0 LIVRO DOS
ESPÍRITOS.CAPÍTULO VII.
FACULDADES
MORAIS E INTELECTUAIS DO SER HUMANO.
As qualidades
más ou boas que vem para os seres humanos, são oriundas dos Espíritos que neles
encarnam. Quanto mais puro eles são, mais propenso ao bem vem para estes seres
humanos. Daí fica claro, que um ser humano bom ou ruim, tem origem num Espírito
bom ou mau.
O caráter de um ser humano em que encarnam
estes Espíritos maliciosos e levianos, são imprudentes, espertos, e alguns
seres maléficos.
Estes
Espíritos não tem paixões estranhas com a humanidade, pois se assim fosse, os
seres humanos também teriam.
É o mesmo
Espírito que dá ao ser humano as qualidades morais e as das inteligências, isto
na proporção do grau a que tenha chegado. O ser humano jamais poderá ter dois
Espíritos.
Os seres mais
inteligentes que revelam um Espírito Superior neles encarnado, as vezes ao
mesmo tempo são profundamente viciosos, porque o Espírito nele encarnado não é
bastante puro. E o ser humano acaba cedendo a influência de Espíritos piores
ainda. O Espírito progride numa marcha ascendente insensível, mas o progresso
não se realiza simultaneamente em todos os sentidos; num período ele pode
avançar na ciência, no outro em moralidade.
Reconhece-se
ser absurda a ideia, que as diferentes faculdades intelectuais e morais de um
ser humano, seriam produto de outros tantos Espíritos diversos nele encarnados,
e tendo cada qual uma aptidão especial. Através de uma reflexão reconhece-se
ser absurda esta ideia. O Espírito deve ter todas aptidões. Pois para progredir
necessita de uma vontade única. Se o ser humano fosse uma amalgama de
Espíritos, essa vontade não existiria e ele careceria de individualidade, pois
que na sua morte, todos aqueles Espíritos, formariam um bando como se fossem
pássaros que teriam escapados da gaiola.
O ser humano
queixa-se de não compreender certas coisas, e no entanto é curioso é ver-se
como multiplica as dificuldades, quando tem ao seu lado explicações simples e
naturais. Ainda tomando neste caso o efeito pela causa. Fazem com relação à
criatura humana, o que faziam os pagãos com relação a Deus, que acreditam em
tantos deuses quantos eram os fenômenos no Universo, se bem que as pessoas
sensatas, com eles coexistentes, apenas viam em tais fenômenos efeitos
provenientes de uma única causa, Deus nosso Pai.
Através ainda
de uma reflexão, nos é dito que o mundo físico e o mundo moral, nos oferecem a
este respeito vários pontos semelhantes. E enquanto se detiverem na aparência
dos fenômenos, os cientistas acreditaram fosse múltipla a matéria. Hoje
compreende-se ser bem possível que tão variados fenômenos consistam apenas em
modificações da matéria elementar única. As diversas faculdades são
manifestações de uma mesma causa, que é a alma, ou do Espírito encarnado, e não
de muitas almas, exatamente como os diferentes sons do órgão, os quais procedem
todos do ar, e não de tantas espécies de ar, quantos os sons. De semelhante
sistema decorreria que, quando o ser humano perde ou adquire certas aptidões,
certos pendores, isto significaria que outros tantos Espíritos teriam vindo
habitá-lo, ou o teriam deixado, o que tornaria um ser múltiplo, sem
individualidade, e conseguintemente, sem responsabilidade. Acrescem que o
contradizem numerosos exemplos de manifestações de Espíritos, em que estas
provam suas personalidades e identidade.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos.
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