terça-feira, 8 de dezembro de 2020

LIVRE ARBÍTRIO.

 


O LIVRO DOS ESPÍRITOS. CAPITULO X

LIVRE ARBÍTRIO.

O ser humano tem livre-arbítrio nos seus atos, pois tem a liberdade de pensar, e a de agir. Sem o livre-arbítrio o ser humano seria uma máquina.

O ser humano goza do livre-arbítrio desde o nascimento, dentro da liberdade de agir, desde que lenha a vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, a liberdade é quase nula; ela se desenvolve e muda de objeto com as faculdades. Estando os pensamentos da criança em relação com as necessidades da sua idade, ela aplica o seu livre-arbítrio às coisas que lhe são necessárias.

Quanto às predisposições instintivas que o ser humano traz ao nascer não são um obstáculo ao exercício de seu livre-arbítrio. É explicado que estas são as do Espírito antes da sua encarnação; conforme for ele mais ou menos adiantado, elas podem impeli-lo a atos repreensíveis, no que ele será secundado por Espíritos que simpatizem com essas disposições; mas não há arrastamento irresistível, quando se tem a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.

Quanto à pergunta se o organismo se não influi nos atos da vida, e se influi, não o faz com prejuízo do livre-arbítrio, é explicado da seguinte maneira: o Espírito é certamente, influenciado pela matéria, que pode entravar as suas manifestações. Eis porque, nos mundos em que os corpos são menos materiais do que na Terra, as faculdades se desenvolvem, com mais liberdade. Mas o instrumento não dá faculdades ao Espírito. De resto, é necessário distinguir neste caso as faculdades morais das faculdades intelectuais. Se um ser humano tem o instinto do assassínio, é seguramente o seu próprio Espírito que o possui e que lho transmite, mas nunca os seus órgãos. Aquele que aniquila o seu pensamento para apenas se ocupar da matéria se faz semelhante ao bruto e ainda pior, porque não pensa mais em se precaver contra o mal. E nisso que ele se torna faltoso, pois assim age pela própria vontade.

A alteração das faculdades tira do ser humano o livre-arbítrio, cuja inteligência está perturbada por uma causa qualquer perde o domínio do seu pensamento e desde então não tem mais liberdade. Essa alteração é frequentemente uma punição para o Espírito que, numa existência, pode ter sido vão e orgulhoso, fazendo mal uso de suas faculdades. Ele pode renascer no corpo de um idiota, como o déspota no corpo de um escravo e o mau rico no de um mendigo. Mas o Espírito sofre esse constrangimento, do qual tem perfeita consciência: é nisso que está à ação da matéria.

A alteração das faculdades intelectuais pela embriaguez não desculpa os atos repreensíveis, pois o ébrio voluntariamente se priva da razão para satisfazer paixões brutais: em lugar de uma falta, comete duas.

No ser humano em estado selvagem, a faculdade dominante é o instinto o que não o impede de agir com inteira liberdade em  certas coisas. Mas, como a criança, ele aplica essa liberdade às suas necessidades e ela se desenvolve com a inteligência.

A posição social não é, às vezes, um obstáculo à inteira liberdade de ação, porque Deus é justo e tudo leva em conta, mas os deixa a responsabilidade dos poucos esforços que vierem a fazer para superar os obstáculos.

BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.

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