O LIVRO DOS
ESPÍRITOS. PARTE PRIMEIRA. AS CAUSAS PRIMÁRIAS. CAPÍTULO I. DOS ESPÍRITOS. ORIGEM
E NATUREZA DOS ESPÍRITOS.
Podemos definir os Espíritos como seres inteligentes
da criação. Eles povoam o Universo, além do mundo material.
Comentário
de Kardec: Nota.
— A palavra Espírito é aqui empregada para designar os seres extracorpóreos
e não mais o elemento inteligente universal
Os Espíritos são seres
distintos da Divindade, por que é sua
obra, precisamente como acontece com um ser humano que faz uma maquina;
esta é obra do ser e não ele mesmo. Sabemos que o ser humano, quando faz
uma coisa bela e útil, chama-a sua filha, sua criação. Pois bem, dá-se o mesmo com Deus: nós
somos seus filhos, porque somos sua obra.
Os Espíritos tiveram
princípio e se os Espíritos
não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus; mas, pelo contrário, são sua
criação, submetidos à sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, isso
é incontestável; mas quando e como ele nos criou não o sabemos. Podemos dizer
que não tivemos princípio, e com isso entendemos que Deus sendo eterno, deva
ter criado sem cessar; mas quando e como cada um de nós foi feito, eu repito,
ninguém o sabe; isso é mistério.
Uma vez que há dois
elementos gerais do Universo, o inteligente e o material. Podemos dizer que os
Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes
são formados do material.
Os Espíritos são individualizações do princípio
inteligente, como os corpos são individualizações do princípio material; e
a maneira dessa formação é que desconhecemos.
A criação dos Espíritos é permanente, o que quer
dizer que Deus jamais cessou de criar.
Os Espíritos Deus os criou, como a todas as
outras criaturas por sua vontade; mas repito ainda uma vez que a sua
origem é um mistério.
Não seria certo dizer que
os Espíritos são imateriais, pois não é o termo apropriado; incorpóreo,
seria mais exato; pois devemos compreender que sendo uma criação, o
Espírito deve ser alguma coisa. É uma matéria para a qual não dispomos de
analogias, e tão eterizada que não pode ser percebida pelos nossos sentidos.
Comentário
de Kardec: Dizemos
que os Espíritos são imateriais, porque a sua essência difere de tudo o que
conhecemos pelo nome de matéria. Um povo de cegos não teria palavras para
exprimir a luz e os seus efeitos. O cego de nascença julga ter todas as
percepções pelo ouvido, o olfato, o paladar e o tato; não compreende as ideias
que lhe seriam dadas pelo sentido que lhe falta. Da mesma maneira, no tocante à
essência dos seres super-humanos somos como verdadeiros cegos. Não podemos
defini-los, a não ser por meio de comparações sempre imperfeitas ou por um
esforço da imaginação.
Os Espíritos revestidos de perispírito são objeto
desta referência. Pois sem o Perispírito nada tem de material.
Os Espíritos não tem fim,
como tem com coisas que tiveram. Existem muitas coisas que não compreendemos porque a nossa inteligência é
limitada; mas isso não é razão para as repelirmos. Exemplo: O filho não
compreende tudo o que o pai compreende, nem o ignorante, tudo o que o
sábio compreende. Nós te dizemos que a existência dos Espíritos não tem
fim; é tudo quanto podemos dizer.
BIBLIOGRAFIA:
O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
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