sexta-feira, 13 de outubro de 2017

INTELIGÊNCIA E INSTINTO.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. PARTE PRIMEIRA.  AS CAUSAS PRIMÁRIAS. CAPÍTULO IV. PRINCIPIO VITAL.  INTELIGÊNCIA E INSTINTO.

A inteligência não é um atributo do princípio vital; pois as plantas vivem e não pensam, não tendo mais do que a vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, pois um corpo pode viver sem inteligência, mas a inteligência não pode manifestar-se por meio dos órgãos materiais: somente a união com o espírito dá inteligência à matéria animalizada.
Comentário de Kardec: A inteligência é uma faculdade especial, própria de certas classes de seres orgânicos aos quais dá, com o pensamento, a vontade de agir, a consciência de sua existência e de sua individualidade, assim como os meios de estabelecer relações com o mundo exterior e de prover às suas necessidades.
Podemos fazer a seguinte distinção: l.°) os seres inanimados, formados somente de matéria sem vitalidade nem inteligência: são os corpos brutos; 2.°) os seres animados não pensantes, formados de matéria e dotados de vitalidade, mas desprovidos de inteligência; 3.°) os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo ainda um princípio inteligente que lhes dá a faculdade de pensar.
A fonte da inteligência é a universal.
 A) Isto não é mais do que uma comparação dizer que cada ser tira uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como tira e assimila o princípio da vida material.
Repetimos isto não é mais do que uma comparação; mas não exala, porque a inteligência é uma faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral. De resto, bem o sabemos, há coisas que não é dado ao ser humano penetrar, e esta, por enquanto, é uma delas.
 O instinto não é independente da inteligência, porque é uma espécie de inteligência. O instinto é uma inteligência não racional; é por ele que todos os seres provêm às suas necessidades.
Não podemos assinalar um limite entre o instinto e a inteligência, ou seja, precisar onde acaba um e onde começa o outro, porque eles frequentemente se confundem; mas podemos muito bem distinguir os atos que pertencem ao instinto dos que pertencem à inteligência.
Não é acertado dizer que as faculdades instintivas diminuem, à medida que crescem as intelectuais.
O instinto existe sempre, mas o ser humano o negligencia. O instinto pode também conduzir ao bem; ele nos guia quase sempre, e às vezes mais seguramente que a razão; ele nunca se engana.
a) O porquê a razão não é sempre um guia infalível, pois ela seria infalível se não existisse falseada pela má educação, pelo orgulho e egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite ao ser humano escolher, dando-lhe o livre-arbítrio.
Comentário de Kardec: O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da inteligência propriamente dita por serem quase sempre espontâneas as suas manifestações, enquanto as daquela são o resultado de apreciações e de uma deliberação.
O instinto varia em suas manifestações segundo as espécies e suas necessidades. Nos seres dotados de consciência e de percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, o que quer dizer, à vontade e à liberdade.

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.

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