O LIVRO DOS ESPÍRITOS. PARTE
QUARTA. ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES. CAPÍTULO II. PENALIDADES E PRAZERES FUTUROS.
INTUIÇÃO DAS PENALIDADES E PRAZERES FUTUROS.
A procedência da crença, que se encontra em todos os
povos nas penas e recompensas futuras, é sempre a mesma coisa: pressentimento da
realidade, dado ao ser humano pelo seu Espírito. Porque, ficai sabendo,
não é em vão que uma voz interior vos fala e vosso mal está em não escutá-la
sempre. Se pensásseis bem nisso, com a devida frequência, vos tornaríeis
melhores.
No momento da morte, o sentimento que domina a
maioria dos seres humanos, é a dúvida
para os céticos endurecidos; o medo para os culpados; a esperança para os seres
de bem.
Desde que a alma traz para o ser humano o
sentimento das coisas espirituais o porque há céticos, podemos dizer que são em menor número do que supondes. Muitos se
fazem de espírito forte durante esta vida por orgulho, mas no momento da
morte não se conservam tão fanfarrões.
Comentário de Kardec: A consequência da vida futura se traduz na
responsabilidade dos nossos atos. A razão e a justiça nos dizem que, na
distribuição da felicidade a que todos os seres humanos aspiram, os bons e os
maus não poderiam ser confundidos. Deus não pode querer que uns gozem dos bens
sem trabalho e outros só o alcancem com esforço e perseverança.
A ideia que Deus nos dá de sua
justiça e de sua bondade, pela sabedoria de suas leis, não nos permite crer que
o justo e o mal estejam aos seus olhos no mesmo plano, nem duvidar de que não recebam
algum dia, um a recompensa e outro o castigo pelo bem e pelo mal que tiverem
feito. É por isso que o sentimento inato da justiça nos dá a intuição das penas
e das recompensas futuras.
BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
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