão está em pensar que a vida é somente o que vemos com os olhos humanos.

A ilusão da Perda:

Como sentir que perdeu algo que nunca foi seu? Tudo que é material é passageiro. O ser humano tem um determinado tempo de vida, assim como, todos os seres vivos que vivem em nosso planeta também tem seu tempo de vida material.

O próprio corpo que temos é “emprestado” pela Mãe Terra (Gaya) para o espírito seguir sua jornada de evolução, mas saber que o corpo é um veículo temporário de manifestação do espírito não significa ser irresponsável com ele, tudo é uma questão de consciência (lucidez). Toda ação gera uma reação.

Em uma visão mais ampla, quando falamos de pais, filhos, esposos (as), parentes, amigos e tantas outras coisas, nós estamos falando que todos eles “estão” como nossos pais, “estão” como nossos filhos, “estão” esposos (as), “estão” parentes, “estão” amigos e assim por diante.

Eles, elas e todas as coisas que existem nunca foram nossas, porém não significa que não possamos formar laços e ligações atemporais com elas quando essas relações são equilibradas.

Tudo e todos pertencem a “Algo Muito Maior”. Para nossa compreensão chamamos de DEUS e tudo acaba sendo um “empréstimo” sempre em forma de “presente”. Mas quando chega a hora de dizer “até breve” levamos todas as experiências vividas, emoções, sentimentos, pensamentos que tivemos nesta vida, somado a centenas e centenas de outras encarnações já experimentadas. Para o espírito tudo que envolve emoções, sentimentos e a consciência são imortais, pois esses três pontos são as chaves para nossa evolução e uma compreensão maior para o que chamamos de vida.

Encarnados ou desencarnados sempre levaremos em nossas consciências imortais tudo o que experimentamos em nossas jornadas encarna tórias (Passadas, Atual e Futuras). Isso sim “nunca se perde.” Amor
Determinação
Confiança

Jefferson L. Orlando
MENSAGEM COMPARTILHADA PELO MÉDIUM GETULIO P. QUADRADO

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. PARTE SEGUNDA. MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO V. CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS.
O dogma da reencarnação, dizem algumas pessoas, não é novo e foi retirado de Pitágoras. Mas jamais dissemos que a doutrina espírita fosse uma invenção moderna. O Espiritismo deve ter existido desde a origem dos tempos, pois decorre da própria Natureza. Temos sempre procurado provar que se encontram os seus traços desde a mais alta Antiguidade. Pitágoras, como se sabe, não é o criador do sistema de metempsicose, que tomou dos filósofos indianos e dos meios egípcios, onde ela existia desde épocas imemoriais. A ideia da transmigração das almas era, portanto, uma crença comum, admitida pelos seres humanos mais eminentes. Por que maneira chegou até eles não sabemos. Mas, seja como for, uma ideia não atravessa as idades e não é aceita pelas inteligências mais adiantadas, se não tiver um aspecto sério. A antiguidade desta doutrina, portanto, em vez de ser uma objeção, devia ser antes uma prova a seu favor. Há, porém, como igualmente se sabe, entre a metempsicose dos antigos e a moderna doutrina da reencarnação, a grande diferença de que os Espíritos rejeitam, da maneira mais absoluta, a transmigração do ser humano nos animais e vice-versa.
Os Espíritos, ensinando o dogma da pluralidade das existências corpóreas, renovam uma doutrina que nasceu nos primeiros tempos do mundo, e que se conservou até os nossos dias, no pensamento íntimo de muitas pessoas. Apresentam-na, porém, de um ponto de vista mais racional, mais conforme às leis progressivas da natureza e mais em harmonia com a sabedoria do Criador, ao despojá-la de todos os acréscimos da superstição. Uma circunstância digna de nota é que não foi apenas neste livro que eles a ensinaram, nos últimos tempos: desde antes da sua publicação, numerosas comunicações da mesma natureza foram obtidas, em diversas regiões, e multiplicaram-se consideravelmente depois. Seria o caso, talvez, de examinar-se por que todos os Espíritos não parecem de acordo sobre este ponto. É o que faremos logo mais.
Examinemos o assunto por outro ângulo, fazendo abstração da intervenção dos Espíritos. Deixemo-los de lado por um instante. Suponhamos que esta teoria não foi dada por eles; suponhamos mesmo que nunca se tenha cogitado disto com os Espíritos. Coloquemo-nos momentaneamente numa posição neutra, admitindo o mesmo grau de probabilidade para uma hipótese e outra, a saber: a da pluralidade e a da unicidade das existências corpóreas, e vejamos para que lado nos levam a razão e o nosso próprio interesse.
Certas pessoas repelem a ideia da reencarnação pelo único motivo de que ela não lhes convém, dizendo que lhes basta uma existência e não desejam iniciar outra semelhante. Conhecemos pessoas que, à simples ideia de voltar à Terra, ficam enfurecidas. Só temos a lhes perguntar se Deus devia pedir-lhes conselho e consultar os seus gostos, para ordenar o Universo. De duas uma: a reencarnação existe ou não existe. Se existe, é inútil opor-se a ela, pois terão de sofrê-la, sem que Deus lhes peça permissão para isso. Parece-nos ouvir um doente dizer: — Já sofri hoje demais e não quero tornar a sofrer amanhã. Qualquer que seja a sua má vontade, isso não o fará sofrer menos amanhã e nos dias seguintes, até que consiga curar-se. Da mesma maneira, se essas pessoas devem reviver corporalmente, reviverão, tornarão a reencarnar-se; perderão o tempo de protestar, como uma criança que não quer ir à escola ou um condenado, à prisão, pois terão de passar por ela. Objeções dessa espécie são demasiado pueris para merecerem exame mais sério. Diremos, entretanto, a essas pessoas, para tranquiliza-las, que a doutrina espírita sobre a reencarnação não é tão terrível como pensam, e que, se a estudassem a fundo, não teriam do que se assustar. Saberiam que essa nova existência depende delas mesmas: será feliz ou desgraçada, segundo o que tiverem feito neste plano, e podem desde já elevar-se tão alto, que não mais deverão temer nova queda no lodaçal.
Supomos falar a pessoas que acreditam num futuro qualquer após a morte, e não às que só têm o nada como perspectiva, ou que desejam mergulhar a sua alma no Todo Universal, sem conservar a individualidade, como as gotas de chuva no oceano, o que vem a ser mais ou menos a mesma coisa. Se acreditais num futuro qualquer, por certo não admitireis que ele seja o mesmo para todos, pois qual seria a utilidade do bem? Por que reprimir-se, por que não satisfazer a todas as paixões, a todos os desejos, mesmo à custa dos outros, pois que isso não teria consequência? Acreditais, pelo contrário, que esse futuro será mais ou menos feliz ou desgraçado, segundo o que tivermos feito durante a vida; e tereis o desejo de que seja o mais feliz possível, pois que deverá durar pela eternidade? Teríeis, por acaso, a pretensão de ser uma das criaturas mais perfeitas que já passaram pela Terra, tendo, assim, o direito imediato à felicidade dos eleitos? Não. Admitis, então, que há criaturas que valem mais do que vós e têm direito a uma situação melhor, sem por isso vos considerardes entre os réprobos. Pois bem, colocai-vos por um instante, pelo pensamento, nessa situação intermediária, que será a vossa, como o admitis, e suponde que alguém venha dizer-vos: — “Sofreis, não sois tão felizes como poderíeis ser, enquanto tendes diante de vós os que gozam de uma felicidade perfeita; quereis trocar a vossa posição com a deles?” — “Sem dúvida!”, responderíeis, “mas o que devo fazer?” — “Quase nada: recomeçar o que fizestes mal e tratar de fazê-lo melhor.” — Hesitaríeis em aceitar, mesmo que fosse ao preço de muitas existências de provas?
Façamos uma comparação mais prosaica. Se a um ser humano que, sem estar na miséria extrema, passa pelas privações decorrentes da sua precariedade de recursos viessem dizer: — “Eis uma imensa fortuna, que podereis gozar, sendo, porém, necessário trabalhar rudemente durante um minuto”—; fosse ele o maior preguiçoso da terra, e diria sem hesitar: — “Trabalhemos um minuto, dois minutos, uma hora, um dia, se for preciso! O que será isso, para acabar a minha vida na abundância?” Ora, o que é a duração da vida corporal, em relação à da eternidade? Menos que um minuto, menos que um segundo.
Ouvimos algumas vezes este raciocínio: Deus, que é soberanamente bom, não pode impor ao ser humano o reinicio de uma série de misérias e tribulações. Acharão, por acaso, que há mais bondade em condenar o ser humano a um sofrimento perpétuo, por alguns momentos de erro, do que em lhe conceder os meios de reparar as suas faltas? Dois fabricantes tinham cada qual, um operário que podia aspirar a se tornar sócio da firma. Ora, aconteceu que esses dois operários empregaram mal, certa vez, o seu dia de trabalho e mereceram ser despedidos. Um dos fabricantes despediu o seu empregado, apesar de suas súplicas, e este, não mais encontrando emprego, morreu na miséria. O outro disse ao seu: — “Perdeste um dia e me deves uma compensação; fizeste mal o trabalho e me deves a reparação; eu te permito recomeçar; trata de fazê-lo bem, e eu te conservarei, e poderás continuar aspirando à posição superior que te prometi”. Seria necessário perguntar qual dos dois fabricantes foi mais humano? Deus, que é a própria clemência, seria mais inexorável que um ser humano? O pensamento de que a nossa sorte está para sempre fixada, em alguns anos de prova, ainda mesmo quando nem sempre dependesse de nós atingir a perfeição sobre a Terra, tem qualquer coisa de pungente, enquanto a ideia contrária é eminentemente consoladora, pois não nos tira a esperança. Assim, sem nos pronunciarmos pró ou contra a pluralidade das existências, sem admitir uma hipótese mais do que a outra, diremos que, se pudéssemos escolher ninguém preferiria um julgamento sem apelo. Um filósofo disse que, se Deus não existisse, seria necessário inventá-lo, para a felicidade do gênero humano; o mesmo se poderia dizer da pluralidade das existências. Mas, como dissemos Deus não pede licença, não consulta as nossas preferências; as coisas são ou não são. Vejamos de que lado estão as probabilidades, e tomemos o problema sob outro ponto de vista, fazendo sempre abstração do ensinamento dos Espíritos e unicamente, portanto, como estudo filosófico.
Se não há reencarnação, não há mais do que uma existência corporal, isso é evidente. Se nossa existência corporal é a única, a alma de cada criatura foi criada por ocasião do nascimento, a menos que admitamos a anterioridade da alma. Mas neste caso perguntaríamos o que era a alma antes do nascimento, e se o seu estado não constituiria uma existência, sob qualquer forma. Não há, pois, meio-termo: ou a alma existia ou não existia antes do corpo. Se ela existia, qual era a sua situação? Tinha ou não consciência de si mesma? Se não a tinha, era mais ou menos como se não existisse; se tinha, sua individualidade era progressiva ou estacionária. Num e noutro caso, qual a sua situação ao chegar ao corpo? Admitindo, de acordo com a crença vulgar, que a alma nasce com o corpo ou, o que dá no mesmo, que antes da encarnação só tinha faculdades negativas, formulamos as seguintes questões:
1- Por que a alma revela aptidões tão diversas e independentes das ideias adquiridas pela educação?
2- De onde vem a aptidão extra-normal de algumas crianças de pouca idade para esta ou aquela ciência, enquanto outras permanecem inferiores ou medíocres por toda a vida?
3- De onde vêm, para uns, as ideias inatas ou intuitivas, que não existem para outros?
4- de onde vêm, para certas crianças, os impulsos precoces de vícios ou virtudes, esses inatos de dignidade ou de baixeza, que contrastam com o meio em que nasceram?
5- Por que alguns seres, independentemente da educação, são mais adiantados que os outros?
6- Por que há selvagens e seres civilizados? Se tomarmos uma criança hotentote, de peito, e a educarmos, enviando-a depois aos mais renomados liceus, faremos dela um Laplace ou um Newton?
Perguntamos qual a Filosofia ou a Teosofia(1) que pode resolver esses problemas. Ou as almas são iguais ao nascer, ou não o são: quanto a isso não há dúvida. Se são iguais, por que essas tamanhas diferenças de aptidões? Dirão que dependem do organismo. Mas nesse caso, teríamos a doutrina mais monstruosa e mais imoral. O ser humano não seria mais que uma máquina, joguete da matéria; não teria a responsabilidade dos seus atos; tudo poderia atribuir-se às suas imperfeições físicas. Se as almas são desiguais, foi Deus quem as criou assim. Então, por que essa superioridade inata, conferida a alguns? Essa parcialidade estaria conforme a sua justiça e ao amor que dedica por igual a todas as criaturas?
Admitamos, ao contrário, uma sucessão de existências anteriores e progressivas, e tudo se explicará. Os seres humanos trazem, ao nascer, a intuição do que já haviam adquirido. São mais ou menos adiantados, segundo o número de existências por que passaram ou conforme estejam mais ou menos distanciados do ponto de partida: precisamente como, numa reunião de pessoas de todas as idades, cada uma terá um desenvolvimento de acordo com os números de anos vividos. Para a vida da alma, as existências sucessivas serão o que os anos são para a vida do corpo. Reuni um dia mil indivíduos de um até oitenta anos; suponde que um véu tenha sido lançado sobre todos os dias anteriores, e que, na vossa ignorância, julgais todos eles nascidos no mesmo dia: perguntaríeis, naturalmente, por que uns são grandes e outros pequenos, uns velhos e outros jovens, uns instruídos e outros ainda ignorantes. Mas, se a nuvem que vos oculta o passado for afastada, se compreenderdes que todos viveram por mais ou menos tempo, tudo estará explicado. Deus, na sua justiça, não podia ter criado almas mais perfeitas e outras menos perfeitas, mas, com a pluralidade das existências, a desigualdade que vemos nada tem de contrário a mais rigorosa equidade. É porque só vemos o presente e não o passado, que não o compreendemos. Este raciocínio repousa sobre algum sistema, alguma suposição gratuita? Não, pois partimos de um fato patente, incontestável: a desigualdade de aptidões e do desenvolvimento intelectual e moral. E verificamos que esse fato é inexplicável por todas as teorias correntes, enquanto a explicação é simples, natural, lógica, por uma nova teoria. Seria racional preferirmos aquela que nada explica à outra que tudo explica?
No tocante à sexta pergunta, dirão sem dúvida que o hotentote é uma raça inferior. Então perguntaremos se o hotentote ó ou não humano. Se é humano, por que teria Deus, a ele e a toda a sua raça, deserdado dos privilégios concedidos à raça caucásica? Se o não é, por que procurar fazê-lo cristão? A doutrina espírita é mais ampla que tudo isso. Para ela, não há muitas espécie de seres humanos, mas apenas seres humanos cujos espíritos são mais ou menos atrasados, mas sempre suscetíveis de progredir. Isso não está mais conforme à justiça de Deus?
Vimos à alma no seu passado e no seu presente. Se a considerarmos quanto ao futuro, encontraremos as mesmas dificuldades.
1- Se a existência presente deve ser decisiva para a sorte futura, qual é, na vida futura, respectivamente, a posição do selvagem e a do ser civilizado? Estarão no mesmo nível ou estarão distanciados no tocante à felicidade eterna?
2- O ser humano que trabalhou toda a vida para melhorar-se estará no mesmo plano daquele que permaneceu inferior, não por sua culpa, mas porque não teve o tempo nem a possibilidade de melhorar?
3- O ser humano que praticou o mal, por não ter podido esclarecer-se, culpado por um estado de coisas que dele em nada dependeu?
4- Trabalha-se para esclarecer os seres humanos, para moralizá-los e civilizar. Mas, para um que se esclarece, há milhões que morrem cada dia antes que a luz consiga atingi-los. Qual é a sorte destes? Serão tratados como réprobos? Caso contrário, o que fizeram eles para merecerem estar no mesmo plano que os outros?
5- Qual é a sorte das crianças que morrem em tenra idade, antes de poderem ter feito o mal ou o bem? Se estiverem entre os eleitos, por que esse favor, sem nada terem feito para merecê-lo? Por que privilégio foram elas subtraídas às tribulações da vida?
Há uma doutrina que possa resolver essas questões? Admiti as existências sucessivas, e tudo estará explicado de acordo com a justiça de Deus. Aquilo que não pudermos fazer numa existência, faremos em outra. É assim que ninguém escapa à lei do progresso. Cada um será recompensado segundo o seu verdadeiro merecimento, e ninguém é excluído da felicidade suprema, a que pode aspirar, sejam quais forem os obstáculos que encontre no seu caminho.
Essas questões poderiam ser multiplicadas ao infinito, porque os problemas psicológicos e morais que não encontram solução, a não ser na pluralidade das existências, são inumeráveis. Limitamo-nos apenas aos mais gerais. Seja como for, talvez se diga que a doutrina da reencarnação não é admitida na Igreja; isto seria, portanto, a subversão da religião. Nosso objetivo não é, no momento, tratar desta questão, bastando-nos haver demonstrado que ela é eminentemente moral e racional. Ora, o que é moral e racional não pode ser contrário a uma religião que proclame Deus como a bondade e a razão por excelência. O que teria acontecido à religião se, contra a opinião universal e o testemunho da Ciência, tivesse resistido à evidência e expulsado de seu seio quem não acreditasse no movimento do sol e nos seis dias da criação? Que crédito mereceria e que autoridade teria, entre os povos esclarecidos, uma religião baseada nos erros evidentes, oferecidos como artigos de fé? Quando a evidência foi demonstrada, a Igreja sabiamente se alinhou ao seu lado. Se está provado que existem coisas que seriam impossíveis sem a reencarnação, se certos pontos do dogma não podem ser explicados senão por este meio, será necessário admiti-la e reconhecer que o antagonismo entre essa doutrina e os dogmas é apenas aparente. Mais tarde mostraremos que a religião talvez esteja menos afastada desta doutrina do que se pensa, e que ela não sofreria mais, ao admiti-la, do que com a descoberta do movimento da Terra e dos períodos geológicos, que a princípio pareciam opor um desmentido aos textos sagrados. O princípio da reencarnação ressalta, aliás, de muitas passagens das Escrituras, encontrando-se especialmente formulado, de maneira explícita, no Evangelho:
— “Descendo eles da montanha (após a transfiguração), Jesus lhe: preceituou, dizendo: — Não digais a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem seja ressuscitado de entre os mortos. Seus discípulos então o interrogaram, e lhe disseram: — Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro ? E Jesus, respondendo, lhes disse: — Em verdade, Elias virá primeiro e restabelecerá todas as coisas. Mas eu vos declaro que Elias já veio, e eles não o conheceram, antes o fizeram sofrer, tudo quanto quiseram. Assim também eles farão morrerão Filho do Homem. Então entenderam os discípulos que era de João Batista que ele lhes havia falado. “ (São Mateus, cap. XVII.)
Ora, se João Batista era Elias, houve então a reencarnação do Espírito ou da alma de Elias no corpo de João Batista.
Seja qual for, de resto, a opinião que se tenha sobre a reencarnação, que a aceitem ou não, ninguém a ela escapará por causa da crença em contrário. O ponto essencial é que se apoia na imortalidade da alma, nas penas e recompensas futuras, no livre-arbítrio do ser humano, na moral do Cristo, e, portanto, não é antirreligioso.
Raciocinamos, como dissemos, fazendo abstração de todo o ensinamento espírita, que, para certas pessoas, não tem autoridade. Se, como tantos outros, adotamos a opinião referente à pluralidade das existências, não é somente porque ela veio dos Espíritos, mas porque nos parece a mais lógica e a única que resolve as questões até então insolúveis. Que ela nos viesse de um simples mortal, e a adoraríamos da mesma maneira, não hesitando em renunciar à nossas próprias ideias. Do mesmo modo, nós a teríamos repelido, embora viesse dos Espíritos, se nos parecesse contrária à razão, como repelimos tantas outras. Porque sabemos por experiência que não se deve aceitar de olhos fechados tudo o que vem dos Espíritos, como aquilo que vem da parte dos seres humanos. Seu primeiro título aos nossos olhos é, e antes de tudo, o de se lógica. Mas ainda tem outro, que é o de ser confirmada pelos fatos: fatos positivos e por assim dizer materiais, que um estudo atento e raciocinado pode revelar a quem se der ao trabalho de observá-los com paciência perseverança e diante dos quais a dúvida não é mais possível. Quando esses fatos se popularizarem, como os da formação e do movimento da Terra, ser necessário reconhecer a evidência, e os seus opositores terão gasto em vão os argumentos contrários.
Reconhecemos, em resumo, que a doutrina da pluralidade das existências é a única a explicar aquilo que, sem ela, é inexplicável. Que é eminentemente consoladora e conforme a justiça mais rigorosa, sendo para o ser humano a tábua de salvação que Deus lhe concedeu, na sua misericórdia.
As próprias palavras de Jesus não podiam deixar dúvida a respeito. Eis o que se lê no Evangelho segundo São João, capítulo III:
“3- Jesus, respondendo a Nicodemos disse, — Em verdade, em verdade, te digo que, se um homem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”.
“4- Nicodemos lhe disse: — Como pode um homem nascer, quando está velho?” Pode ele entrar de novo no ventre de sua mãe e nascer uma segunda vez?

“5- Jesus respondeu: — Em verdade, em verdade, te digo que, se um homem não nascer da água e do espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do espírito é espírito. Não te maravilhes de eu te haver dito: necessário vos é nascer de novo.” (Ver a seguir, o artigo Ressurreição da carne, item 1010.) (1)

(1) A reencarnação está hoje provada, através dos casos de lembranças de vidas anteriores em crianças, de pesquisas hipnóticas de regressão da memória, de avisos mediúnicos de renascimento com sinais e condições posteriormente verificados. Embora as Ciências oficiais ainda relutem em aceitar essas provas, a Ciência Espírita as considera válidas e espera para breve a sua aceitação oficial.

(1)  Kardec não se refere à doutrina da Sociedade Teosófica, que só foi fundada mais tarde, em 1875, mas à teosofia num sentido geral, como era então conhecida a palavra, ou seja, uma forma de conhecimento intuitivo ou racional das coisas divinas. (N.do T.)

(1) A reencarnação está hoje provada, através dos casos de lembranças de vidas anteriores em crianças, de pesquisas hipnóticas de regressão da memória, de avisos mediúnicos de renascimento com sinais e condições posteriormente verificados. Embora as Ciências oficiais ainda relutem em aceitar essas provas, a Ciência Espírita as considera válidas e espera para breve a sua aceitação oficial. (N. do T.)

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.



quinta-feira, 26 de outubro de 2017

INTUIÇÃO DAS PENALIDADES E PRAZERES FUTUROS.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. PARTE QUARTA. ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES. CAPÍTULO II. PENALIDADES E PRAZERES FUTUROS. INTUIÇÃO DAS PENALIDADES E PRAZERES FUTUROS.

A procedência da crença, que se encontra em todos os povos nas  penas e recompensas futuras, é sempre a mesma coisa: pressentimento da realidade, dado ao ser humano pelo seu Espírito. Porque, ficai sabendo, não é em vão que uma voz interior vos fala e vosso mal está em não escutá-la sempre. Se pensásseis bem nisso, com a devida frequência, vos tornaríeis melhores.
No momento da morte, o sentimento que domina a maioria dos seres humanos, é a dúvida para os céticos endurecidos; o medo para os culpados; a esperança para os seres de bem.
Desde que a alma traz para o ser humano   o sentimento das coisas espirituais o porque há céticos, podemos dizer que são em menor número do que supondes. Muitos se fazem de espírito forte durante esta vida por orgulho, mas no momento da morte não se conservam tão fanfarrões.
Comentário de Kardec: A consequência da vida futura se traduz na responsabilidade dos nossos atos. A razão e a justiça nos dizem que, na distribuição da felicidade a que todos os seres humanos aspiram, os bons e os maus não poderiam ser confundidos. Deus não pode querer que uns gozem dos bens sem trabalho e outros só o alcancem com esforço e perseverança.
A ideia que Deus nos dá de sua justiça e de sua bondade, pela sabedoria de suas leis, não nos permite crer que o justo e o mal estejam aos seus olhos no mesmo plano, nem duvidar de que não recebam algum dia, um a recompensa e outro o castigo pelo bem e pelo mal que tiverem feito. É por isso que o sentimento inato da justiça nos dá a intuição das penas e das recompensas futuras.

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.

ESCALA ESPÍRITA. TERCEIRA ORDEM. SEGUNDA ORDEM E TERCEIRA ORDEM.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. PARTE SEGUNDA. MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS. CAPÍTULO I. DOS ESPÍRITOS. ESCALA ESPÍRITA. TERCEIRA ORDEM. ESPÍRITOS IMPERFEITOS. SEGUNDA ORDEM.BONS ESPÍRITOS. PRIMEIRA ORDEM. ESPÍRITOS PUROS.

Observações preliminares. A classificação dos Espíritos fundamenta-se no seu grau de desenvolvimento, nas qualidades por eles adquiridas e nas imperfeições de que ainda não se livraram. Esta classificação nada tem de absoluta: nenhuma categoria apresenta caráter bem definido, a não ser no conjunto: de um grau a outro, a transição é insensível, pois, nos limites, as diferenças se apagam como nos reinos da Natureza, nas cores do arco-íris ou ainda nos diferentes períodos da vida humana. Pode-se, portanto, formar um número maior ou menor de classes, de acordo com a maneira por que se considerar o assunto. Acontece nisto como em todos os sistemas de classificação científica: os sistemas podem ser mais ou menos completos, mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos para a inteligência; mas, seja como for, nada alteram quanto à substância da Ciência. Os Espíritos, interpelados sobre isto, puderam, pois, variar quanto ao número das categorias, sem maiores consequências. Houve quem se apegasse a esta contradição aparente, sem refletir que eles não dão nenhuma importância ao que é puramente convencional. Para eles, o pensamento é tudo: deixam-nos os problemas da forma, da escolha dos termos, das classificações, em uma palavra, dos sistemas.
Ajuntemos ainda esta consideração que jamais se deve perder de vista: entre os Espíritos, como entre os seres humanos, há os que são muito ignorantes, e nunca será demais estarmos prevenidos contra a tendência a crer que eles tudo sabem, por serem Espíritos. Toda classificação exige método, análise e conhecimento aprofundado do assunto. Ora, no mundo dos Espíritos, os que têm conhecimentos limitados são, como os ignorantes deste mundo, incapazes de apreender um conjunto e formular um sistema; eles não conhecem ou não compreendem senão imperfeitamente qualquer classificação; para eles, todos os Espíritos que lhes sejam superiores são da primeira ordem, pois não podem apreciar as suas diferenças de saber, de capacidade e de moralidade, como entre nós faria um ser humano rude, em relação aos seres humanos  ilustrados. E aqueles mesmos que sejam incapazes, podem variar nos detalhes, segundo os seus pontos de vista, sobretudo quando uma divisão nada tem de absoluto. Lineu, Jussieu Tournefort tiveram cada qual o seu método, e a botânica não se alterou por isso. É que eles não inventaram nem as plantas nem os seus caracteres, mas apenas observaram as analogias, segundo as quais formaram os grupos e as classes. Foi assim que procedemos. Nós também não inventamos os Espíritos nem os seus caracteres. Vimos e observamos; julgamos pelas suas palavras e os seus atos, e depois os classificamos pelas semelhanças, baseando-nos nos dados que eles forneceram.
Os Espíritos admitem, geralmente, três categorias principais ou três grandes divisões. Na última, aquela que se encontra na base da escala, estão os Espíritos imperfeitos, caracterizados pela predominância da matéria sobre o espírito e pela propensão ao mal. Os da segunda se caracterizam pela predominância do espírito sobre a matéria e pelo desejo de praticar o bem: são os Espíritos bons. A primeira, enfim, compreende os Espíritos puros, que atingiram o supremo grau de perfeição.
Esta divisão nos parece perfeitamente racional e apresenta caracteres bem definidos; não nos resta senão destacar, por um número suficiente de subdivisões, as nuanças principais do conjunto. Foi o que fizemos, com o concurso dos Espíritos, cujas benevolentes instruções jamais nos faltaram.
Com a ajuda deste quadro, será fácil determinar a ordem e o grau de superioridade ou inferioridade dos Espíritos com os quais podemos entrar em relação e, por conseguinte, o grau de confiança e de estima que eles merecem. Esta é de alguma maneira, a chave da Ciência espírita, pois só ela pode explicar-nos as anomalias que as comunicações apresentam, esclarecendo-nos sobre as irregularidades intelectuais e morais dos Espíritos. Observaremos, entretanto, que os Espíritos não pertencem para sempre e exclusivamente a esta ou aquela classe; o seu progresso se realiza gradualmente, e, como muitas vezes se efetua mais num sentido que noutro, eles podem reunir as características de varias categorias, o que é fácil apreciar por sua linguagem e seus atos.

TERCEIRA ORDEM: ESPÍRITOS IMPERFEITOS
Caracteres gerais. Predominância da matéria sobre o espírito. Propensão ao mal. Ignorância, orgulho, egoísmo, e todas as más paixões que lhes seguem. Têm a intuição de Deus, mas não o compreendem.
Nem todos são essencialmente maus; em alguns, há mais leviandade. Uns não fazem o bem, nem o mal; mas pelo simples fato de não fazerem o bem, revelam a sua inferioridade. Outros, pelo contrário, se comprazem no mal e ficam satisfeitos quando encontram ocasião de praticá-lo.
Podem aliar a inteligência à maldade ou à malícia; mas, qualquer que seja o seu desenvolvimento intelectual, suas ideias são pouco elevadas e os seus sentimentos mais ou menos abjetos.
Os seus conhecimentos sobre as coisas do mundo espírita são limitados, e o pouco que sabem a respeito se confunde com as ideias e os preconceitos da vida corpórea. Não podem dar-nos mais do que noções falsas e incompletas daquele mundo; mas o observador atento encontra frequentemente, nas suas comunicações, mesmo imperfeitas, a confirmação das grandes verdades ensinadas pelos Espíritos superiores.
O caráter desses Espíritos se revela na sua linguagem. Todo Espírito que, nas suas comunicações, trai um pensamento mau, pode ser colocado na terceira ordem; por conseguinte, todo mau pensamento que nos for sugerido provém de um Espírito dessa ordem.
Veem a felicidade dos bons, e essa visão é para eles um tormento incessante, porque lhes faz provar as angústias da inveja e do ciúme.
Conservam a lembrança e a percepção dos sofrimentos da vida corpórea, e essa impressão é frequentemente mais penosa que a realidade. Sofrem, portanto, verdadeiramente, pelos males que suportaram e pelos que acarretaram aos outros; e como sofrem por muito tempo, julgam sofrer para sempre. Deus, para puni-los, quer que eles assim pensem.
Podemos dividi-los em cinco classes principais.
Décima classe. Espíritos Impuros — São inclinados ao mal e o fazem objeto de suas preocupações. Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, insuflam a discórdia e a desconfiança, e usam todos os disfarces, para melhor enganar. Apegam-se às pessoas de caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de levá-las à perda, satisfeitos de poderem retardar o seu adiantamento, ao fazê-las sucumbir ante as provas que sofrem.
Nas manifestações, reconhecem-se esses Espíritos pela linguagem: a trivialidade e a grosseria das expressões, entre os Espíritos como entre os homens, e sempre um índice de inferioridade moral, senão mesmo intelectual. Suas comunicações revelam a baixeza de suas inclinações e, se eles tentam enganar, talando de maneira sensata, não podem sustentar o papel por muito tempo e acabam sempre por trair a sua origem.
Alguns povos os transformaram em divindades malfazejas- outros os designam como demônios, gênios maus, Espíritos do mal.
Quando encarnados, inclinam-se a todos os vícios que as paixões vis e degradantes engendram: a sensualidade, a crueldade, a felonia, a hipocrisia cupidez e a avareza sórdida. Fazem o mal pelo prazer de fazê-lo, no mais das vezes sem motivo, e, por ódio ao bem, quase sempre escolhem suas vitimas entre as pessoas honestas. Constituem verdadeiros flagelos para a humanidade seja qual for a posição que ocupem, e o verniz da civilização não os livra do opróbrio e da ignomínia.
Nona classe. Espíritos Levianos – São ignorantes, malignos inconsequentes e zombeteiros. Metem-se em tudo e a tudo respondem sem se importarem com a verdade. Gostam de causar pequenas contrariedades e pequenas alegrias, de fazer intrigas, de induzir maliciosamente ao erro por meio de mistificações e de espertezas. A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente designados pelos nomes de duendes, diabretes, gnomos, tragos Estão sob a dependência de Espíritos superiores, que deles se servem multas vezes, como fazemos com os criados.
Nas suas comunicações com os seres humanos, a sua linguagem é, muitas vezes espirituosa e alegre, mas quase sempre sem profundidade; apanham as esquisitices e os ridículos humanos, que interpretam de maneira mordaz e satírica. Se tomam nomes supostos, é mais por malícia do que por maldade
Oitava classe. Espíritos Pseudo-Sábios – Seus conhecimentos são bastante amplos, mas julgam saber mais do que realmente sabem Tendo realizado alguns progressos em diversos sentidos, sua linguagem tem um caráter sério, que pode iludir quanto à sua capacidade e às suas luzes Mas isso frequentemente, não é mais do que um reflexo dos preconceitos e das ideias sistemáticas que tiveram na vida terrena. Sua linguagem é uma mistura de algumas verdades com os erros mais absurdos, entre os quais repontam a presunção, o orgulho, a inveja e a teimosia, de que não puderam despir-se
Sétima classe. Espíritos Neutros – Nem são bastante bons para fazerem o bem, nem bastante maus para fazerem o mal; tendem tanto para um como para outro, e não se elevam sobre a condição vulgar da humanidade, quer pela moral ou pela inteligência. Apegam-se às coisas deste mundo, saudosos de suas grosseiras alegrias.
Sexta classe. Espíritos Batedores e Perturbadores —Estes Espíritos não formam, propriamente falando, uma classe distinta quanto às suas qualidades pessoais, e podem pertencer a todas as classes da terceira ordem. Manifestam frequentemente sua presença por efeitos sensíveis e físicos, como golpes, movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos, agitação do ar etc. Parece que estão mais apegados à matéria do que os outros, sendo os agentes principais das vicissitudes dos elementos do globo, quer pela sua ação sobre o ar, a água, o fogo, os corpos sólidos ou nas entranhas da terra. Reconhece-se que esses fenômenos não são devidos a uma causa fortuita e física, quando têm um caráter intencional e inteligente. Todos os Espíritos podem produzir esses fenômenos, mas os Espíritos elevados os deixam, em geral, a cargo dos Espíritos subalternos, mais aptos para as coisas materiais que para as inteligentes. Quando julgam que as manifestações desse gênero são úteis, servem-se desses espíritos como auxiliares.

SEGUNDA ORDEM: BONS ESPÍRITOS
Caracteres Gerais. Predomínio do Espírito sobre a matéria; desejo do bem. Suas qualidades e seu poder de fazer o bem estão na razão do grau que atingiram: uns possuem a ciência, outros a sabedoria e a bondade; os mais adiantados juntam ao seu saber as qualidades morais. Não estando ainda completamente desmaterializados, conservam mais ou menos, segundo sua ordem, os traços da existência corpórea, seja na linguagem, seja nos hábitos, nos quais se encontram até mesmo algumas de suas manias. Se não fosse assim, seriam Espíritos perfeitos.
Compreendem Deus e o infinito e gozam já da felicidade dos bons. Sentem-se felizes quando fazem o bem e quando impedem o mal. O amor que os une é para eles uma fonte de inefável felicidade, não alterada pela inveja nem pelos remorsos, ou por qualquer das más paixões que atormentam os Espíritos imperfeitos; mas terão ainda de passar por provas, até atingirem a perfeição absoluta.
Como Espíritos, suscitam bons pensamentos, desviam os seres humanos do caminho do mal, protegem durante a vida aqueles que se tornam dignos, e neutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos sobre os que não se comprazem nelas.
Quando encarnados, são bons e benevolentes para com os semelhantes; não se deixam levar pelo orgulho, nem pelo egoísmo, nem pela ambição; não provam ódio, nem rancor, nem inveja ou ciúme, fazendo o bem pelo bem.
A esta ordem pertencem os espíritos designados, nas crenças vulgares, pelos nomes de bons gênios, gênios protetores, Espíritos do bem. Nos tempos de superstição e de ignorância, foram considerados divindades benfazejas.
Podemos dividi-los em quatro grupos principais:
Quinta classe. Espíritos Benévolos — Sua qualidade dominante é a bondade; gostam de prestar serviços aos seres humanos e de protegê-los; mas o seu saber é limitado: seu progresso realizou-se mais no sentido moral que no intelectual.
Quarta classe. Espíritos Sábios — O que especialmente os distingue é a amplitude dos conhecimentos. Preocupam-se menos com as questões morais do que com as científicas, para as quais têm mais aptidão; mas só encaram a Ciência pela sua utilidade, livres das paixões que são próprias dos Espíritos imperfeitos.
Terceira classe. Espíritos Prudentes — Caracterizam-se pelas qualidades morais da ordem mais elevada. Sem possuir conhecimentos ilimitados, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes permite julgar com precisão os seres humanos  e as coisas.
Segunda classe. Espíritos Superiores — Reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Sua linguagem, que só transpira benevolência, é sempre digna, elevada, e frequentemente sublime. Sua superioridade os torna, mais que os outros, aptos a nos proporcionar as mais justas noções sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que nos é dado conhecer. Comunicam-se voluntariamente com os que procuram de boa fé a verdade e cujas almas estejam bastante libertas dos liames terrenos, para compreendê-la; mas afastam-se dos que são movidos apenas pela curiosidade ou que, pela influência da matéria, se desviam da prática do bem.
Quando, por exceção, se encarnam na Terra, é para cumprir uma missão de progresso, e então nos oferecem o tipo de perfeição a que a humanidade pode aspirar neste mundo.

PRIMEIRA ORDEM: ESPÍRITOS PUROS
Caracteres Gerais. Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, em relação aos Espíritos das outras ordens.
Primeira classe. Classe Única — Percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Havendo atingido a soma de perfeições de que é suscetível a criatura, não têm mais provas nem expiações a sofrer. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, vivem a vida eterna, que desfrutam no seio de Deus.
Gozam de uma felicidade inalterável, porque não estão sujeitos nem às necessidades nem às vicissitudes da vida material, mas essa felicidade não é a de uma ociosidade monótona, vivida em contemplação perpétua. São os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam, para a manutenção da harmonia universal. Dirigem a todos os Espíritos que lhes são inferiores, ajudam-nos a se aperfeiçoarem e determinam as suas missões. Assistir os seres humanos nas suas angústias incitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os distanciam da felicidade suprema é para eles uma ocupação agradável. São, às vezes, designados pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins.
Os seres humanos podem comunicar-se com eles, mas bem presunçoso seria o que pretendesse tê-los constantemente às suas ordens

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.