O LIVRO DOS
ESPÍRITOS. CAPITULO VIII. LEI DO PROGRESSO.
CIVILIZAÇÃO.
A civilização é um
progresso incompleto, pois o ser
humano não passa subitamente da infância à maturidade.
Não é razoável
condenar-se a civilização, porque devem condenar antes os que abusam dela e não a obra de Deus.
A civilização se
depurará um dia, fazendo desaparecer os males que tenha produzido, quando a moral estiver tão
desenvolvida quanto à inteligência. O fruto não pode vir antes da flor.
Por que A civilização não
realiza imediatamente todo o bem que ela poderia produzir,
porque os seres humanos ainda não se encontram em
condições, nem dispostos a obter este bem.
Seria ainda porque,
criando necessidades novas, excita novas paixões, e porque todas as faculdades do Espírito não progridem
ao mesmo tempo; é necessário tempo para tudo. Não podendo assim esperar
frutos perfeitos de uma civilização incompleta.
Pode-se reconhecer uma
civilização completa pelo
desenvolvimento moral. Acreditarão estar muito adiantados por terem feito
grandes descobertas e invenções maravilhosas, e porque estão melhor
instalados e melhor vestidos que os selvagens; mas só terão verdadeiramente
o direito de se dizer civilizados quando houverem banido sociedade os
vícios que a desonram, e quando passarem a viver como irmãos, praticando a
caridade cristã. Até esse momento, não serão mais do que povos
esclarecidos, só tendo percorrido a primeira fase da civilização.
Comentário
de Kardec: A
civilização tem os seus graus, como todas as coisas. Uma civilização incompleta
é um estado de transição que engendra males especiais, desconhecidos no estado
primitivo, mas nem por isso deixa de constituir um progresso natural,
necessário, que leva consigo mesmo o remédio para aqueles males. À medida que a
civilização se aperfeiçoa, vai fazendo cessar alguns dos males que engendrou, e
esses males desaparecerão com o progresso moral.
De dois povos que tenham chegado ao
ápice da escala social, só poderá dizer-se o mais civilizado, na verdadeira
acepção do termo, aquele em que se encontre menos egoísmo, cupidez e orgulho;
em que os costumes sejam mais intelectuais e morais do que materiais; em que a
inteligência possa desenvolver-se com mais liberdade; em que exista
mais bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; em que os
preconceitos de casta e de nascimento sejam menos enraizados, porque esses
prejuízos são incompatíveis com o verdadeiro amor do próximo; em que
as leis não consagrem nenhum privilégio e sejam as mesmas para o último
como para o primeiro; em que a justiça se exerça com o mínimo de parcialidade
em que o fraco sempre encontre apoio contra o forte; em que a vida
do ser humano suas crenças e suas opiniões sejam melhor respeitadas; em que
haja menos desgraçados; e por fim, em que todos os seres de boa vontade estejam
sempre seguros de não lhes faltar o necessário.
Será essa a civilização crista que o
Espiritismo estabelecerá na Terra Como se vê celas explicações dos Espíritos e
os comentários de Kardec, a civilização incompleta em que vivemos é apenas uma
fase de transição entre o mundo pagão da Antiguidade e o mundo cristão do
futuro. Nos costumes, na legislação, na religião, na prática dos cultos
religiosos, vemos a mistura constante dos elementos do paganismo com os
princípios renovadores do Cristianismo. Cabe ao Espiritismo à missão de remover
esses elementos pagãos para fazer brilhar o espírito cristão em toda a sua
pureza.
BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
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